(N-sky/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 12h46.
Você sabia que o estresse pode ser bom para sua performance no trabalho? Porém todo mundo também sabe que tudo em excesso faz mal. No Summit de Saúde Mental nas organizações, especialistas em estresse no trabalho do Kets de Vries Institute contam que existe um ponto em que o aumento de estresse começa a ser prejudicial para o trabalho, diminuindo a performance e causando exaustão.
A parte mais difícil é conseguir avaliar qual o nível de estresse que começa a ser tóxico para cada um. Para Claire Finch, diretora no instituto especializado em liderança e bem estar no trabalho, será mais importante do que nunca entender o impacto do estresse em nós mesmos e nas equipes. E começar conversas sobre saúde mental no trabalho.
A especialista explica que deve ser uma missão das empresas e seus líderes focar em três frentes no próximo ano: entender o impacto da crise atual em sua cultura, aumentar a resiliência de seus times e promover saúde mental.
E seus colegas do instituto, a professora Caroline Rook e o médico Thomas Hellwig, ensinaram na palestra uma ferramenta básica que todos podem usar já para fazer a triagem emocional de times ou pessoal.
Atenção: o exemplo dos especialistas envolve ovelhas, então fique com a imagem a seguir em mente.
A ferramenta chama APGAR e o nome foi inspirado na pediatra que criou um método usado internacionalmente para checar sinais de complicações na saúde de bebês recém-nascidos. “Não é um diagnóstico profundo, mas mostra sinais no bebê para se prestar atenção e investigar. Usamos isso como um modelo para avaliar de forma simples os sinais de estresse”, explica o médico.
A triagem, então, tem três passo: checagem inicial, avaliação mais profunda com indivíduos e ações.
É perguntar para a equipe como estão se sentindo, seus níveis de energia e problemas que enfrentaram recentemente.
Aqui entra a ferramenta APGAR. Ao falar com as pessoas, preste atenção para os sinais de estresse em cinco áreas. Elas são: físico, mental, espiritual, emocional e social. Dessa forma, o gestor pode ficar atento a mudanças e sinais nas áreas centrais de saúde.
Em todos os pontos, as perguntas do gestor não precisar ser diretas. A avaliação pode ser feita naturalmente nas conversar, mas prestando mais atenção para sinais negativos nas áreas. Na administração do estresse, muitas vezes há um ponto fraco que pode ser melhorado.
Os especialistas recomendam começar usando a imagem das ovelhas (sim, elas voltaram). São duas simples questões para começar a colocar em prática: na escala das ovelhas, como você se sente hoje? E pode compartilhar uma coisa que te dá energia durante uma crise?
Para tomar uma atitude e ajudar uma pessoa sofrendo com estresse, os especialistas recomendam que os gestores (ou colegas de trabalho) considerem três categorias:
Confira a palestra completa aqui e a tradução simultânea aqui. E veja a programação do último dia do Summit de Saúde Mental:
Das 9h às 10h
Triagem Emocional: Uma Ferramenta Para os Primeiros Sinais de Estresse
Claire Finch (client director do Kets de Vries Institute), Caroline Rook (associada do Kets de Vries Institute e professora da Henley Business School, UK) e Thomas Hellwig (associada do Kets de Vries Institute e professor adjunto do Insead França)
Das 17h às 18h
Como Construir um Business Case Para Investir em Saúde Mental na Sua Organização
Raquel Conceição (diretora de saúde corporativa do Hospital Albert Einstein) e Maria Susana de Souza (vice-presidente de RH da RaiaDrogasil)
Das 18h às 19h
Impactos Positivos e Desafios de Endereçar Saúde Mental nas Organizações
Luciana Paganato (vice-presidente de RH da Unilever), Mariana Holanda (diretora de saúde mental da Ambev) e Moisés Marques (diretor de RH da Novo Nordisk)
Das 19h às 20h
Geração Z: Saúde Mental e Futuro do Trabalho
Para participar e enviar perguntas aos painelistas, inscreva-se gratuitamente aqui.