São Paulo - O mercado de trabalho anda agitado no Brasil. Segundo uma pesquisa da empresa de recrutamento PageGroup, 57% dos executivos que participam de processos seletivos estão empregados.
As causas para tal “desassossego” são várias, na opinião de Sérgio Sabino. Ele é o diretor de marketing da empresa por trás do levantamento, que contou com 800 profissionais de diversos níveis hierárquicos.
Em primeiro lugar, há razões conjunturais. “Embora a economia esteja pouco aquecida, o cenário é de baixo desemprego e alta rotatividade”, afirma Sabino. Com a relativa suficiência de postos de trabalho, existe um convite maior à busca por oportunidades mais atraentes.
Uma segunda explicação para o quadro tem cunho sociológico. O executivo afirma que a geração Y está começando a assumir cargos de gestão. Isso significa que uma grande parcela de executivos na ativa se encaixam no perfil tipicamente atribuído a essa faixa etária.
“Profissionais ansiosos, ambiciosos e cronicamente insatisfeitos estão dominando o mercado de trabalho”, afirma o diretor da PageGroup.
Riscos
Não há nada de condenável em monitorar vagas enquanto se está empregado. No entanto, de acordo com Sabino, fazer isso de forma mal calculada pode trazer danos à sua imagem no mercado de trabalho.
Segundo ele, você pode parecer pouco confiável se sair de um emprego pouquíssimo tempo depois de ter ingressado nele para “abocanhar” outra oportunidade. Pular de trabalho em trabalho desenfreadamente, sem completar projetos em nenhum deles, também pode manchar o seu currículo.
“É arriscado fazer ciclos muito curtos em cada emprego, porque assim não há tempo para fixar aprendizados”, diz o executivo.
Outro risco corrido pelo profissional inquieto é cumprir trajetórias de carreira horizontais. “O profissional sempre troca de empresa, mas jamais de cargo”, explica Sabino.
Ele explica que, dependendo do contexto, é melhor ser analista da empresa A e depois gerente da empresa A do que ser analista na empresa A, depois analista na empresa B, analista na empresa C, e assim por diante.
Recompensas
Mas o desassossego também tem uma face positiva. De acordo com Sabino, ser inquieto pode contar pontos para a atratividade de um profissional.
“Quem está sempre buscando oportunidades melhores é mais propício a inovar e a derrubar paradigmas no trabalho”, afirma o executivo. Essa “positividade agressiva” tem sido valorizada e procurada pelo mercado.
Para Sabino, o profissional “antenado” também pode descobrir oportunidades preciosas - que ficam invisíveis para quem não está atento ao mundo lá fora. “Pessoas com esse perfil podem ter ganhos de renda e de posição rapidamente se fizerem as escolhas certas”, diz.
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1. Sob medida para os jovens
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1/12 (Creative Commons)
São Paulo – Desde que estreou no mercado de trabalho há alguns anos, a
geração Y tratou de firmar bandeira em todos os setores da economia e, em alguns casos, dominar (literalmente) algumas áreas. (Se você tem dúvidas, entre em uma empresa de internet e conte nos dedos quantos têm mais do que 35 anos).
Em comum, tais
carreiras guardam um espírito coerente com as características típicas dos profissionais nascidos nos anos 80 e 90: trazem uma rotina dinâmica e uma visão inovadora, além da
ascensão profissional meteórica.
Boa parte delas foi criada (ou se revolucionou) em resposta às demandas da última década. E, por isso, meio que naturalmente foram ocupadas por quem têm tais mudanças no próprio DNA.
Consultamos alguns especialistas em recrutamento e Geração Y e mapeamos as
profissões que são dominadas pelos jovens. Confira.
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2. Executivo de contas
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2/12 (Dreamstime)
O papel do executivo de contas dentro das agências de publicidade é fazer o meio de campo entre cliente e agência. “Ele precisa estar conectado acima da média. É alguém que lida muito bem com conteúdo, trabalha com informação”, afirma Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel.
Mas não só. “Ele tem um perfil híbrido: ao mesmo tempo que tem um lado técnico, ele tem uma habilidade de relacionamento voltada para gestão e execução de vendas”, diz.
