Carreira

Mulher é invisível nas empresas latino-americanas, diz diretora do BBVA

Segundo Beatriz Lara, situação das mulheres na região é pior do que na Europa, nos EUA e na Ásia

Beatriz Lara quer aumentar a participação de mulheres em cargos de direção (Getty Images)

Beatriz Lara quer aumentar a participação de mulheres em cargos de direção (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 20h43.

Istambul - Nas empresas latino-americanas a mulher é invisível, especialmente nos cargos de direção, afirmou a diretora de Estratégia e Inovação do banco BBVA, Beatriz Lara, em entrevista à Agência Efe durante a Cúpula Mundial de Mulheres, realizada em Istambul, na Turquia.

"Ao longo da minha vida trabalhei em muitas multinacionais estrangeiras e pela minha experiência com as empresas latino-americanas, posso afirmar que a mulher é invisível nelas", disse Lara, nascida na Argentina.

A diretora do banco espanhol considerou que a situação da mulher no mercado de trabalho latino-americano é "muito pior" que nos Estados Unidos, Europa e inclusive que em muitos países da Ásia e no Pacífico.

"Se na Espanha a situação é melhor se deve ao esforço dos últimos anos", afirmou.

"Somos a metade da população e tradicionalmente estivemos excluídas da indústria financeira", constatou Lara e manteve que este setor "não pode crescer sem diversidade", por isso que apostou por incorporar às mulheres aos postos de direção.

Lara explicou que, para as mulheres latino-americanas, a oportunidade de crescer nas empresas começa na Europa, "graças às medidas de Governos conscientizados com o progresso e o desenvolvimento".

"Ainda temos que tomar medidas específicas para que a mulher possa ter as mesmas oportunidades que os homens nos cargos de poder", se queixou.

"Na América Latina - onde o grupo BBVA tem grande presença - se não tomarmos um papel ativo, as coisas não vão mudar", criticou Lara, que explicou que se encontra na cúpula de Istambul com o objetivo de tomar ideias e implantá-las em seu grupo para melhorar a situação das mulheres.

Neste sentido, a empresária Margarita de Cos, que lidera a delegação espanhola na cúpula, assinalou sua "surpresa" ao descobrir que a Turquia "é um dos países do mundo com mais mulheres no topo de grandes empresas".

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBBVAEmpresasMercado de trabalhoMulheres

Mais de Carreira

Ele trabalha remoto e ganha acima da média nacional: conheça o profissional mais cobiçado do mercado

Não é apenas em TI: falta de talentos qualificados faz salários de até R$ 96 mil ficarem sem dono

Ela se tornou uma das mulheres mais ricas dos EUA aos 92 anos – fortuna vale US$ 700 mi

Entrevista de emprego feita por IA se tornará cada vez mais comum: ‘É real, está aqui'