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Camila Pati
Publicado em 4 de julho de 2018 às 15h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h02.
São Paulo – O alto comando das empresas do Brasil, México, Colômbia e Chile segue majoritariamente dominado por homens entre 41 e 50 anos com formações nas áreas de administração, negócios, engenharia, finanças e economia. MBA, mestrado ou algum tipo de pós-graduação também estão no currículo da maioria.
A homogeneidade está descrita em levantamento da consultoria Hays, com 480 executivos ( entre presidentes, VPS, diretores) desses países da América Latina. No topo pouco mudou, embora já se saiba que diversidade no ambiente de trabalho está diretamente ligada à capacidade de inovação de uma empresa, condição sine qua non de sua sustentabilidade em qualquer mercado.
Ainda assim, a equipe da Hays percebe que há uma mudança em critérios objetivos, como a formação acadêmica, e outra em questões mais subjetivas, ligadas a comportamento. O perfil do alto comando não é mais o mesmo, segundo Fernanda Siqueira, diretora da Hays responsável pelo estudo.
“Antes, para ser o número 1 da empresa tinha que passar pela área comercial. Isso mudou e hoje vemos profissionais de cargos de liderança que vêm da área de finanças ou de engenharia”, diz a diretora da Hays. Com a crise, segundo ela, a demanda é maior para quem tem o olhar mais aprofundado em números.
A pesquisa aponta que o alto comando das empresas hoje urge por profissionais que promovam liderança participativa, com o chamado perfil mão na massa e que sejam mais flexíveis e próximos de suas equipes.
“Antes era o perfil de líder que todo mundo na empresa seguia, que ficava só coordenando. Esse líder do passado não é mais valorizado, as empresas querem alguém que realmente participe”, diz Fernanda.
Em resumo, CEOs e diretores que saiam das suas salas e que se interessem de fato em contribuir para o melhor andamento da operação são os mais bem vistos no mercado.
Conhecimento do negócio em que atuam, capacidade tática e estratégica e proatividade são características esperadas dos executivos. “É uma demanda de mercado, as coisas estão mais rápidas e a liderança precisa se adaptar”, diz a diretora da Hays.
Os participantes da pesquisa também foram estimulados a votar nas habilidades consideradas fundamentais para o cargo e, como era de esperar para este nível hierárquico, a habilidade de liderança desponta, seguida por solução de problemas e raciocínio estratégico.
Confira os percentuais da pesquisa:
Graduação:
Administração e negócios: 38%
Engenharia: 27%
Finanças: 18%
Economia: 7%
Pós-graduação:
MBA:43%
Pós-graduação lato sensu: 21%
Mestrado: 20%
Não têm:14%
Homens: 85% dos CEOS ouvidos. Dos executivos em posições de CEOs, presidentes, diretores de operações ou country managers, 44% têm entre 41 e 50 anos.
Mulheres: 2% são CEOs, presidentes, diretoras de operações ou country manager. Dessas, mais da metade, 55%, tem entre 51 e 60 anos.
Ou seja, os homens chegam ao topo de carreira em muito maior número e, em média, dez anos antes do que as mulheres. Apenas 11% das mulheres ocupam altos cargos de liderança no México e 12%, no Brasil.
O Chile foi o país com o maior número de mulheres em cargos de CEO, presidentes, diretoras de operações ou country manager: 9%. A Colômbia tem o maior número de mulheres empregadas em cargos de diretora, VP ou sênior manager: 17%.
Liderança: 84%
Habilidade de solucionar problemas e tomada de decisão: 82%
Raciocínio Estratégico: 81%
Comunicação efetiva: 68%
Adaptação a mudanças: 60%
Influência e negociação 68%
Ética: 91%
Liderança de equipe: 82%
Desenvolvimento estratégico: 63%
Resiliência: 63%
Respeito: 60%