São Paulo - O presidente do banco J.P Morgan no Brasil José Berenguer contou as lições que aprendeu durante mais de duas décadas trabalhando no mercado financeiro. Berenguer, que está à frente do banco desde 2013, participou de uma palestra online promovida pelo site Na Prática.
Advogado de formação, Berenguer conta que sofreu preconceito por não ter a formação clássica para o mundo das finanças. "O fato de eu não ter um diploma acadêmico alinhado com a profissão me trouxe muitas situações adversas", afirma ele, que lia livros de finanças por sua própria conta para se manter em dia com os colegas do banco.
A competitividade típica do mercado financeiro não passou despercebida na carreira do executivo. "Como se paga muito bem nessa área, é comum encontrar pessoas que podem te dar uma rasteira", comenta ele.
Hoje, com mais mais de duas décadas de profissão, Berenguer se adaptou a esse mundo. Com passagens pelo ING Bank Brasil, ABN AMRO e Santander, ele virou presidente do JP Morgan em abril de 2013.
O peso do estágio
Berenguer conta que se arrependeu por ter escolhido o curso de Direito. "Foi um processo mal conduzido, escolhi errado", diz ele. A carreira em bancos, no entanto, começou cedo. O executivo trabalhava na área jurídica de um banco quando foi chamado para atuar como operador de câmbio. "Foi o fim da minha carreira jurídica", brinca.
A situação o levou se tornar autodidata. "Tudo que sei de banco, contabilidade e matemática financeira tive que aprender na prática mesmo", conta ele.
Um "remédio" que ele recomenda para quem escolhe mal o curso é o estágio. "É uma ótima maneira de checar se você está no caminho certo", diz ele. Isso vale especialmente na área financeira, um mundo envolvido em glamour e altas expectativas sobre salários, segundo ele.
"Conheço muita gente que ambicionava trabalhar em um banco mas, seis meses depois em uma posição percebeu que não gostava. Nem todo mundo nasceu para isso", diz ele.
De ouvidos bem abertos
O presidente do J.P. Morgan diz que todos deviam "abrir os ouvidos" para o mundo, tanto para trabalhar melhor quanto para conduzir sua carreira de forma equilibrada.
"Você precisa abstrair um pouco as pressões e ouvir o que as pessoas estão falando", afirma Berenguer. Segundo ele, a reflexão constante serve para tudo: seja para avaliar uma operação de crédito em um dia de trabalho, seja para sua vida pessoal.
"O problema é que ninguém gosta de ouvir o que não agrada", diz ele. Esse mecanismo de defesa precisa ser derrubado, na opinião do executivo. O feedback negativo leva à evolução profissional. "É preciso assumir o erro humildemente, aprender com ele e tocar a vida para frente", afirma Berenguer.
Vida e trabalho
Em meio a vários problemas pessoais, como a doença da ex-mulher, Berenguer conta que recebeu uma notícia surpreendente por telefone: a de que havia sido demitido do ING Bank, depois de oito anos bem-sucedidos na empresa.
"Nessas horas, é preciso colocar a vida em perspectiva", observa ele. A lição, para o executivo, foi aprender a evitar excessos colocando o trabalho à frente das suas necessidades pessoais e da vida familiar. "Olhando para trás, podia ter cuidado melhor desse equilíbrio", diz Berenguer.
Segundo ele, a tendência para quem encontra sucesso na carreira é entrar em um processo de equilíbrio. "Não estou dizendo que você não deve trabalhar, mas precisa buscar um desenvolvimento sustentável da sua carreira e da sua vida", conclui.
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1. O início da escalada
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São Paulo - Quem chegou ao topo da
carreira, muitas vezes, começou sua ascensão profissional a partir dos primeiros degraus. É o caso de
presidentes de empresa que começaram suas carreiras como lavadores de pratos, office-boys e engraxates. A seguir, conheça 10 histórias surpreendentes sobre os primeiros passos de diretores de
empresas brasileiras e estrangeiras:
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2. Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional
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Aos 15 anos de idade, Samek começou a trabalhar como office boy num banco em Foz do Iguaçu. "Na época não havia internet, então era necessário haver um garoto como eu para levar e trazer papéis e recibos", conta. A rotina de trabalho era seguida paralelamente à dos estudos. "Aprendi a respeitar hierarquias e ter disciplina", diz Samek. O emprego como office boy também lhe rendeu algum dinheiro para realizar alguns "sonhos de consumo" dos adolescentes da época. "Graças aos meus primeiros salários, comprei uma motocicleta e até as botinhas do Roberto Carlos", relembra o presidente da Itaipu.
