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Na pandemia, desempregados recorrem ao Uber como proteção financeira

Um estudo da consultoria Accenture mostra que 62% dos motoristas e 54% dos entregadores responderam que se cadastraram no aplicativo Uber durante a pandemia porque não conseguiram encontrar outro trabalho

Uber: pesquisa considerou três fontes de informação: entrevistas com 4.941 motoristas e entregadores de seis países (Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido) (Bloomberg/Bloomberg)

Uber: pesquisa considerou três fontes de informação: entrevistas com 4.941 motoristas e entregadores de seis países (Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido) (Bloomberg/Bloomberg)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 19h52.

O desemprego foi uma das principais consequências da pandemia da covid-19 para a economia brasileira. Enquanto ele já se recupera nos Estados Unidos, que também teve alta de pessoas sem trabalho em 2020, por aqui o índice atinge mais de 14 milhões de pessoas. 

Um estudo da consultoria Accenture mostra que 62% dos motoristas e 54% dos entregadores responderam que se cadastraram no aplicativo Uber durante a pandemia porque não conseguiram encontrar outro trabalho. 24% dos entrevistados estavam desempregados quando se cadastraram na plataforma durante a pendemia e, dos que tinham algum trabalho no momento do cadastro, 58% responderam que estavam trabalhando menos horas ou que já tinham sido dispensados.

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Para 76% dos motoristas e 85% dos entregadores, "acesso fácil a uma fonte de renda" foi um dos motivos pelos quais começaram a dirigir ou entregar.

O estudo mostrou ainda que 57% dos parceiros que começaram no aplicativo na pandemia relataram ser inelegíveis ou não ter conseguido acesso ao auxílio do governo.

A Accenture também aponta que 73% dos motoristas e entregadores concordam que a plataforma funcionou como uma rede de proteção; 87% afirmaram que sem o trabalho no app não teria sido possível atender necessidades financeiras na pandemia.

A pesquisa considerou três fontes de informação: entrevistas com 4.941 motoristas e entregadores de seis países (Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido), realizadas entre março e abril de 2021; uma revisão da literatura sobre trabalho em plataformas; além da análise de dados administrativos da Uber relativos a sete milhões de parceiros que se conectaram à plataforma.

Segundo o estudo, "a pandemia de Covid-19 causou o maior choque econômico desde a Grande Depressão de 1929, afetando economias e mercados de trabalho em todo o mundo, testando a capacidade do trabalho em plataformas de servir como um estabilizador anticíclico e fonte de resiliência financeira para trabalhadores".

Como resultado, a maioria (73%) concorda que "trabalhar na plataforma funcionou como uma rede de proteção financeira durante a pandemia". Nesse mesmo sentido, o estudo aponta que 87% dos novos motoristas e entregadores afirmaram que, sem o trabalho na plataforma, não teria sido possível atender suas necessidades financeiras na pandemia.

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