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3. Operadores de bolsa de valores
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3/12 (Peter Macdiarmid/Getty Images)
A combinação de ascensão rápida e um ambiente dinâmico tornam o mercado financeiro sedutor para quem integra a geração Y, afirma Haag, da Page Personnel. Uma das profissões em alta para os mais jovens é de operador da bolsa de valores. “Geralmente, é um economista, administrador de empresas ou engenheiro”, afirma o especialista. “É ele quem compra e vende ações. Com 25 anos, já está ganhando uma boa quantia salarial”.
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4. Analista de investimento
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4/12 (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Outra carreira atrativa para os mais jovens no mercado financeiro é a de analista de investimentos. “Ele não faz a operação em si, mas recomenda investimentos em uma determinada carteira”, afirma Haag. “É um mercado que foi invadido por jovens nos últimos anos. A remuneração é muito agressiva nesta área. Com 40, eles já podem se aposentar”.
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5. Analista de SEO
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5/12 (Chris Helgren/Files/Reuters)
Para se destacar no sistema de buscas do Google (ou outras ferramentas do tipo disponíveis na internet), os sites precisam ser elaborados (e alimentados) com base nos fundamentos de SEO (Search Engine Optimization). Para responder a esta demanda, os especialistas em SEO têm a função de explorar estes recursos e criar estratégias para que a página não seja punida pelos robôs do Google, ou de outras ferramentas de busca. Por ser uma função nova e totalmente relacionada com o mercado digital, naturalmente, é repleta de jovens.
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6. Gestor de redes sociais
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6/12 (Dado Ruvic/Reuters)
Engana-se quem pensa que a rotina de trabalho de um analista de mídias sociais se resume a passar o dia clicando no botão curtir do Facebook ou tuitando. O dia a dia depende de estratégia, um profundo conhecimento dos negócios da companhia em questão e domínio das principais ferramentas sociais. Afinal, de uns tempos para cá, ser estratégico no meio digital virou conceito de ordem para o sucesso das empresas. “A geração Y já nasceu neste ambiente digital”, diz. Trabalhar numa área assim quase sempre é uma consequência.
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7. Área de inovação
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7/12 (Getty Images)
Segundo Rodrigo Vianna, diretor-executivo da Talenses, as carreiras ligadas à área de pesquisa e desenvolvimento também tendem a atrair mais jovens. “As empresas contratam esta geração por conta do dinamismo”, diz. Mas não só. O acesso à informação, a naturalidade com ferramentas inovadoras típicas desta geração também facilitam na hora de estimular o pensamento inovador dentro da empresa.
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8. Desorganizador corporativo
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8/12 (Divulgação)
Uma carreira nova que começa a esboçar seu espaço no Brasil é a de desorganizador corporativo. “A função dele é tornar a empresa mais colaborativa, flexibilizá-la a um ponto que se altere as funções”, diz Sidnei Oliveira, autor do livro “Profissões do futuro” (Integrare Editorial).
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9. Engenheiro de pré-sal
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9/12 (Rich Press/Bloomberg)
Por ser uma carreira nova no Brasil, a área de engenharia de pré-sal, provavelmente, será toda ocupada por jovens. Na prática, as oportunidades para estes profissionais estão presentes em todas as etapas da
produção.
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10. Gestor de resíduos
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10/12 (Marcos Santos/USP Imagens)
Com a meta de dar um fim sustentável ao lixo, o gestor de resíduos é mais uma das novas profissões que serão ocupadas por mais jovens exatamente por sua novidade no mercado. “Os primeiros foram as pessoas mais veteranas. Mas com os cursos novos, rapidamente, será ocupada pela Geração Y”, diz Sidnei Oliveira.
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11. Designer de games
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11/12 (REUTERS/Ina Fassbender/Files)
Para quem passou as décadas de 80 e 90 vidrado nos videogames, ter como sonho de carreira a rotina de passar o dia projetando este tipo de jogo é uma clara consequência. “São atividades que o jovem absorve com mais rapidez”, afirma Oliveira.
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12. Quer virar milionário? Veja qual curso fazer
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12/12 (MARINA PIEDADE| VOCÊ SA)