Transmissão clara e autêntica: uma mensagem significativa é a base de um bom discurso.
Redator na Exame
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 14h08.
Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 14h08.
A preparação para um bom discurso vai além da oratória em si. É sobre transmitir uma mensagem clara e com propósito, sem que o excesso de palavras ou slides tome o lugar de uma comunicação genuína. Muitas vezes, o medo de falar em público leva o palestrante a preparar um discurso defensivo, preenchido de pontos excessivos e ilustrações complexas que acabam prejudicando a conexão com o público. Esse nervosismo comum não apenas obscurece a clareza da mensagem, mas também cria uma distância entre o orador e sua audiência. As informações são do Financial Times.
Para alcançar um discurso eficaz, é essencial que o orador comece refletindo sobre o que realmente quer comunicar. Independentemente do tema, um bom discurso precisa ter uma base sólida em algo que o apresentador realmente acredita e deseja compartilhar. Estar ciente da própria intenção é o primeiro passo para transformar o tempo no palco em uma experiência enriquecedora tanto para o orador quanto para o público.
A ansiedade de estar diante de uma audiência faz com que muitos sobrecarreguem o discurso com informações ou anedotas desnecessárias. Porém, um bom discurso não é medido pela quantidade de dados ou palavras, mas pela capacidade de sintetizar o que realmente importa. Ao invés de tentar “encher” o tempo com fatos irrelevantes, concentre-se em poucas ideias, permitindo que cada uma tenha tempo para ser assimilada. É muito mais eficaz manter o público envolvido em uma mensagem clara do que perder sua atenção com excessos.
Ver um discurso como uma tarefa a ser superada é um erro comum. Em vez disso, trate-o como uma chance de compartilhar algo valioso com o público. Ter o microfone em mãos e a atenção das pessoas é um privilégio que deve ser aproveitado. Independentemente do tema, a apresentação pode ser uma oportunidade para inspirar, informar ou até desafiar as pessoas a pensar de outra forma. Como Chris Anderson, do TED Talks, sugere, um discurso cativante tem uma “linha mestra” que une cada história, dado ou ideia, criando uma estrutura sólida e coerente.
A linha mestra é a ideia central que conecta todos os pontos do discurso, evitando que o público se perca com informações desconexas. Para encontrar sua linha mestra, reflita sobre o que quer deixar claro e como deseja que sua audiência se sinta ao final. Através dessa conexão entre as ideias, é possível variar o tom e o ritmo do discurso, garantindo que tudo tenha um propósito alinhado à mensagem principal.
O nervosismo é natural, mas não precisa comprometer seu desempenho. Muitos palestrantes iniciam seus discursos em uma posição defensiva, temendo cometer erros ou esquecer o que têm a dizer. Esse medo, no entanto, leva a atitudes que, em vez de reduzir a ansiedade, afastam o público. A chave está em reconhecer a importância de seu tema e focar em transmitir uma ideia clara e autêntica. Encare o discurso como uma conversa, onde o mais importante é o que você tem a compartilhar.
Ao falar de temas complexos, como saúde e segurança no trabalho, muitas vezes é difícil captar a atenção do público. Um exemplo de abordagem é criar uma mensagem como “detalhes simples podem salvar vidas” para ressaltar a importância de cada detalhe. Outro caminho é conectar a saúde e segurança ao aumento da produtividade: “prevenir acidentes economiza tempo e recursos”. Adaptar a mensagem ao seu público, mantendo-se autêntico, é essencial para capturar e manter o interesse.
Falar bem em público é desafiador, mas preparar-se com clareza e confiança naquilo que se quer transmitir é a chave para o sucesso. Em vez de evitar o desconforto, acolha a oportunidade. Antes de se preocupar com o tempo ou com os detalhes técnicos, pergunte a si mesmo o que você realmente quer que o público leve consigo.