São Paulo - Se o calendário de provas de concursos públicos não para, o de festividades também não. E o desafio para concurseiros é conciliar livros e brindes com seus familiares e amigos neste fim de ano.
Fazer uma pequena pausa e descansar um pouco nos feriados de Natal e Ano Novo pode ser uma estratégia até para ganhar mais produtividade.
É o que diz Marcelo Marques, diretor do Concurso Virtual. “Porém, recomendo moderação, pois, se houver exageros nas comemorações, o plano de estudo poderá ser prejudicado”, diz o especialista.
Mas, de três concurseiros entrevistados, apenas um disse estar planejando um intervalo nos estudos a partir de 21 de dezembro, logo após fazer uma prova de concurso.
“Mas o prazo é curto, para não me acostumar. Pretendo voltar ao ritmo logo no dia 2 de janeiro”, diz Ohara Santos.
Os outros dois, Roselane Barbosa e Claudemar França, alunos do Universo do Concurso, vão seguir o calendário sem pausas.
“Manterei a rotina diária de estudar duas horas e meia dando atenção aos itens programados para a semana. Datas comemorativas não me impedem de cumprir esse compromisso”, diz Roselane, concurseira da área jurídica e de segurança.
“Aos 62 anos, não posso deixar as festas do fim do ano passarem para voltar a estudar”, diz França. Ele planeja passar as noites de festas com a família, para logo em seguida retornar aos livros e apostilas.
Quem está sendo mais estratégico? Confira o que dizem 4 especialistas em concursos públicos:
1. “Não pare totalmente de estudar”
É o que indica Rodrigo Janiques, professor do Universo do Concurso. “O que pode ser feito, é uma breve redução na carga horária ou na quantidade de disciplinas estudadas. Parar totalmente não é o ideal, afinal os concursos não cessam”, diz.
Para ele, é fundamental que o concurseiro trace um plano de estudos com conteúdos abordados, material utilizado, exercícios para resolver e horários para estudo e aulas.
2. “A estratégia é sempre o foco”
Marcelo Marques, diretor do Concurso Virtual, indica que uma pausa pode até ser incluída no plano de estudo. Mas perder o foco no objetivo final, a aprovação, jamais.
“Se a decisão é por estudar, que o faça sem arrependimento. O contrário também vale. Não fique pensando que poderia estar estudando e não está”, diz.
Para quem não abre mão de descanso, a dica é reforçar os estudos assim que passarem as festas.
3. “No mundo dos concursos não passa o mais inteligente, mas, sim, o mais esforçado e dedicado”
“Não existem gênios da lâmpada que , sem estudar, alcançam o cargo público”. É o que diz Pollyana Dieine, professora de direito administrativo e especialista em concursos.
Para ela, o ideal é que cada um encontre a sua fórmula de sucesso, sem se deixar desmotivar pelo período de férias. Para ela, é sempre bom lembrar que aprovação é uma questão de foco e perseverança.
“O segredo é não parar de vez, talvez diminuir um pouco a carga horária de estudos e tirar um tempo para curtir familiares, amigos ou para fazer um balanço geral de como foi o ano e o que deseja para o ano que vai entrar. Traçar novas metas e reforçar as antigas é uma boa estratégia”, diz.
4. “Interrupções atrapalham a sedimentação do conhecimento”
Para o advogado especialista em concursos, Sérgio Camargo, quem mantiver o ritmo de dedicação certamente sai na frente de colegas que optarem por deixar os estudos completamente de lado neste período.
“O candidato deve ter em mente que o sucesso em concursos depende da sedimentação de conhecimento e interrupções não contribuem para isso. Ao contrário, prestam-se a desmotivar e interromper os estudos que podem já ter tomado ritmo adequado após longa dedicação”, diz.
