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Marca artificial não mais! Na Era digital, veja como usar IA e marca pessoal de maneira assertiva

Descubra onde a IA ajuda – e onde ela sabota – na criação de sua marca pessoal

Um dos maiores medos relacionados à IA é a substituição dos seres humanos no mercado de trabalho (Bussarin Rinchumrus/Getty Images)

Um dos maiores medos relacionados à IA é a substituição dos seres humanos no mercado de trabalho (Bussarin Rinchumrus/Getty Images)

Renata Vegha
Renata Vegha

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Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 14h37.

Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 15h20.

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Vivemos um momento curioso: as marcas querem ser mais humanas e as pessoas precisam ser mais exclusivas, como marcas. E em um mundo onde a inteligência artificial (IA) já não é mais uma promessa distante, como criar uma marca pessoal que se destaque em meio a tantas máquinas pensantes?

Quem tem medo da inteligência artificial?

Um dos maiores medos relacionados à IA é a substituição dos seres humanos no mercado de trabalho. Dados recentes do Fundo Monetário Internacional apontam que cerca de 40% dos trabalhos existentes podem ser automatizados com a tecnologia atual. Um número que causa temor, é claro, mas tendo a achar que algumas funções podem – e devem – ser automatizadas, especialmente aquelas que são mecânicas, repetitivas ou desumanas.

Contudo, a maior tecnologia do mundo ainda é o próprio ser humano. Toda máquina, por mais avançada que seja, nada mais faz do que imitar as capacidades humanas, seja na linguagem, na criatividade ou na resolução de problemas.

O artificial está longe de ser autossuficiente

Um deslize frequente é o emprego da IA para criar uma marca pessoal "perfeita", mas descolada da realidade. Por exemplo, gerar imagens irreais de si mesmo ou textos que parecem escritos sem nenhum estilo, que claramente se passariam como conteúdos de qualquer outra pessoa. Isso pode gerar ansiedade ao comparar-se com o “impecável” dessa projeção idealizada, além de causar distorções, já que, no offline, as pessoas esperam encontrar o que foi apresentado no digital – e se decepcionam quando isso não acontece.

Ademais, a superutilização de IA pode diluir aquilo que mais valorizamos em uma marca: a autenticidade. Somos atraídos pelo que nos identificamos, que é real, pelo que emociona e inspira. No final do dia, as pessoas se conectam com outras pessoas, não com máquinas.

O ponto de partida não é o algoritmo; é você. Antes de pedir à IA para criar uma estratégia ou ajudar no posicionamento, é essencial saber quem você é, quais são seus valores e o que deseja comunicar.

A partir disso, os prompts – as instruções dadas à IA – podem ser mais direcionados. Por exemplo, você pode perguntar: "como meu público-alvo responderia a esta abordagem?" ou "quais tendências podem me ajudar a me diferenciar no meu nicho de mercado?". Essas respostas ajudam a entender desejos, comportamentos e até a ajustar estratégias, mas não substituem o trabalho de introspecção e autoconhecimento que só você pode fazer, ainda que com ajuda de um profissional de personal branding.

Onde a IA brilha e onde ela falha

Quem nunca viu um post tão pasteurizado que pensou: “só pode ser o Chat GTP quem escreveu este conteúdo”? Isso acontece porque os assistentes virtuais processam dados e padrões, mas não conseguem traduzir a singularidade que torna sua marca pessoal única. Além disso, construir networking é algo que só você pode fazer.

Essa tecnologia é coadjuvante, não protagonista. E como coadjuvante, pode sugerir como se diferenciar, mas não pode criar autenticidade – algo que só existe a partir de experiências, emoções e da forma como você interage com o mundo.

O que a IA faz com maestria é identificar padrões de comportamento e interesses do seu público-alvo; mapear tendências dentro do seu nicho; e verificar a percepção da sua marca e o impacto de suas ações. Também é uma ótima assistente para automatizar tarefas repetitivas, como agendamento de postagens ou análise de métricas, dando a você mais tempo de focar no que importa: criar conexões humanas.

A essência da sua marca é você. Use a inteligência artificial para complementar sua autenticidade, não para escondê-la. Deixe que a tecnologia potencialize o que há de mais humano em você. Aproveite a ferramenta para aprofundar em humanizar-se e, com isso, criar estopo para estabelecer mais conexões verdadeiras.

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