São Paulo – Vantajosa até 2014 para quem era qualificado, a lei da oferta e da procura agora é algoz dos
salários no Brasil. Com menos
oportunidades e mais gente disponível no
mercado, profissionais estão aceitando salários menores para conseguir emprego mais rápido. Pesquisa feita pela consultoria de recrutamento Page Personnel mostra que remunerações médias estão até 43% mais baixas. O tempo de recolocação também aumentou. “No começo de 2015, um engenheiro de projetos demorava entre 3 e 6 meses para conseguir emprego na área de construção civil, a mais afetada pela crise. Hoje este período dura até um ano”, diz Lucas Oggiam, gerente da Page Personnel. O salário para este profissional também podia chegar até 12 mil reais, mas hoje contratações são fechadas por, no máximo 8 mil reais. “Em todas as áreas ainda há posições que têm salários altos para profissionais de nível sênior, mas em menor número do que antes. Por isso as pessoas estão mais dispostas a ganhar menos para não esperar tanto tempo para conseguir emprego”, diz Oggiam. A expectativa dos profissionais em relação a salário é que mudou com a chegada da crise e o consequente mau humor do mercado. Para alguns cargos que estavam inflacionados pela alta exigência técnica, trata-se de um ajuste. É o caso de posições na área de TI e de na área financeira contábil. “Devemos ver uma estabilização para estes cargos já que os profissionais estavam ganhando muito acima da faixa”, diz. Em relação à demora para conseguir emprego, o gerente da Personnel afirma que há empresas que estão bem mais criteriosas para contratar. “ Temos visto processos seletivos com até cinco etapas”, diz. Por outro lado, ele também diz que há processos seletivos relâmpago. “É oito ou oitenta. Ou as empresas nos procuram desesperadas e fecham a contratação em uma ou duas semanas, ou são processos mais morosos”, diz. Confira, nas fotos, quais são os profissionais que estão vendo a régua salarial cair e qual o tempo médio para conseguir emprego, segundo os dados da Page Personnel.