Profissionais da Nestlé participando do Movimento que Faz Bem, outra iniciativa que promove a saúde interna (Nestlé/Divulgação)
Repórter
Publicado em 7 de março de 2025 às 15h08.
Última atualização em 7 de março de 2025 às 16h25.
A Nestlé Brasil está dando mais um passo quando o assunto é promoção da saúde mental de seus funcionários. Ao longo deste ano, a companhia investirá R$ 1,5 milhão em programas de saúde mental e lança o Parceiros do B.E.M. (Bem-estar Mental), uma iniciativa em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein. O projeto prevê a capacitação de funcionários para atuarem como aliados da saúde mental dentro da empresa, consolidando um ambiente mais acolhedor e seguro psicologicamente.
“A ideia é criar uma rede de apoio para oferecer suporte inicial aos colegas, identificando situações de risco e direcionando para o tratamento adequado”, afirma Fabricio Pavarin, Gerente Executivo de Remunerações, Benefícios, Saúde e Bem-Estar da Nestlé Brasil, que reforça que o programa é uma iniciativa da operação brasileira da Nestlé e que pode ser estendida para outros países.
O programa faz parte de uma iniciativa que a Nestlé apostou desde a época da pandemia, em 2020, quando a empresa iniciou um processo de conscientização sobre saúde mental, especialmente entre as lideranças. "A ideia do Parceiros do B.E.M. começou em 2023 e, ao longo de 2024, buscamos apoio institucional para consolidar o projeto. Foi quando o Einstein entrou como parceiro fundamental nessa jornada", conta Pavarin.
"Falar sobre depressão, ansiedade ou outros transtornos deveria ser tão normal quanto falar sobre hipertensão ou diabetes", afirma Dr. Luiz Zoldan, Gerente Médico do Hospital Israelita Albert Einstein que faz parte do programa.
Segundo o médico, entre as diferentes ações do programa, está como prioridade o treinamento de líderes.
“Um chefe tem mais impacto na saúde mental do funcionário do que o cônjuge ou até mesmo o médico da pessoa. Por isso, treiná-los para criar um ambiente seguro e acolhedor é essencial”, afirma o médico.
O Parceiros do B.E.M. terá um modelo de treinamento híbrido (presencial e online) para capacitar os 600 funcionários. O programa contará com 44 horas de formação para cada participante, totalizando 28 mil horas de treinamento na empresa. "A ideia é criar uma rede de apoio para oferecer suporte inicial aos colegas, identificando situações de risco e direcionando para o tratamento adequado", detalha Pavarin.
Além da formação dos funcionários aliados, a Nestlé também terá um processo de consultoria psiquiátrica ao longo do ano e um plano de capacitação para a equipe de saúde ocupacional. Segundo Dr. Luiz Zoldan, o programa também formará líderes responsáveis por apoiar os aliados da saúde mental e propor melhorias nos processos internos da empresa para reduzir impactos psicológicos negativos.
"Nosso objetivo é construir um cinturão de segurança psicológica dentro da organização. Os funcionários treinados não serão terapeutas, mas estarão aptos a identificar sinais de alerta e orientar sobre a busca por apoio especializado", afirma Dr. Luiz.
A Nestlé espera que a iniciativa diminua o estigma relacionado à saúde mental no ambiente corporativo e aumente a segurança psicológica dentro da empresa. Em paralelo, a empresa continuará com outras iniciativas como o Giro Bem-Estar (programa que estimula um estilo de vida ativo entre os funcionários) e o Movimento que Faz Bem, que associa a prática de exercícios físicos a doações para ONGs.
Para medir a efetividade do programa, a Nestlé e o Einstein irão monitorar indicadores de estresse ocupacional, autocuidado e transtornos mentais, com um novo levantamento em 2026 para avaliar os impactos do Parceiros do B.E.M.
"Nosso foco é garantir que esse projeto seja contínuo e sustentável. Não queremos que seja uma ação pontual, mas uma iniciativa de longo prazo dentro da cultura da empresa", afirma Pavarin.
Os transtornos mentais têm se tornado uma preocupação crescente dentro das empresas. De acordo com Dr. Luiz Zoldan, os principais problemas psicológicos identificados no ambiente de trabalho são ansiedade, depressão, burnout e abuso de substâncias. "Muitas vezes, burnout é confundido com outros transtornos, mas os grandes ofensores da produtividade e do bem-estar são os transtornos de ansiedade e depressão", afirma.
Outro ponto levantado pelo especialista é que o estigma social ainda impede muitas pessoas de buscarem ajuda. "As pessoas demoram em média 10 anos para procurar tratamento para transtornos mentais devido ao preconceito e à falta de informação", diz Dr. Luiz.
Cientificamente, há ações concretas que as empresas podem adotar para promover a saúde mental dos funcionários, segundo Dr. Luiz.
Entre as principais práticas validadas, Dr. Luiz cita:
"Estamos vivendo um momento de transformação na forma como as empresas encaram a saúde mental. Com a atualização da NR1, agora é obrigatório mapear riscos psicossociais e criar planos de ação para mitigá-los. Isso mostra que o cuidado com a saúde mental no trabalho não é apenas uma tendência, mas uma exigência real, tão importante quanto outras normas de segurança no ambiente corporativo."
Com o Parceiros do B.E.M. (Bem-estar Mental), a Nestlé reforça seu compromisso em oferecer um ambiente de trabalho mais saudável, inclusivo e seguro. "A Nestlé sempre teve um olhar atento para a saúde dos seus funcionários. Esse programa é um passo natural na nossa evolução para um cuidado mais integral e holístico, alinhado com as necessidades atuais da sociedade", afirma Pavarin.