Bernardo Paiva, CEO da Ambev: Quando se é jovem está cheio de confiança, o risco é não ouvir (Divulgação/Fundação Estudar)
Camila Pati
Publicado em 2 de agosto de 2016 às 15h00.
São Paulo – “Toda vez que não escolhi a pessoa certa para uma função, eu falhei”, disse o CEO da Ambev, Bernardo Paiva, ontem em painel na reunião anual da Fundação Estudar. Ao longo da sua carreira ele - que começou na Brahma em 1991 e foi trainee da empresa - procurou (e ainda procura) inspiração máxima para ter a certeza que está contratando a pessoa certa.
Outro ponto que disse ter percebido ser um erro profissional grave é a falta de cuidado em formar as pessoas. “Gente boa dá trabalho, questiona, pergunta, diz que está errado. Gente boa te ensina também. Tem que abrir a cabeça”, disse durante o evento que reuniu jovens bolsistas e parceiros da fundação, criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Paiva contou que um dos pontos de melhoria que identificou na sua carreira foi a capacidade de escutar. “Quando se é jovem cheio de confiança, quer fazer e acontecer, você corre o risco de não ouvir”, disse. Escutar as pessoas é tão importante para um líder quanto montar times com profissionais até melhores do ele, segundo o CEO da Ambev.
O que é importante, de acordo com ele, é aprender com os erros. “Em algum momento a pessoa vai ter um resultado que não está bom. Em todo momento da minha vida tive fracassos. Entrei na Brahma para construir outro mundo dentro da empresa, não ganhei bônus no ano um e nem no ano dois”, contou.
Como estagiário da Brahma ele contou que fazia muitas coisas e que, obviamente, aconteciam alguns erros e se lembrou de uma passagem marcante sobre a importância da tolerância ao erro. “Lembro que o pessoal botou pressão por causa disso e um chefe meu falou: parem de bater nesse garoto porque só erra quem faz”, disse.
Tudo o que não deu certo na sua vida profissional, disse, foi experiência de vida e o ajudou a entender que ninguém, é perfeito e que é certo que todos vão errar em algum momento no trabalho. “Mas tem que acertar mais”, disse.