Tecnologia: quer uma vaga nessas empresas? (BartekSzewczyk/Thinkstock)
Luísa Granato
Publicado em 22 de outubro de 2018 às 15h00.
Última atualização em 22 de outubro de 2018 às 15h00.
Com passagem em diversas empresas de tecnologia e mídia, o membro da Rede de Líderes da Fundação Estudar Paulo Lemgruber tem boas noções do perfil busca por essas organizações, tão desejadas pelos jovens.
Antes de ser vice-presidente de International Business Affairs da Audible, uma companhia da Amazon especializada na distribuição de audioprodutos (setor no qual é líder mundial), passou pela Sony Pictures, AOL e Comcast. Além disso, se aventurou no mundo do empreendedorismo, com duas startups que fundou: Latino.com e Bookish.
Os anos de experiência trouxeram diretrizes claras do que procura – e do que o mercado procura – nos candidatos. Confira suas dicas!
Principais características do perfil
A Amazon orienta suas ações (até de contratação) com base em 14 princípios de liderança, que podem ser conferidos em sua página de carreiras. Deles, o vice-presidente da Audible pontua três como os mais importantes para conseguir uma vaga.
Obsessão pelo cliente:
“[Líderes] trabalham com determinação para conquistar e manter a confiança do cliente”, diz o site da Amazon.
Estar pronto para agir:
“Nós valorizamos a tomada de risco calculada.”
Entregar resultados
“Líderes focam nos fatores-chave para o seu negócio e os entregam com qualidade adequada e em tempo hábil.”
“Acho que qualquer empresa de tecnologia está procurando pessoas que tenham essas características”, destaca Paulo. Ele acrescenta uma outra característica vantajosa – e que também é protagonista de um dos princípios da Amazon – a curiosidade por conhecimento, relacionado ao trabalho ou não.
Segundo ele, quem está interessado na área de tecnologia deve fazer um esforço para saber as últimas tendências e conhecer os principais players.
Para tanto, ele recomenda assinar newsletters especializadas, como a do site Recode Daily, do Media Redefined, Winners & Losers, do site Gartner L2, do Ben-Evans e a do Andreessen Horowitz.
As competências sociais, ou social skills, são bastante valorizadas pelo setor. Isso porque o trabalho em equipe é frequente em tecnologia. E, inclusive, um dos princípios de liderança da Amazon se baseia nessa necessidade. Na Audible, por sua vez, Paulo afirma que ela é “imprescindível”.
Principalmente, para que o profissional consiga desenvolver relacionamentos para chegar ao objetivo de desenvolver um projeto ou chegar a um resultado. No processo de seleção, não só avaliam isso, como se o candidato tem fit cultural com a companhia.
Será que é valorizada a ponto de, se preciso, ser preferível contratar alguém que as tenha, do que alguém que tenha as competências técnicas bem desenvolvidas?
“Depende muito do nível em que a pessoa está. No nível sênior, tendemos a ter uma expectativa de que a pessoa tem uma experiência técnica”, explica o vice-presidente. Para os menos experientes, como recém-formados, a empresa se abre mais à possibilidade de treinar depois da contratação.
No mercado de tecnologia, há espaço para os generalistas e especialistas. Para o vice-presidente, esse ponto varia de acordo com a vaga pretendida pelo profissional.
Quando a pessoa tem pouca experiência e busca se posicionar em uma área não-técnica, ter uma visão maior, capacidade de pensar grande e um background mais generalista pode trazer vantagens. No entanto, para os cargos técnicos, a especialização é mais frequentemente exigida.
Seu time na Audible, por exemplo, conta até com médico e mestre em Antropologia. “Para nós é super importante ter uma grande diversidade na equipe”, diz ele. “Essas pessoas não tem necessariamente uma especialização, mas têm habilidade de pensar grande.”
Algumas empresas grandes e referência no setor de tecnologia, como Google e IBM, não exigem diploma. Em vez disso, baseiam sua seleção em habilidades. Segundo Paulo, a escolha de não ter esse critério entre os requisitos tem finalidades práticas também.
Em alguns lugares em que há escassez de profissionais, como os Estados Unidos, não exigir graduação é uma forma de ampliar o leque de possíveis candidatos. Dessa forma, nada garante que será assim no futuro, alerta ele.
Porém, ele não descarta o ensino superior como uma vantagem forte na hora de conseguir emprego. “Se não conseguirmos contratar uma pessoa que tem diploma, há uma flexibilidade, mas não é o ideal”, afirma.
Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar.