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Na Alice, saúde dos colaboradores é a base para alta performance: ‘Pessoas saudáveis produzem mais’

Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice, defende que a promoção da saúde e bem-estar dos colaboradores é um passo importante para o sucesso e alta performance

 (Alice/Divulgação)

(Alice/Divulgação)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 08h00.

Nos corredores da Alice, uma operadora de planos de saúde corporativos com mais de 500 colaboradores, o mantra é claro: bem-estar e produtividade caminham lado a lado. 

E quem promove isso é Sarita Vollnhofer, CHRO da empresa e membro do Clube CHRO da EXAME Corporate Education. Para ela, a saúde dos colaboradores é uma peça-chave para o sucesso dos negócios. 

"Sem um ambiente de trabalho saudável, é muito difícil manter um nível de performance alto"Sarita Vollnhofer, diretora de Recursos Humanos da Alice

A visão de Sarita é respaldada por dados. Segundo a Pulso RH, uma pesquisa realizada pela Alice com parceiros, empresas que se preocupam com o bem-estar físico e mental de seus colaboradores apresentam índices maiores de engajamento.

O estudo mostra que 70,1% dos colaboradores sentem-se mais engajados com a empresa quando ela se preocupa com a saúde e bem-estar, em comparação com 32,3% dos engajados que atuam em empresas sem o cuidado com a saúde dos colaboradores.

Além disso, o percentual de colaboradores que já sentiram sintomas de burnout, por exemplo, é 13 pontos percentuais menor do que em empresas que não priorizam a saúde dos funcionários. Para Sarita, esses números não são meramente estatísticos.

“Quando uma empresa tem muitos afastamentos ou atestados, com certeza terá um impacto nos resultados, porque a operação fica deficitária”, diz. “É claro que o colaborador tem responsabilidade pela sua saúde, mas a empresa deve criar um ambiente onde as pessoas se sintam felizes, engajadas e saudáveis. Cada um precisa fazer sua parte”, defende.

Um propósito que vem de berço

Por trás dessa visão, há uma história repleta de influências e experiências. Sarita nasceu em Viena, na Áustria, e está no Brasil há dez anos. “Foi o amor que me trouxe aqui”, revela. 

Mãe de uma menina de 5 anos e de um menino de 1 ano, Sarita cresceu em um lar onde o bem-estar sempre foi um tema central – afinal, ela é filha de um médico pediatra e de uma professora de Educação Física. “Saúde sempre foi uma prioridade em casa”, conta. 

Essa vivência moldou sua percepção sobre saúde e deu a ela um propósito claro: transformar a cultura corporativa em um espaço que valoriza o bem-estar. 

Embora sua trajetória profissional tenha começado em outras áreas – ela é formada em Administração e atuou por bastante tempo com gestão de projetos –, Sarita sempre teve um olhar atento para o papel do RH e, nos últimos cinco anos, migrou para essa área e diz que foi uma decisão acertada. “Eu me encontrei e tem sido uma jornada muito bacana”, revela.

O tempo de experiência trouxe a ela uma bandeira que defende com firmeza: “O RH existe para alavancar os resultados do negócio”, afirma. No entanto, para Sarita, discutir o sucesso de uma empresa envolve necessariamente abordar a saúde e o bem-estar dos colaboradores. E na Alice há exemplos práticos de como isso acontece.

Da teoria para prática

Para acompanhar de perto o bem-estar de todos, a Alice desenvolveu o Score Magenta, um índice que mede diversos aspectos da saúde dos colaboradores, como saúde mental, sono e atividade física – e que também está disponível para os clientes da Alice.

A partir desses dados, o time de RH pode criar ações voltadas para as necessidades dos colaboradores. Foi assim que nasceu o "Alice fala, Alice faz", guarda-chuva de iniciativas como o “Saí do Sofá", em que cada colaborador define metas pessoais para aumentar sua atividade física – seja fazer aulas de dança, natação ou corrida – e recebe pontos que podem ser trocados por prêmios. “Isso gera um ciclo muito positivo. Vai além da saúde e impacta o senso de pertencimento e o engajamento”, comenta Sarita. 

Em julho deste ano, a Alice também realizou uma corrida de rua. A meta era reunir 100 colaboradores, que são chamados internamente de Pitayas – mas mais de 115 participaram. “Foi um dia muito marcante”, lembra. Para novembro, já há outra corrida planejada, com uma meta ainda mais ousada: 150 participantes.

‘Colaboradores saudáveis são mais produtivos’: Alice aposta em corrida de rua para aumentar engajamento (Alice/Divulgação)

Outras iniciativas também fazem parte da rotina na Alice. O ‘Tchau, Cigarrinho’, por exemplo, incentiva quem quer parar de fumar. A política de visibilidade aberta das agendas, por sua vez, incentiva a transparência e a autonomia – de estagiário a CEO.

“A gente espera que você tenha compromissos pessoais e tempo para se cuidar. Ao mesmo tempo, confiamos que você vai fazer seu trabalho e entregar o que precisa ser entregue”, explica Sarita.

Ainda há desafios no mercado – mas ela indica uma possível solução

Mas ela faz uma ponderação importante: “Essas iniciativas são ótimas, mas sem uma preocupação com a cultura, o modelo de trabalho e boas práticas de gestão, elas não vão gerar efeito e até podem frustrar os colaboradores por não parecerem genuínas.”

De olho nisso, Sarita descreve um breve caminho para que tomadores de decisões nas empresas possam colocar em prática uma cultura centrada no bem-estar. Veja a seguir.

1. Começa pela alta liderança

Tudo começa com o apoio da alta liderança. “É muito difícil implementar uma cultura centrada no bem-estar se você não tem o suporte dos C-Levels”, afirma Sarita. Na visão dela, a alta gestão deve abraçar a causa e se tornar um modelo a seguir – e isso deixa claro para todos que o bem-estar é a prioridade da organização.

2. Dados e métricas

A coleta e análise de dados é outro aspecto essencial. Sarita defende que é preciso entender a realidade da empresa para desenvolver ações mais eficazes, identificar áreas que precisam de atenção e implementar soluções baseadas em evidências. Isso faz com que os resultados das iniciativas sejam mais certeiros.

3. Pensar em ações

Uma vez que os dados estão disponíveis, é hora de pensar em ações concretas. Sarita destaca que as iniciativas de bem-estar não devem ser pontuais, mas parte integrante da cultura da empresa. Isso pode incluir programas de atividade física, campanhas de saúde mental, desenvolvimento de gestores e espaços que incentivem pausas durante o dia.

4. Acompanhar resultados

Por fim, acompanhar os resultados das iniciativas implementadas é fundamental para avaliar seu impacto. O monitoramento contínuo permite que a empresa se adapte às necessidades dos colaboradores e garanta que as estratégias de bem-estar realmente façam a diferença. 

Sua visão para o futuro

O futuro de Sarita e da Alice é promissor. Com a intenção de se consolidar como exemplo para outras empresas, ela acredita que as lições aprendidas durante a pandemia podem transformar a forma como as organizações abordam a saúde mental e o bem-estar. “Vejo uma tendência muito positiva. Estamos no caminho certo”, avalia. 

Para ela, o compromisso com a saúde e o bem-estar dos colaboradores não é apenas uma estratégia, mas uma verdadeira missão. “Pessoas saudáveis produzem mais”, diz ela, que deseja que essa afirmação seja celebrada em cada canto da empresa.

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