Heloisa Jardim, da EXAME: É preciso avaliar a natureza da empresa e entender qual formato de trabalho faz mais sentido (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 27 de julho de 2023 às 18h37.
Última atualização em 30 de julho de 2023 às 17h43.
O que esperar do futuro do trabalho e qual é o perfil de líder que o mercado atual exige? Esses são alguns dos desafios que foram discutidos nos painéis da 2ª edição do Negócios em Expansão, maior anuário de empreendedorismo do Brasil realizado nesta quinta-feira, 27 de julho, pela EXAME, BTG Pactual e PwC Brasil. Além das rodas de conversas, o evento irá anunciar as pequenas e médias empresas que mais se expandiram em 2022 no país.
No primeiro painel “O que esperar do futuro do trabalho?”, Leo Branco, editor da EXAME, Heloisa Jardim, diretora da faculdade EXAME, Rene Almeida, Co-CEO da Voke e Marcelo Gomes, CEO da NEXTI, levantaram os desafios e expectativas das empresas com os avanços da tecnologia e o formato de trabalho híbrido.
Sobre o formato de trabalho, Marcelo acredita que a direção das empresas está muito clara: “O modelo de trabalho da empresa vai para onde o CEO estiver, para onde a cultura da empresa apontar.”
O executivo também reforça a importância da comunicação neste processo:
“A NEXTI era 100% presencial, mas devido ao nosso negócio identificamos que o regime híbrido seria o ideal. Porém para todo tipo de relacionamento dar certo é preciso saber comunicar. É importante deixar claro para a equipe sobre o melhor formato de trabalho para o seu negócio e qual é o rumo da empresa. Desempenho está relacionado com uma boa comunicação”, afirma Marcelo.
Clareza e comunicação é um dos pontos que mais ajudam na performance diária de um funcionário, após a segurança psicológica, diz Heloisa, que defende a importância de entender os componentes de uma organização para o futuro do trabalho. E neste contexto, a diretora apresenta uma tríade:
“O trabalho veio mudando muito com o tempo, antes da Revolução Industrial era muito artesanal, depois tivemos mais processos e automatizações e agora vivemos uma revolução cognitiva, onde a tecnologia fará muitos processos para nós. Vamos precisar dos humanos com o cognitivo mais aguçado, que saibam fazer melhores perguntas e tenham análise crítica para saber lidar com a tecnologia.”
O segundo ponto são as pessoas. Heloísa afirma que nunca tivemos tantas gerações trabalhando juntas em um mesmo local. “As gerações viveram contextos diferentes. São 4 gerações dividindo o mesmo local de trabalho e liderar neste contexto é cada vez mais complexo.”
Em relação ao local de trabalho, certamente existem respostas diferentes para diferentes empresas, afirma Heloísa.
“Há empresas que precisam do trabalho presencial outras do trabalho híbrido. É preciso avaliar a natureza daquela empresa e entender qual formato de trabalho faz mais sentido.”
Da mesma forma que a tecnologia trouxe uma complexidade no regime de trabalho, ela traz facilidade e resultado para as empresas que sabem utilizá-la. Rene afirma que a pandemia mostrou o valor da tecnologia para as companhias e as diferenciaram no mercado:
“As empresas que estão mais preparadas tecnologicamente, com melhor infraestrutura de dados, de sistema de comunicação, são as que performam melhor. E as empresas que focaram menos nisso acabaram pagando um preço, afinal empresas mais preparadas tem mais eficiência e melhor se comunicam”, diz Rene.
O segundo painel “Liderança de Sucesso” contou com a participação do Sandro Magaldi, expert em gestão estratégica e vendas, que explicou como o modelo de hierarquia muda o fluxo de informação.
“Precisamos refletir sobre o modelo de liderança neste novo formato, afinal, o empoderamento do indivíduo traz a possibilidade de termos mais protagonistas e precisamos entender como usar isso a favor dos nossos negócios, seja autonomia para as pessoas fazerem o papel delas ou ter uma liderança mais humana, por exemplo.”
Sandro terminou o painel com a frase do empreendedor Jim Rohn; “Ou você diminui seus sonhos ou aumenta as suas habilidades”.
“Para um público onde há grandes empresários, a ambição de vocês não se encaixa na primeira escolha. Os líderes de agora precisam aprender a liderar pessoas, afinal, quem valida o líder é o liderado”, afirma Sandro.
O anuário Negócios em Expansão bateu recorde de inscritos neste ano, cerca de 65% mais que na primeira edição. O ranking conta com mais de 440 empresas inscritas, das quais 15 serão premiadas, as três melhores em cada uma das categorias.