Investidores devem estar atentos e informados (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2013 às 14h05.
São Paulo - Em 2008, eu participava de um evento nos Estados Unidos no qual o diretor de relações com investidores de uma importante empresa brasileira apresentava os números dos últimos cinco anos e as expectativas para os outros cinco vindouros.
Era um encontro de investidores, aberto ao público, e a apresentação acontecia em um auditório com mais de 6.000 pessoas. Ela era transmitida simultaneamente para os pregões das bolsas de Nova York e de São Paulo, onde a organização tinha suas ações listadas. Era uma sexta-feira, cerca de 16 horas, ou 18 horas em Brasília.
Quando o apresentador concluiu a apresentação sobre os anos passados, citando as fusões e aquisições feitas pela companhia e os ótimos resultados obtidos em termos de faturamento, lucro e valorização das ações, o auditório já estava alvoroçado.
Quando as projeções começaram a ser feitas, incluindo novas possíveis fusões e aquisições e perspectivas de bom crescimento no faturamento e no lucro, vi centenas de presentes acionarem celulares e smartphones para providenciar a compra das ações.
Durante o fim de semana, pouco se falou sobre as boas perspectivas da empresa, pois jornais especializados só circulam em dias úteis. Na segunda-feira, as manchetes davam conta dos anúncios da companhia, e o mercado reagiu.
Suas ações subiram mais de 4% no dia. Naquela sexta anterior, investidores americanos tomaram decisões de compra porque estavam diante de fatos novos, tornados públicos ao vivo. Brasileiros, que não contavam mais com sua bolsa funcionando, tiveram a oportunidade de enviar ordens de agendamento de compra por meio de home broker.
Esses garantiram a compra antes daqueles que descobriram a oportunidade durante o fim de semana por meio de agências de notícias. Quem leu os jornais da segunda de manhã e decidiu comprar os papéis já pegou fila e preço maior do que os demais. Quem só reagiu à notícia depois que viu a ação subindo pagou ainda mais caro. E o que dizer de quem deixou para ler o jornal no fim de semana seguinte?
Quem investe em renda variável, seja ações, imóveis ou outro ativo, deve se envolver, se antecipar, participar dos eventos e trocar informações para aproveitar oportunidades antes que virem notícia. Muitos fazem isso. Se você ainda não tem condições de se tornar um investidor ativo, prefira contratar o serviço de um gestor de fundos. Senão, vai ficar no fim da fila.
Gustavo Cerbasi escreve sobre finanças pessoais, investimentos e como chegar ao primeiro milhão. É consultor financeiro e autor do livro Casais Inteligentes enriquecem juntos