Carreira

O RH chega às agências

Elas estão profissionalizando a área, o que aumenta as oportunidades de carreira nesse mercado

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 16h59.

São Paulo - Nos últimos dez anos, as empresas vêm investindo em duas frentes quando o assunto é gestão de pessoas. Primeiro, querem ter um departamento de recursos humanos ativo, mais do que ter simplesmente uma área para processar a folha de pagamento. Segundo, estão implantando práticas de gestão para atrair e reter pessoas.

Essas duas preocupações estão chegando às agências de publicidade, movimento que traz benefícios para todas as áreas do negócio e tem a ver como um jeito mais profissional de encarar a empresa.

Neste ano se forma a primeira turma de 37 gerentes da Talent, com sede em São Paulo, em um programa de desenvolvimento por meio de coaching para melhorar a capacidade de trabalhar em equipe e agir de acordo com as mudanças rápidas no mercado. O grupo faturou 871 milhões em 2008 e tem 250 funcionários entre São Paulo e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

“Os clientes ficaram muito grandes e as verbas também. Queremos gente com visão de negócios, e não mais fechada em seu departamento”, diz José Eustachio, sócio-diretor da Talent, que tem entre seus clientes o banco Santander e a Votorantim. 

Primeira em faturamento no país — com 4 bilhões de reais em 2008 —, a Young and Rubicam (Y&R) também está mudando a gestão dos funcionários. “Em 2009, montamos a espinha dorsal do departamento de recursos humanos na empresa, que vai orientar as contratações no futuro”, diz Elise Passamani, diretora de RH do grupo Newcomm, de São Paulo, que engloba a Y&R e outras quatro agências.

A empresa instituiu um programa de mentores internos, fez a adequação de salários baseada em uma política de meritocracia e vem contratando gente que se inscreveu em seu site. O detalhe ainda é estender todo esse esquema para a área de criação, que está mudando, mas bem menos.

“As contratações nessa área funcionam mais por indicação, é um pouco diferente de outros departamentos”, diz Elise. É possível, no entanto, que em algum tempo isso também mude. “A essência criativa tem que continuar, mas os publicitários de hoje precisam ter a visão da empresa com orçamento, lucro, receita”, diz José Eustachio.

As mudanças fazem parte de um movimento de profissionalização. Um passo importante aconteceu em 2007, quando o fundo de investimentos Gávea comprou 10% do grupo de Nizan Guanaes, que passou a se chamar ABC e  engloba as agências DM9, Africa, MPM, Loducca e BFerraz, entre outras.

A entrada de um fundo de investimentos em uma empresa representa uma cobrança maior por resultados, o que geralmente leva a mudanças na gestão e governança. Tanto que o próprio ABC está em um movimento para transformar a gestão de pessoas em suas agências. A boa notícia para os profissionais é que tudo isso abre oportunidades para quem quer fazer carreira na área.

Um exemplo é o do paulistano Claudio Yamaguchi, de 27 anos, que foi contratado como supervisor de planejamento pela Y&R em 2008 por meio do banco de currículos no site da empresa. “Vejo a projeção da carreira que posso fazer aqui dentro”, diz Claudio. Em vez de procurar apenas a criatividade, daqui pra frente as agências vão privilegiar quem tiver uma visão integrada do negócio.

Acompanhe tudo sobre:Edição 141[]

Mais de Carreira

Como responder "Como você lida com tarefas fora da sua zona de conforto?" na entrevista de emprego

Essas profissões do mercado financeiro vão bombar em 2025, diz estudo; salários chegam a R$ 86 mil

5 dicas para melhorar a comunicação em equipes remotas

3 coisas que você pode aprender com Jeff Bezos sobre como tomar decisões inteligentes