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1. No topo da lista de aprovados
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1/8 (Getty Images)
São Paulo - Se conseguir a aprovação em um
concurso público já uma grande alegria, imagine conquistar a vaga e ser classificado em primeiro lugar? Este foi o feito destes concurseiros. No topo da lista de aprovados de concursos como o da
Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Tribunal Regional do Trabalho, do Tribunal Regional Federal, da Receita Estadual do Rio de Janeiro, Petrobras e
Ministério da Fazenda, estes concurseiros revelam como foi o tempo de preparação e quais foram as melhores táticas de estudo no caso deles. Clique nas fotos, confira o que eles disseram e que serve de inspiração para quem ainda está na trilha rumo aprovação:
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2. João Renda Fernandes: 1º lugar no concurso de juiz do Trabalho no TRT 18ª região
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2/8 (Divulgação/João Renda)
Assim que se formou em Direito, João Fernandes já começou a se dedicar aos estudos para concursos públicos. Foi advogado concursado do IRB-Brasil Resseguros e do SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados. Foi aprovado em outros concursos, mas não assumiu, como o de advogado da Petrobras Distribuidora e da Dataprev, conta. Em 2009 assumiu como oficial de Justiça Avaliador, no TRT da 1ª Região, onde trabalhou 4 anos. Para concursos de juiz do trabalho, a preparação foi de dois anos, mas a bagagem dos concursos anteriores ajudou muito, diz. Mas, como também trabalhava, não ficava estudando por horas a fio. “Mas sempre procurei manter o estudo e a atualização jurídica como elementos constantes e regulares em minha vida”, diz. Estudava em bibliotecas e em ambientes tranquilos. “Procurava esquecer o mundo externo, em especial o celular, durante as horas de estudo para aproveitar ao máximo os momentos de concentração”, conta. Também frequentou o curso preparatório Toga, no Rio de Janeiro, durante um ano e meio. A tática de fazer resumos o ajudou bastante. “Sobretudo em momentos nos quais era necessário fazer uma breve revisão”, diz. Realizar provas de concurso trouxe lições essenciais, diz Fernandes. “Cada questão que erramos e cada etapa não superada representam um aprendizado. Tirei muitas lições também nas reprovações”, diz. Dificuldades no caminho? Muitas, diz ele. “Nas sábias palavras de Fernando Pessoa: pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo”, cita.
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3. Ricardo Pereira: 1º lugar em concurso de agente da PRF
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3/8 (Divulgação)
As carreiras policiais sempre foram a paixão profissional de Ricardo Pereira. Ele conta ter se preparado por três anos e meio até ser aprovado em 1º lugar no concurso de agente da Polícia Rodoviária Federal, em 2013. “O tempo que realmente tinha para estudar ao longo do dia girava em torno de 4 a 5 horas”, diz ele, que dividia o tempo entre trabalho e estudo. Com isso, Pereira procurava aproveitar ao máximo o tempo disponível: “ouvia a matéria em mp3 durante deslocamentos e lia os resumos que fazia no intervalo de almoço”. À noite, lia livros, apostilas e assistia a videoaulas. Aluno do curso online Agora Eu Passo, Pereira destaca o planejamento como um fator incontroverso para seu sucesso. “Devem ser estabelecidos objetivos de curto, médio e longo prazo, ou seja, as matérias, capítulos, exercícios que deverão ser estudados semanalmente, mensalmente e semestralmente”, explica. Para isso ele elaborou uma planilha de estudos. “Encaixava 2 a 3 matérias por dia, de acordo com a necessidade, e assistia a 2 ou 3 videoaulas de 30 minutos cada”, conta. Reservando uma hora a uma hora e meia para cada matéria, Pereira separava ainda 15 minutos iniciais para as revisões dos pontos estudados anteriormente e um tempo final para resolver questões.
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4. Érico Teixeira: 1º lugar como juiz do TRF
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4/8 (Divulgação/Érico Teixeira)
A preparação de Érico Teixeira, aprovado em primeiro lugar no concurso de juiz do TRF 2ª Região, em 2003, começou desde os tempos da faculdade. “Antes de ser aprovado na magistratura federal, fui aprovado em outros concursos, como técnico judiciário do TJRJ, advogado da FINEP e procurador federal da AGU”, diz. Além do tempo de faculdade, foram mais 4 anos de estudo. “Especificamente para a magistratura federal, estudei por um ano. Mas já havia toda uma base da preparação anterior para outros concursos da área jurídica”, conta. Ele estudava diariamente e acredita que o mais importante é que o candidato tenha rotina de estudos. Durante a preparação,eram de duas a três horas por dia. Após ser aprovado para a segunda e terceira fases do concurso, estudava todo o tempo disponível. “Aí são 6, 7, 8 horas por dia”, diz. Fez cursos preparatórios, aos sábados, porque trabalhava durante a semana. “Sim, é possível trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Dos cursos que fiz, para a magistratura federal, destaco o Ênfase, que me ajudou muito, principalmente na preparação para a prova de sentença”, diz. Segundo ele, que hoje é também professor do Ênfase, o concurseiro deve elaborar um plano de estudos, a partir do tempo que tem disponível para estudar. “É importante estudar todas as matérias. Outro ponto que me ajudou foi estudar através de resumos e anotações de aulas”, conta. Seu maior segredo para passar? “Estudar com frequência, sempre, e de forma contínua”, diz.
