EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2013 às 16h48.
São Paulo - Contratado no ano passado pela empresa de pagamentos eletrônicos Cielo (ex-Visanet), em São Paulo, o economista Marcelo Marques, de 33 anos, é o primeiro gerente da área de estratégia na diretoria de desenvolvimento de negócios.
Ele é uma aposta da companhia, que está mudando sua forma de operar no mercado — a exemplo de outras que atuam no segmento. A partir de julho, quando acaba o contrato de exclusividade entre a Cielo e a emissora de cartões Visa, ganha força a proposta de pôr fim à exclusividade no uso dos terminais de leitura de cartão, as maquininhas que estão espalhadas por padarias, supermercados e restaurantes.
A mudança faz parte de uma autorregulamentação proposta pelo Banco Central com o objetivo de abrir espaço para a concorrência nessa área. Hoje, duas únicas bandeiras, a Visa e a Mastercard, respondem, juntas, por 9o% dos cartões ativos no país, incluindo os de crédito e os de débito. O mercado é responsável por transações de 40 bilhões de reais por mês.
As duas principais bandeiras operam com um único credenciador — a Redecard, no caso dos cartões Mastercard; e a Cielo, para a Visa. “Estamos analisando as oportunidades que virão com essa expansão”, diz Marcelo.
Com essa autorregulamentação, as empresas vão precisar mudar o perfil de parte de seus profissionais e devem começar a contratar no segundo semestre.
“Será importante ter uma visão generalista para aumentar a carteira de emissores de cartões, agora que teremos espaço para isso”, afirma Marcelo. Assim, emissoras que estão crescendo, como Hipercard, Sorocred e Avista, ficarão mais poderosas para disputar com as gigantes.
“A unificação dos terminais é uma oportunidade de crescimento”, diz Ricardo Scholze, diretor de TI da Sorocred, de São Paulo, empresa que se prepara tecnicamente para uma expansão da clientela.
A busca por executivos que liderem as mudanças já vem crescendo. “Regulamentações demandam profissionais com experiência em compliance e relação com investidores”, diz o headhunter Francisco Ramirez, da ARC, de São Paulo.
Marcelo Braga, da consultoria de busca Search RH, está recrutando um executivo de TI e dois de marketing, todos com conhecimento em gestão de relacionamento com o cliente (CRM). “Será fundamental entender os hábitos de consumo”, diz Marcelo Braga.
A Redecard também começou a se mexer. “Criamos uma diretoria de marketing, com áreas de pesquisa, comunicação com clientes, marketing institucional e trade marketing, reunindo profissionais que estavam dispersos pela companhia”, diz Milton Yuki, diretor executivo de marketing e produtos da companhia.