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3. Edward Lange, presidente da Brasil Insurance
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O americano começou a trabalhar na adolescência. Aos 13 anos, seu primeiro emprego foi como distribuidor do jornal "The Register", na Califórnia. “Comprei uma bicicleta usada por 12 dólares e lançava jornais diariamente no jardim dos vizinhos antes de ir para a escola", conta Lange. O rendimento era de cerca de 200 dólares por mês. Mais tarde, ele teve outros empregos. "Trabalhei como cozinheiro num restaurante mexicano, vendi sapatos femininos, fui segurança de loja e até vendi vestidos de noivas", diz ele. O jovem recém-formado começou então a trabalhar na Allianz Argentina, anos antes de ingressar na Brasil Insurance.
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4. Luiz Donaduzzi, presidente da Prati-Donaduzzi
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4/10 (Divulgação)
Em 1990, o casal de farmacêuticos Luiz e Carmen Donaduzzi tocavam um pequeno empreendimento em casa. "A empresa éramos nós dois, vendendo produtos para as farmácias locais", lembra ele. Água oxigenada, mercúrio e cromo eram algumas das mercadorias comercializadas pelos Donaduzzi. "Também vendíamos chá de boldo e camomila, depois de comprar e empacotar as folhas", lembra o presidente. Em 1994, mudaram-se para o Paraná e, de lá, expandiram os negócios. Hoje, a empresa é especializada na produção de medicamentos genéricos e tem mais de 4 mil funcionários.
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5. Lloyd Blankfein, presidente do Goldman-Sachs
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Antes de se tornar presidente de um dos maiores bancos do mundo, Blankfein teve um início de carreira humilde no bairro do Brooklyn, em Nova York. Para ganhar algum dinheiro enquanto estudava, o jovem vendia cachorro-quente e refrigerante no Estádio Yankee,
segundo a revista Fortune. Outra atividade de Blankfein na juventude foi como salva-vidas - uma atividade que o fez perder peso, depois de anos lutando contra a balança
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6. Michael Dell, presidente da Dell
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6/10 (Getty Images)
A primeira ocupação do presidente da gigante da tecnologia foi como lavador de pratos em um restaurante chinês, anos 12 anos. Seu objetivo era conseguir dinheiro para sua coleção de selos,
segundo a Biography.com. Mais tarde, ele trabalharia com dados no jornal Houston Post. Sua missão era aumentar o número de assinantes do periódico, de acordo com o mesmo site.
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7. Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway
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7/10 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Um dos homens mais ricos do planeta, Buffett ingressou no mundo do trabalho de forma humilde. Aos 14 anos, o futuro empresário passava suas manhãs entregando cópias do jornal The Washington Post,
segundo o Business Insider. No mesmo ano, o futuro empresário reuniu suas economias e fez seu primeiro investimento. De acordo com o mesmo site, o jovem Buffett comprou 16 hectares de uma propriedade rural por 1.200 dólares.
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8. Oprah Winfrey, presidente da OWN
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8/10 (Stephane de Sakutin/AFP)
A primeira mulher negra bilionária teve uma juventude bastante dura.
De acordo com a Forbes, seu primeiro emprego foi numa mercearia de esquina, ao lado da barbearia do seu pai em Nashville, no Tennessee. Aos 16 anos, Oprah ingressou numa estação de rádio local, onde lia no ar as notícias do dia.
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9. Donald Trump, presidente da Trump Organization
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9/10 (Getty Images)
O magnata do setor imobiliário já nasceu rico. Mesmo assim, seu pai o incentivou a trabalhar desde cedo para que ele aprendesse o valor do dinheiro. "Meu pai foi meu melhor chefe, um exemplo de disciplina",
disse o bilionário à Forbes. O pai levava o filho para recolher garrafas de refrigerante vazias e revendê-las. "Foi meu primeiro salário, o valor de uma pequena mesada", contou o bilionário. Mais tarde, o apresentador do programa "The Apprentice", da rede NBC, também trabalhou como cobrador de aluguéis.
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10. Agora veja as formações inusitadas de executivos que chegaram ao topo
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