Carreira

Os benefícios da flexibilidade no início da carreira

O engenheiro Caio Dimov fala sobre sua paixão por dois setores completamente distintos: a consultoria e a indústria automotiva


	Mola: "É importante ter flexibilidade para descobrir coisas sobre sua personalidade profissional"
 (Rolphot/iStock)

Mola: "É importante ter flexibilidade para descobrir coisas sobre sua personalidade profissional" (Rolphot/iStock)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 14h36.

O engenheiro mecânico, formado pela USP, em São Paulo, Caio Dimov, de 27 anos, tem duas paixões profissionais: a consultoria e o mercado automotivo. Neto de dois ex-funcionários da Volkswagen, o contato com os carros sempre lhe foi bastante próximo, por isso Caio começou sua carreira nesta indústria, ainda da faculdade. “As empresas costumam ser muito grandes, o que dá oportunidade de trabalhar em diferentes áreas numa mesma companhia”, conta.

Recém-formado, Caio foi trabalhar na empresa de consultoria estratégica Roland Berger. A consultoria o encantou principalmente pela possibilidade de trabalhar em diferentes lugares, para empresas variadas. Agora ele está cursando o Master of Management and Manufacturing Program e fará um duplo diploma na Northwestern University, na Kellogg School of Business e McCormick School of Engineering. Isto quer dizer que ele poderá unir os seus dois maiores interesses.

Consultoria

“O trabalho muda muito conforme se avança na carreira, o mais legal é aprender novas atividades com frequência”, diz Caio. Além disto, a mudança de ambientes é constante, de acordo com os clientes da consultoria, o que é interessante para ganhar traquejo e experimentar diferentes lugares e tipos de relacionamentos de trabalho. “Para um recém formado, a consultoria é basicamente feita de análises”, explica.

O objetivo é sempre solucionar um problema para um cliente (uma empresa). As análises podem ser quantitativas – quando se trata de avaliar um produto ou serviço que o cliente oferece, é um trabalho com dados e números – ou qualitativas – uma análise baseada em entrevistas, que podem ser com diretores, presidentes, vice-presidentes ou pesquisa de mercado.

O crescimento na área costuma ser rápido. Um novato normalmente auxilia nos dados, mas há um consultor mais experiente para fazer a análise. “Com a experiência se ganha autonomia e passa a ser um consultor júnior, que faz as coisas sozinho”, explica Caio. Depois disso o profissional começa a liderar e ajudar outras pessoas, virando um consultor sênior, para, então tornar-se gerente.

Para o engenheiro os projetos de consultoria mais interessante são aqueles que estão ligados a entrada de companhias no mercado. “Como nos últimos anos o Brasil atraiu muitos investimentos, empresas quiseram trazer negócios para o país. Possibilitar a entrada de uma empresa no país é muito empolgante”.

Indústria automotiva

Na indústria automotiva (GM e Continental, fabricante de pneus), Caio teve a oportunidade de experimentar diversas áreas. E não, ele não era trainee, que está mais exposto a possibilidade de rotação, mas conta essa como uma das vantagens de trabalhar em grandes empresas.

Na área técnica Caio trabalhou com desenvolvimento de produtos, projetos de engenharia, desenvolvimento de protótipos, desenho de peças, cálculos de engenharia e especificações com o fornecedor. Muito do que pensava que faria quando decidiu cursar engenharia mecânica. Mas, com o tempo, ele descobriu que era possível atuar também na área administrativa. “Trabalhei marketing em vendas, finanças, transações com fornecedores e logística. Um recém-formado pode aproveitar muito disso tudo”.

Olhos abertos para o novo Após a dupla formação (MBA e mestrado em engenharia), previsto para terminar em junho de 2016, Caio tem como objetivo trazer novas tecnologias automotivas para o Brasil. “A ideia é mudar esta indústria no País. Por isso, uma das coisas que quero fazer no MBA é estudar modelos automotivos estrangeiros e entender de que maneira eles podem se aplicar no Brasil, de maneira sustentável”.

Para quem está no começo da vida profissional, o conselho de Caio é testar novas ideias, novas áreas e alternativas de carreira. “Nos primeiros dois anos de carreira há oportunidades de trainee em diversas indústrias, é um momento muito bom para descobrir do que se gosta. Acho importante também sempre ter uma visão de onde se quer chegar a curto e médio prazo”, explica. Por exemplo, se você gosta de marketing e vai trabalhar com finanças, é importante lembrar que um dia pode ser possível para unir as duas áreas.

“É importante ter flexibilidade para descobrir coisas sobre sua personalidade profissional. Se eu tivesse ficado só na indústria automotiva não teria aprendido muito sobre mim, sobre o que eu gosto profissionalmente”, afirma Caio


"Este artigo foi originalmente publicado no Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar"

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