Conversa: preste atenção às emoções na comunicação (foto/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2019 às 12h30.
Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 12h30.
São Paulo - Equipes com time executivo diverso e inclusivo entregam 80% mais resultados positivos comparadas a outras equipes dentro das empresas, segundo pesquisas da Delloitte. Outro estudo recente, a Pesquisa Carreira dos Sonhos 2019, da Cia de Talentos, revela que apenas 37% dos profissionais brasileiros confiam nas empresas para que trabalham.
Ficou claro que o momento pede que as empresas insiram a diversidade e se abram a novas ideias, gerando mais trocas de confiança entre gestores e profissionais. De um lado as organizações estão sendo convidadas a ouvirem mais e receberem questionamentos como oportunidades de crescimento. Porém, você sabe como fazer isso de forma correta?
Muito se fala sobre as empresas como se elas fossem um personagem único, porém, as organizações são compostas por pessoas e se você deseja crescer na sua carreira, você precisa aprender a lidar com as emoções humanas, com as suas inclusive.
Mas Sofia, o ambiente empresarial não deve ser mais frio e impessoal? Por muito tempo acreditamos que deveria ser assim. O resultado é a Organização Mundial de Saúde (OMS) dizendo que em 2020 a depressão será a maior causa de afastamento do trabalho por doença.
Não à toa, os eventos empresariais que ministro ou acompanho, estão trazendo a empatia e a humanização como medidas importantes para o sucesso econômico das corporações. Afinal, são as nossas emoções saudáveis, e como as direcionamos, que abrem espaço para a criatividade, fazendo nascer a inovação e suas soluções – e também são elas as responsáveis pela nossa comunicação e pela nossa capacidade de se relacionar positivamente.
Como ser um agente de mudanças e, principalmente, conseguir ser ouvido?
Minha contribuição para a sua carreira hoje é que você busque conhecer o que está por trás da sua comunicação e como direcionar ela corretamente.
Quando você não concorda com alguma decisão da empresa, como você leva isso aos gestores? Você realmente quer trazer uma solução ou apenas apontar um erro? Apenas questionar, não é interessante para que você seja ouvido.
Lembra que estamos falando sobre emoções? A decisão com a qual você não concorda foi criada por alguém que também tem emoções como você. Seu questionamento deve vir junto de inovação e empatia, não de confronto à ideia anterior – evitando assim resistências do receptor à mensagem.
Quais são as ideias que você tem para contribuir com o que foi proposto? Você consegue mostrar isso de forma gentil? Sem precisar diminuir ninguém para ser ouvido? Isso é extremamente importante para criar espaços de escuta.
Expor sua opinião publicamente irá constranger alguém? Talvez seja uma boa ideia conversar com o responsável no particular, não é mesmo? E ao falar, você tem segurança sobre o que está sendo dito? Caso você não acredite 100% no que está propondo, como pedir que confiem na sua sugestão?
E quando é você que está sendo questionado, como você lida com isso? Você tem apegos às suas ideias a ponto de não se abrir para novas formas de enxergar uma situação? Você está mais preocupado com o progresso da companhia ou com a busca por aceitação das suas sugestões?
Para tudo isso é preciso que você se conheça, além do que acha que já sabe. Venho falando sobre o futuro do profissional estar pautado no aprender a aprender de novo ou no aprender a desaprender. Isso também vale para como você lida consigo mesmo.
Apenas o autoconhecimento irá lhe permitir acessar suas emoções com mais clareza, fazendo com que você se expresse de forma genuína, resultando em uma fala com empatia por quem a escuta e na receptividade das suas mensagens.
Procure por profissionais de mentoria, consultoria em carreira ou psicoterapeutas para ajudarem nesse caminho e se surpreenda com os resultados.
Boa jornada.