Pedestres na Av Brigadeiro Faria Lima em São Paulo: pagamento médio por horas trabalhadas no Brasil de profissionais brancos com ensino superior era de R$ 32,80. Entre pretos e pardos, o pagamento médio era de R$ 22,70 (Leandro Fonseca/Exame)
Victor Sena
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 12h01.
Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 12h02.
Uma pesquisa realizada pela Catho, site de recrutamento para vagas, confirma o que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já mostram: no Brasil, negros ganham menos que brancos, independentemente da escolaridade.
A pesquisa, realizada com 10 mil profissionais, mostra que profissionais negros recebem menos mesmo com doutorado (-15%), mestrado (-23%) e MBA (-23%) e em todos os outros graus.
Quando a hierarquia dentro da empresa é analisada, os dados mostram que os trabalhadores também recebem menos que os brancos.
Em cargos de diretoria, eles ganham, em média, 30% a menos e a desigualdade segue em todos outros níveis de atuação. Já supervisores ganham 22% a menos.
A diferença vai diminuindo conforme a hierarquia cai, mas ainda se mantém. Assistentes recebem 4% a menos, e o operacional 5%.
O pagamento médio por horas trabalhadas no Brasil de profissionais brancos com ensino superior era de R$ 32,80. Entre pretos e pardos, o pagamento médio era de R$ 22,70.
Além de ganharem menos, mesmo com mais educação, as posições de gerência estão em sua maioria nas mãos de brancos. Eles têm 68,6%.
Neste 20 de novembro, foi comemorado o Dia da Consciência Negra, data em que o tamanho da desigualdade racial no Brasil costuma vir à tona.