Gamers usando aparelho de realidade aumentada, fabricado pela Oculus VR (Matthew Lloyd/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2017 às 16h56.
Última atualização em 18 de agosto de 2017 às 16h57.
Vinte anos atrás, pensar em colocar um par de óculos e visualizar uma realidade totalmente distinta, criada por computador, parecia ficção científica. Não é mais. Atualmente, a área de realidade aumentada e virtual já ganha cursos próprios nas universidades do mundo todo. O objetivo é formar profissionais que vão trabalhar com a pós-produção de filmes, ou mesmo desenvolvedores de aplicativos que enfoquem essa experiência. Para além disso, tais tecnologias são utilizadas em um leque extenso de áreas: medicina, educação e mesmo segurança.
Ao longo do curso na MDS, localizada em Auckland, na Nova Zelândia, os estudantes desenvolvem ferramentas que podem ser voltadas para aplicativos ou mesmo videogames que ofereçam essa experiência alternativa ao jogador.
Como destaca a diretora de comunicação do instituto, Anneliese Jackson, o curso de Tecnologias Criativas apresenta entre seus pilares o campo da Realidade Virtual e Aumentada, e tem um vínculo forte com a indústria. “Desde o primeiro dia de aula, os alunos estudam em um ambiente de estúdio, usando equipamentos e softwares de ponta compatíveis com a indústria”, diz ela.
Fundada em 1451, a instituição escocesa é um polo de pesquisa no Reino Unido em diversas áreas. No campo da realidade virtual, o destaque fica para o Master of Science em “Serious Games and Virtual Reality”. Dentro da Escola de Simulação e Visualização, as áreas mais consolidadas entre os projetos são voltadas à saúde e aos projetos interdisciplinares de educação.
Uma das linhas oferecidas durante o programa vem da parceria com o Laboratório de Anatomia Humana da universidade. É possível trabalhar com novas tecnologias para visualização em 3D aliadas à dissecação dos cadáveres, por exemplo. Projetos como esse viabilizam inovações em campos como os da cirurgia, além de permitir a criação de modelos fiéis e modificáveis de partes do corpo humano em realidade aumentada.
Outro dos campos de interesse é o da preservação de sítios históricos e arqueológicos, em que projetos como o da ONG CyArk ganham destaque. Tais iniciativas pretendem conservar e digitalizar locais ameaçados por guerras e condições climáticas, além de elaborar formas novas de visualização desses dados.
A universidade americana utiliza tecnologias de realidade aumentada e virtual em um laboratório multidisciplinar. Os pesquisadores utilizam essas ferramentas tecnológicas para atuar em áreas como a psicologia e as ciências sociais de maneira inovadora.
Entre os projetos desenvolvidos atualmente, está o Empathy on Scale, que permite aos usuários se colocar na situação de uma pessoa com um perfil totalmente diferente. Se você for um jovem de vinte e poucos anos, através do programa pode encarnar um senhor idoso com dificuldade de locomoção em situações simuladas detalhadamente. O objetivo, como o próprio nome denuncia, é elaborar uma forma eficaz de ensinar empatia.
Iniciativas como a Sustainable Behaviors apostam também na dramatização por parte dos participantes, dessa vez inseridos em um cenário de mudança climática extrema. Nesse caso, cada atitude dentro da realidade virtual desencadeia consequências graves logo de cara, visualizadas pelo voluntário da pesquisa. Com isso, a ideia é identificar se tais experiências motivariam mudanças de hábito entre as pessoas.