Carreira

O vaivém de executivos continua nas empresas

A busca de gerentes, diretores, vice-presidentes e presidentes deverá crescer de 5% a 10% neste ano, segundo pesquisa da VOCÊ S/A com 14 grandes empresas de recrutamento

Os setores de educação, varejo e saúde deverão movimentar a procura por mais executivos neste ano (Renato Pizzutto/EXAME.com)

Os setores de educação, varejo e saúde deverão movimentar a procura por mais executivos neste ano (Renato Pizzutto/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 19h46.

São Paulo - O ano de 2012 pode ter decepcionado muita gente dado o  crescimento econômico  de apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB — a soma das riquezas produzidas pelo país), ante a previsão inicial de 4,5%, feita pelo Ministério da Fazenda. No entanto, para quem é responsável pela maior parte das contratações de altos executivos para grandes e médias empresas do país, 2012 foi ótimo.

As consultorias especializadas no recrutamento de gerentes, diretores, vice-presidentes, presidentes e conselheiros cresceram 27% no ano passado em relação a 2011, segundo a filial brasileira da Associação de Consultores de Executive Search (Aesc, na sigla em inglês). Para 2013, a estimativa mais conservadora é expandir entre 5% e 10%. Os profissionais mais procurados pelos headhunters deverão ser engenheiros com formação em gestão para infraestrutura, diretores comerciais e financeiros para os setores de varejo, financeiro, saúde e educação.

Não se sabe ao certo quantas consultorias de busca de executivos atuam no Brasil. Estima-se em torno de 50. Para entender quais as perspectivas de contratação para este ano e de que maneira você pode entrar no campo de visão desses verdadeiros caçadores de talentos, a VOCÊ S/A fez uma pesquisa com as afiliadas brasileiras da Aesc.

São 21 associadas no Brasil e mais de 300 no mundo, que representam uma indústria que fatura 10 bilhões de dólares e movimenta globalmente 70 000 executivos seniores por ano. Das 21 empresas de recrutamento sondadas pela reportagem, 14 responderam à pesquisa da VOCÊ S/A. O levantamento procurou identificar o perfil de cada empresa, os clientes para os quais elas prestam serviço, como chegam ao candidato e quais as perspectivas do mercado para 2013.

Todos os respondentes estão otimistas com os próximos dois anos — e tem explicação para isso. “Há muitas plantas industriais com previsão para serem inauguradas neste ano”, diz Luiz Carlos Cabrera, chairman do comitê da Aesc e sócio da Amrop Panelli Motta Cabrera.

De acordo com o economista Juan Jensen, sócio da consultoria econômica Tendências, 2013 tende a ser melhor do que o ano passado. “Os setores ligados à demanda doméstica, particularmente supermercados, alimentos em geral, serviços, educação e saúde, deverão continuar crescendo”, diz Juan. A Tendências prevê um PIB de 3,6% para este ano.

Contudo, a criação de empregos em geral deverá ser menor da que houve em 2012, o que não quer dizer que haverá aumento de desemprego. “Isso porque as indústrias que retiveram mão de obra desde o final de 2011 vão utilizar o pessoal para ampliar a produção”, diz Fábio Romão, economista da LCA Consultores. O nível de desemprego deverá ficar em 5,3%, apenas dois pontos percentuais abaixo de 2012 e o PIB pode chegar a 4,3%, conforme a LCA.

Cenário externo

O futuro do Brasil, entretanto, está incerto por causa da Europa, na avaliação do economista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria Empresarial. “Mesmo que os americanos saiam da crise, e disso ficaremos sabendo no início deste ano, ainda dependeremos da zona do euro para saber se 2013 será um ano melhor do que 2012”, diz Ricardo. Independentemente da questão europeia, Fábio Romão, da LCA, acredita que o nível de contratação de executivos neste ano será proporcional ao desempenho do PIB.


“As empresas vão ter de buscar soluções para crescer sem aumentar muito seu quadro de funcionários — e esses profissionais mais estratégicos são indispensáveis nesse momento”, diz Fábio. Ricardo Rocco, sócio-diretor da empresa de busca de executivos Spencer Stuart, também aposta na melhora para o mercado de executivos em 2013. “A expectativa é que o mercado acelere mais. É difícil dizer quanto, pois os sinais externos não são bons”, diz. “Mesmo assim, acredito que o Brasil continuará sendo prioridade dos investimentos externos.” 

E, quando isso acontece, existe uma demanda por profissionais capacitados, seja para substituir, seja para assumir novos cargos. Se, por um lado, a busca de profissionais desse nível vai crescer entre 5% e 10%, conforme a Aesc, por outro lado, o faturamento desse setor será de 10% a 15% superior ao do ano passado, segundo Cabrera. “Além dos setores tradicionais ligados à indústria, a área de saúde também vai aumentar as contratações de executivos. Na educação teremos a busca de reitores profissionais para as universidades privadas”, diz.

Redes sociais

Mesmo as redes sociais, como o LinkedIn, que dão maior visibilidade às pessoas e encurtam o caminho entre profissionais e empresas, o que dispensaria os serviços de busca de executivos, não são vistas como ameaça a esse mercado. “Quanto mais sênior e complexa for a posição, mais difícil será para as redes sociais fazerem esse trabalho”, diz Ricardo Rocco, da Spencer Stuart.

Não por acaso, 85% dessas consultorias continuam utilizando métodos tradicionais, como a rede de contato e o banco de currículo, na hora de partir para a busca do profissional ideal que procuram. Das que disseram usar as redes sociais para esse fim, 85% afirmaram utilizar o Linkedin como única ou primeira fonte de pesquisa em rede social. Se 2013 vai ser mesmo um ano melhor para os executivos, aproveite o momento e se apresente para essas empresas.

Acompanhe tudo sobre:Edição 176EmpregosEmpresasExecutivosgestao-de-negociosRecrutamento

Mais de Carreira

Ele trabalha remoto e ganha acima da média nacional: conheça o profissional mais cobiçado do mercado

Não é apenas em TI: falta de talentos qualificados faz salários de até R$ 96 mil ficarem sem dono

Ela se tornou uma das mulheres mais ricas dos EUA aos 92 anos – fortuna vale US$ 700 mi

Entrevista de emprego feita por IA se tornará cada vez mais comum: ‘É real, está aqui'