Prédio da Engenharia Civil, um dos edifícios que compõem a Escola Politécnica da USP (Cecília Bastos/USP Imagens/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2017 às 11h30.
Última atualização em 20 de outubro de 2017 às 11h30.
Em sua 27ª edição, a tradicional avaliação de cursos superiores do Guia do Estudante mediu a qualidade de 16,7 mil graduações. A avaliação é uma pesquisa de opinião feita, basicamente, com professores e coordenadores de curso.
Eles emitem conceitos que permitem classificar os cursos em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas) e excelentes (cinco estrelas). Entenda como é feita a avaliação de cursos.
A partir da avaliação, são identificadas as melhores Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil – públicas e privadas – e aquelas que mais se destacam em oito áreas do conhecimento. Entenda os critérios do Prêmio Melhores Universidades 2017 aqui.
Veja a seguir as melhores da área de Engenharia e Produção em 2017:
Investimentos em internacionalização e inovação tecnológica são as marcas da Escola Politécnica, responsável pelos cursos da área de Engenharia e Produção
Fundada em 1893, a Escola Politécnica (Poli), na Cidade Universitária, em São Paulo, foi uma das primeiras unidades da USP a apostar na internacionalização. Seu programa de mobilidade estudantil é um dos mais atuantes na universidade, tanto que, desde sua criação, em 2000, mais de mil alunos já conquistaram duplo diploma de graduação, com certificação brasileira e estrangeira. “Além disso, também desenvolvemos pesquisas em conjunto com universidades norte-americanas e da Europa”, conta José Roberto Piqueira, diretor da Poli.
A qualidade do corpo docente da Escola também justifica as estrelas alcançadas pelos cursos – das 14 Engenharias ofertadas, 13 receberam cinco estrelas e Engenharia de Materiais ficou com quatro estrelas. Do total de professores, 98% tem, no mínimo, doutorado e, destes, 78% atuam em regime de dedicação exclusiva.
Para o diretor, a infraestrutura é outro fator que contribui para o resultado. “Apesar das restrições orçamentárias que temos enfrentado, conseguimos criar, com a ajuda de empresas parceiras, nosso próprio laboratório de inovação, que se encontra no mesmo nível das principais escolas de engenharia do mundo”, afirma.
Graças à implantação desse laboratório, as grades curriculares dos cursos foram reformuladas, incluindo novas disciplinas voltadas à engenharia de produto e ao empreendedorismo. A reforma curricular também aumentou o número de créditos em disciplinas optativas, o que possibilita ao aluno cursar, no último ano, um módulo acadêmico de outra Engenharia.
Caso queira, ele também pode cursar disciplinas dos programas de pós-graduação da Escola. “Nossa proposta é criar uma real formação multidisciplinar”, explica Piqueira. Vale mencionar ainda que o aluno do curso de Engenharia Civil pode obter dupla formação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (com mais dois anos de graduação), formando-se engenheiro e arquiteto.
Laboratórios de ponta e planos para o futuro
Na área de pesquisa, a Poli oferece mais de 100 laboratórios que contemplam diversos segmentos, como ferrovias, logística, materiais de construção e alimentos, dentre outros.
Um dos destaques é o Tanque de Provas Numérico (TPN), considerado um empreendimento científico inédito no cenário internacional. Trata-se de um laboratório integrado com processos computacionais de alto desempenho, que simulam com fidelidade sistemas oceânicos flutuantes. Para se ter uma ideia, é possível ter a dimensão real de manobrar um navio no simulador do TPN.
Para os próximos anos, além de investir cada vez mais na mobilidade estudantil e nas tecnologias de ponta, a Poli pretende colocar em prática um projeto ambicioso: o curso de Engenharia da Complexidade, em parceria com o grupo Écoles Centrales, da França.
Ainda sem data para funcionamento, a nova graduação, única no país, irá formar o engenheiro responsável por atuar em grandes obras e empreendimentos, no processamento massivo de dados em cidades inteligentes e em prevenção de desastres. Com duração de cinco anos, o curso terá, obrigatoriamente, parte das disciplinas ministradas em terras francesas.
Cursos de Engenharia e Produção da PUC-Rio promovem integração entre alunos e professores e interdisciplinaridade entre as áreas e os saberes
A PUC-Rio oferece uma série de recursos, programas e infraestrutura para que os estudantes de Engenharia se aprofundem em projetos que envolvem inovação e empreendedorismo. A universidade aposta na integração entre cursos e alunos para que os graduandos tenham uma visão mais ampla e aprendam desde o início a trabalhar em grupo.
No ciclo básico, eles têm a oportunidade de partilhar a sala de aula com colegas dos departamentos de Física, Matemática, Química e Sistemas da Informação, trabalhando em conjunto. Após a conclusão desse ciclo, cada Engenharia tem suas disciplinas específicas e, em alguns casos, também compartilhadas com outras áreas.
É o caso do curso de Engenharia de Materiais, que conta com docentes específicos da formação, como também de Química, Física e Engenharia Elétrica, além de um grande grupo de professores da área de nanomateriais.
“Essa integração é uma grande vantagem para nossos alunos, que saem com uma visão bem mais ampla da carreira”, diz o coordenador do curso, Roberto Ribeiro de Avillez. Da mesma forma, a Engenharia da Computação desenvolve projetos com alunos de Ciências da Computação e Sistemas da Informação.
Formação extensa
O domínio adicional em empreendedorismo, que consiste em créditos extras para ter uma habilitação nessa área, tem bastante procura pelos alunos das Engenharias.
Por esse motivo, os jovens são incentivados a participar do Programa de Formação de Empreendedores, do Instituto Gênesis para Inovação e Ação Empreendedora, que é a incubadora de projetos da PUC-Rio. O mesmo instituto possui uma Empresa Junior que presta consultoria para instituições privadas e públicas.
Em termos de internacionalização, a universidade possui convênio com 346 instituições estrangeiras para intercâmbio, das quais 46 específicas em Engenharia e sendo 16 para dupla titulação.
Professores altamente capacitados
Pouco mais de dois terços dos professores das Engenharias são doutores, têm dedicação exclusiva e atuam na graduação e na pós-graduação, cujos cursos estão entre os mais bem avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As pesquisas desenvolvidas por eles contam com a participação de alunos de ambos os níveis de ensino, ainda que nem todos os graduandos tenham bolsas de iniciação científica.
Os laboratórios onde são feitos os experimentos de pesquisa também são utilizados para aulas da graduação. Apenas no Centro Técnico Científico (CTC), onde estão concentradas as Engenharias, há mais de 50 laboratórios.
Projetos premiados
Diversas pesquisas e projetos são realizados pelo departamento de Engenharia e três deles se destacam pelos prêmios recebidos. O AeroRio é formado por professores e alunos que trabalham para o desenvolvimento de aeronaves não tripuladas, como drones, e já ficou entre os três primeiros lugares por três anos na SAE Brasil Aerodesign, competição nacional para universitários de Engenharia.
O RioBotz se dedica à construção de robôs de combate (tecnologia depois aplicada na indústria de petróleo e energia) e, em 2016, conquistou a terceira colocação no torneio mundial BattleBots. A equipe Baja SAE desenvolve projetos de veículos do tipo buggy e, em 2017, ocupou a sexta posição entre as equipes do Sudeste na competição nacional SAE Brasil.