Ilustração - Trabalhador (Weberson Santiago/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 19h10.
São Paulo - Preste atenção no seguinte diálogo:
— Qualquer coisa, fale com o Nelson, ele saberá o que fazer.
— Mas o Nelson não é de outro departamento?
— É, mas não importa, ele sempre ajuda quando a gente precisa.
Você já deve ter notado que existe um tipo de pessoa que parece estar sempre disponível para ajudar e até para cuidar dos outros. Não estou falando de enfermeiros, assistentes sociais ou missionários. Estou me referindo às pessoas de qualquer atividade que têm um traço de personalidade que as torna extremamente confiáveis e, por isso, acabam sendo demandadas por seus colegas, parentes e vizinhos.
Nas famílias sempre há um tio que serve de referência, que é procurado pelos sobrinhos em busca de conselhos ou pelos outros tios que precisam de algum apoio, e que foi quem cuidou dos avós velhinhos. Em qualquer condomínio encontramos sempre um morador que parece ser mais coerente e prestativo e, se não for ele o síndico, será seu principal conselheiro.
Nas empresas não é diferente. Sempre há um gerente Nelson a quem todos recorrem nas dificuldades, que responde com um sorriso, colocando sua experiência e sua boa vontade à disposição dos colegas, sem nenhuma cobrança posterior e sem o menor traço de arrogância. Quando você está com uma dificuldade, dessas que todos temos eventualmente, e está precisando de um conselho ou de um apoio, sabe a quem recorrer?
Estou certo que sim. Rapidamente você faz uma lista mental de seus colegas, amigos e parentes e os separa em duas categorias: os disponíveis e os não disponíveis. Você sabe que não adianta recorrer a um não disponível, mesmo que ele seja o mais próximo. Já o disponível é capaz de atravessar a cidade para apoiar seu amigo em dificuldade. Ele não vê obstáculos, é solidário e está sempre pronto.
É da lista dos disponíveis que brotam os líderes que são dignos do nome. Liderar é mobilizar pessoas em direção a um destino comum. Essa é a definição mais comum, mas ela envolve um sem-número de pequenas ações que, em sua somatória, conferem a qualidade de líder a seu detentor.
É necessário ser bom de estratégia, cercar-se das pessoas certas e inspirá-las com os valores de uma causa. O bom estrategista-comunicador verá seus esforços se diluírem no tempo se ele não for, também, um ser disponível. “Agora, ao trabalho”, diz um Nelson no fim da reunião. Mas complementa com sinceridade: “E, se precisarem de mim, sabem onde me encontrar”.