Carreira

O que fazer quando o (a) ex trabalha na mesa ao lado

Especialista dá dicas de como minimizar os prejuízos e manter a produtividade em alta no trabalho


	No trabalho, ter um (a) ex na mesa ao lado é difícil e pode comprometer a produtividade na empresa
 (Gabriel Bouys/AFP)

No trabalho, ter um (a) ex na mesa ao lado é difícil e pode comprometer a produtividade na empresa (Gabriel Bouys/AFP)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 12h36.

São Paulo - A situação é delicada para a carreira. No começo eram só flores e o namoro com um colega de trabalho ia às mil maravilhas. Mas a relação acabou. E encontrar o (a) ex todo dia é um inevitável martírio corporativo.

A situação descrita acima é mais comum do que parece, diz Mike Martins, coach e Diretor Executivo da SLAC (Sociedade Latino Americana de Coaching). "Já vi inúmeros casos, muitos executivos trazem estas questões", diz.

Com uma jornada de trabalho cada vez mais longa dentro das empresas, é natural que surjam romances. Embora ele recomende que haja muita cautela neste aspecto, o início da relação é menos prejudicial à produtividade do que o fim dela. "No início as pessoas estão alegres, sabem que têm que manter o trabalho bem feito e que os colegas  estão observando. No final, não há nada disso, é muito mais desafiador", explica.

Mas se a relação não foi pra frente e o (a) ex trabalha na mesa ao lado, o que fazer pra não perder o foco e manter o desempenho em alta? "Não há remédio de cura rápida, mas é possível amenizar este processo para que o profissional não prejudique sua imagem dentro da empresa", diz Mike Martins. Confira algumas dicas do especialista para atravessar esta fase de uma forma menos traumática:

1 Converse com quem já passou por isso

A troca de experiências é sempre enriquecedora. Se a situação é tão comum, não vai ser difícil encontrar alguém que tenha superado um término de relação com um colega do trabalho.

"É bom para entender melhor como os outros lidaram com as circunstâncias", diz Martins. "A pessoa pode até não demonstrar mas está lidando com sentimentos de perda, culpa e fracasso."

Se não encontrar ninguém que tenha trabalhado com um (a) ex, ler livros sobre o tema pode ser uma boa opção, diz Mike. "Títulos sobre inteligência emocional são úteis", diz.


2 Desenvolva técnicas para barrar neuroassociações

Um objeto, uma música, um perfume, tudo remete à relação que terminou. O nome dessa "tortura" mental é neuroassociação. "Coloque novos objetos na mesa de trabalho, retire tudo o que lembra a pessoa", recomenda Martins.

Já que é inevitável compartilhar o ambiente, o que torna a recuperação mais lenta, mude a sua rotina na empresa. "Mude horário de almoço, evite os restaurantes em que frequentavam juntos".

Se basta olhar para o lado para relembrar tudo, Martins sugere adotar estratégias de comunicação intrapessoal. "É a comunicação da pessoa com ela mesma", explica. Conseguir controlar o assunto na própria mente é uma habilidade que pode ser desenvolvida com o tempo e a prática. Assim, quando as lembranças surgirem, vai ficar mais fácil pensar em outras coisas.

3 Estabeleça metas

Novos objetivos, novo horizontes. Saber o que quer e desenvolver mecanismos de como chegar lá são grandes aliados no processo de recuperação, diz Mike. "O trabalho deve ser focado nos resultados".

Uma vez que a vida amorosa está em suspenso, dar mais atenção à carreira é uma das possibilidades. Trabalhar algumas horas a mais e se envolver em novos projetos dentro da empresa vão trazer mais ânimo.

Também pode ser a hora certa para fazer uma especialização, ou planejar um curso. O mais importante, diz Mike, é ter certeza de que é um momento que pode ser superado. "A sabedoria adquirida agora poderá ser bem aplicada no futuro, para lidar com novas relações", diz Martins.

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