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5. Marcelo Ferreira: 1º lugar no concurso de técnico de administração da Petrobras
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5/8 (Galdieri/Bloomberg)
Por dois meses, Marcelo Ferreira estudou oito horas por dia para se preparar para o concurso de técnico de administração e controle pleno da Petrobras. Deu certo, e ele foi aprovado em 1º lugar em 2010. Sua tática de estudo era ancorada na elaboração de resumos de tópicos do conteúdo programático do concurso e na resolução de muitas questões de provas anteriores e simulados. Atentar ao edital também é essencial. “No meu caso, pude focar mais nas matérias específicas e um pouco menos nas básicas, já que estas só seriam de caráter eliminatório e aquelas eram classificatórias”, diz. Estratégia para resolver a prova é outro conselho de Ferreira. “É decidir se é melhor pular as questões que gastariam mais tempo para resolver e voltar depois de verificar todo o caderno de provas, ou fazer em sequência”, diz. Para ele, a tática foi a de pular e retornar depois. Atualmente, Ferreira continua estudando para concurso público, com a ajuda do site Questões de Concurso.
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6. Rafael Gomes : 1º lugar no concurso de agente administrativo da PF
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6/8 (Divulgação/Rafael Gomes)
Foram três anos de preparação até a aprovação em 1º lugar no concurso de agente administrativo da Polícia Federal de 2014, conta Rafael Gomes. E não foi fácil, diz ele, já que teve que correr trás do tempo perdido. “Foi mais difícil no começo, pois havia abandonado os estudos no primeiro ano do ensino médio, depois, só concluí com exame supletivo”, conta. Estudava, em média, de três a quatro horas por dia, porque tinha tempo disponível apenas de noite, após o trabalho. “Só houve um período em que fiquei desempregado durante oito meses ,em 2012, nessa época, estudava de 10 a 12 horas por dia”, diz. Chegou a frequentar cursos preparatórios presenciais, por seis meses em 2011. E depois seguiu estudando com a ajuda de sites de videoaulas, como o Concurso Virtual e do site Questões de Concursos para resolver exercícios. “A tática que utilizei foi sempre estudar a teoria, fazia anotações e revisava sempre que podia; depois resolvia diversas questões de provas anteriores; e retornava à teoria sempre que errava ou tinha dúvida em alguma questão”, conta Gomes que diz ter feito um plano de estudos para saber quais matérias estudar por dia e por quanto tempo. Foco, disciplina, persistência, dedicação e fé completaram a sua receita de sucesso.
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7. José Ailton dos Santos: 1º lugar no concurso de assistente do Ministério da Fazenda
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7/8 (Divulgação/José Ailton dos Santos)
Em 2011, José Ailton dos Santos decidiu que não seguiria carreira como professor, estudaria para concursos públicos. Licenciado em matemática, ele fez sua primeira prova de concurso em 2012 e não passou. “Mas nem por isso parei de estudar. Eu tinha certeza de uma coisa: iria ser aprovado, mesmo que demorasse um pouco mais”, diz. No começo deste ano, se inscreveu para o concurso de assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda e foi aprovado em primeiro lugar. Trabalhando 44 horas semanais, Santos utilizava todo o tempo livre para estudar. “Montei um plano de estudo por disciplinas, segundo a quantidade de questões da prova, o peso de cada matéria e a dificuldade que tinha em cada disciplina”, conta. A teoria aprendia com videoaulas e resolvia questões com a ajuda do site Questões de Concursos. “No último mês da prova, respondia, ao menos, 100 questões diárias. Realizava simulados no site e tirava as dúvidas com os comentários dos colegas e professores”, diz. A felicidade de ver seu nome no topo da lista de aprovados no Diário Oficial da União trouxe a certeza de estar no caminho certo, a trilha não acaba aqui: “estou apenas começando, continuarei estudando, tenho novos concursos à vista.”
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8. Agora veja apps para concurseiros
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8/8 (Getty Images)