Carreira

Mais felizes e mais rentáveis

Nas companhias em que os funcionários estão mais satisfeitos, a produtividade e a rentabilidade são maiores, mostra a 14ª edição do Guia VOCÊ S/A-Exame – As Melhores Empresas para Você Trabalhar

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 19h36.

São Paulo - A área de recursos humanos é constantemente pressionada pelo financeiro para provar que o dinheiro que investe no desenvolvimento de programas de gestão de pessoas e em treinamentos dá retorno para o dono ou para os acionistas da empresa. A verdade é que esse investimento tem retorno garantido quando a gestão de pessoas está alinhada aos objetivos do negócio.

É o que mostra a 14ª edição do Guia VOCÊ S/A-Exame – As Melhores Empresas para Você Trabalhar, que chega às bancas este mês. A média da rentabilidade sobre o patrimônio líquido das 150 melhores empresas é 4 pontos percentuais superior à média das 500 companhias listadas no anuário Melhores & Maiores, publicado pela revista EXAME.

Se considerarmos as 10 melhores para trabalhar, essa diferença é de 7 pontos percentuais. Ter um bom ambiente de trabalho dá dinheiro e contribui para o sucesso da companhia no longo prazo.

“Mas, para isso acontecer, é fundamental que haja identificação do funcionário com os valores da empresa”, diz André Fischer, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e um dos coordenadores da pesquisa do Guia. 

Este ano, 138.000 profissionais de 541 empresas responderam à pesquisa. A grande vencedora da 14a edição do Guia é a Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid. Em 2009, a Whirlpool teve um grande desafio: aumentar a entrega de resultados.

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) fez com que os consumidores procurassem mais eletrodomésticos da linha branca, como fogões, geladeiras e máquinas de lavar.  A consequência do boom de consumo foi o aumento da pressão interna.

Esse cenário poderia ter gerado um grande estresse nas pessoas, fazendo com que elas ficassem desmotivadas e a produtividade caísse. Mas não foi o que aconteceu. Os colaboradores mantiveram a calma, o brilho nos olhos e a vontade de bater as metas. A empresa superou a expectativa de vendas e como recompensa pagou até dois salários a mais para cada funcionário. 

Mas não é apenas isso que garantiu à Whirlpool o 1o lugar no ranking das Melhores para Trabalhar. Lá, os funcionários exemplares são selecionados pelos gestores e levados a comitês formados por gerentes e diretores, nos quais se discutem as promoções. 


O objetivo é tornar os movimentos de carreira mais justos — o colaborador só é promovido se os membros do colegiado derem o aval. “Tudo é muito transparente. É raro ouvir reclamações sobre o mérito de um profissional que acabou de mudar de cargo”, diz um gerente da companhia.  

Práticas consistentes

O professor André, da FIA,  elencou as práticas nas quais as 150 melhores já atingiram certo grau de maturidade e concluiu que elas são melhores em três quesitos: estratégia, liderança e remuneração. O que significa dizer que comunicam as estratégias de negócio e têm ações para envolver seus empregados no cumprimento dos objetivos.

Seus líderes são instruídos a monitorar o clima nas equipes e a maioria das empresas do Guia realiza pesquisas periódicas, que servem de base para planos de ação de melhoria do clima organizacional.

A consulta salarial, com objetivo de corrigir defasagens, é uma prática adotada em todas as 150 melhores. Nelas, o salário mensal médio é de 3 110 reais. Outro diferencial são os programas de subsídio à educação, com bolsas para graduação, pós e MBA.

As melhores, no entanto, não têm ambientes perfeitos. Dentre os pontos mais criticados pelos funcionários estão as práticas de carreira e desenvolvimento.

"As empresas investem em treinamento, mas ainda falham em gerir o crescimento de seus profissionais, que, na prática, corresponde ao aproveitamento do conhecimento que eles adquiriram", diz André, da FIA.

O quesito Cidadania Empresarial é mais um que, segundo o professor, merece uma reavaliação por parte das empresas. “Falta envolver os colaboradores e medir os resultados dos programas de responsabilidade socioambiental.” 

Ainda assim, as 150 melhores empresas oferecem um ambiente de trabalho diferenciado. O mais importante, porém, é que elas reconhecem que o valor de seu negócio está justamente em seus funcionários.  

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