Carreira

Mais negócios, mais empregos

O Nordeste cresce mais do que as outras regiões do país graças à explosão do consumo e da construção

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Desde que se mudou para Recife, a capital de Pernambuco, Angelo Bellelis, presidente do Estaleiro Atlântico Sul, tem sido constantemente sondado por empresas do Brasil e do exterior sobre a viabilidade de novos empreendimentos no complexo portuário de Suape, a 57 quilômetros de Recife.

“Minha resposta é sempre positiva, pois já percebo um aumento considerável de fluxo de negócios nessa região”, diz. As obras em andamento em Suape, pólo portuário que reúne cerca de cem empresas, têm um efeito em cascata, criando empregos indiretos em pelo menos dez outras cadeias produtivas em Recife.

Por causa disso, os setores que mais crescem em oportunidades na capital pernambucana são os de metal-mecânico, TI, comércio, serviços e construção civil. “Recife é a cidade que mais tem se desenvolvido na região”, diz Gilberto Bagaiolo, sócio da PricewaterhouseCoopers. Prova disso é que não param de chegar investimentos à cidade e aos municípios vizinhos.

O grupo local JCPM está investindo 500 milhões de reais na construção do maior shopping center da América Latina. Há ainda planos para a formação, na zona sul de Recife, de um polo farmacoquímico em conjunto com a estatal Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em obras, e outras empresas do setor que estão se instalando na região de Goiana.

“Recife é uma grande oportunidade para quem quer fazer carreira, mas também para quem tem espírito empreendedor”, diz José Bertotti, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Recife. 

O economista Paulo Dalla Nora, de 35 anos, deixou o Lloyds Bank, em Londres, na Inglaterra, para ir para a capital pernambucana participar de um novo empreendimento. Há pouco mais de um ano, ele aceitou o convite para iniciar a empreitada de fundar o Banco Gerador. Paulo foi convidado por um dos três sócios para tocar a operação da banco, que abriu suas portas em março de 2009.

O Gerador tem como foco os clientes de baixa renda, principalmente das classes C e D, e empresas com faturamento de até 10 milhões de reais por ano no Norte e no Nordeste — dois segmentos que vêm crescendo em ritmo acelerado nessas regiões. “Não tive como recusar a proposta. A oportunidade de crescimento aqui é enorme”, diz o executivo.    


 Outra metrópole do Nordeste que cresce de forma acelerada é Salvador, capital da Bahia. Lá, a construção civil ganhou fôlego com a liberação de novas áreas, antes preservadas, para a construção civil. Profissionais de engenharia, mecatrônica e logística têm alta empregabilidade no polo de Camaçari, onde está localizada a fábrica da Ford e a Braskem, do setor petroquímico. 

O paulistano Walter Margarido, de 46 anos, se mudou para Salvador há dez anos para trabalhar em uma multinacional que presta serviços para a montadora americana. Desde então, subiu duas posições e hoje é gerente de engenharia.

São Luís em obras

Em São Luís, capital do Maranhão, os setores que mais empregam são varejo e construção civil. De maio a junho deste ano, o Grupo Mateus, uma potência local, abriu três hipermercados que adotam o formato de grandes redes. Capacitar profissionais na mesma velocidade com que o mercado cresce é o grande dasafio dos empresários de São Luís.

“Eu tive de trazer gente de Recife e Belo Horizonte para dirigir os setores de projetos e informática. Aqui faltam gestores”, diz Ilson Mateus, presidente do grupo. Outro setor em franca expansão é o da construção civil. Quem anda pela capital maranhense tem a impressão de estar num canteiro de obras.

É quase impossível passar pelos bairros Calhau, Renascença e Ponta d’Areia sem avistar um espigão sendo construído ou terrenos vazios anunciando futuros lançamentos imobiliários. Mesmo com todo esse crescimento, a cidade sofre com a escassez de mão de obra qualificada. “Faltam cursos técnicos e superiores”, diz Cláudio Gomes da Silva, de 25 anos, engenheiro maranhense da Petrobras, que integra o grupo de coordenação da construção da refinaria da estatal — a maior obra da região.

Acompanhe tudo sobre:Edição 145[]

Mais de Carreira

Como usar a técnica de Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) para melhorar o desempenho profissional

Escala 6x1, 12x36, 4x3: quais são os 10 regimes de trabalho mais comuns no Brasil

Ele trabalha remoto e ganha acima da média nacional: conheça o profissional mais cobiçado do mercado

Não é apenas em TI: falta de talentos qualificados faz salários de até R$ 96 mil ficarem sem dono