Natarajan Chandrasekaran, presidente do conselho da Tata Sons. (Dario Pignatelli/Bloomberg)
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Publicado em 23 de junho de 2021 às 10h35.
A pandemia mudou a natureza do trabalho, acelerando a adoção de tecnologias digitais em pelo menos uma década e anunciando um modelo híbrido em que as tarefas são desempenhadas não apenas nos escritórios e que conta com uma maior participação das mulheres, disse Natarajan Chandrasekaran, presidente do conselho da Tata Sons.
Embora o escritório continue sendo importante e as equipes voltem gradualmente, o mundo não retornará às normas anteriores à Covid, disse Chandrasekaran, que comanda o maior empregador do setor privado da Índia, durante o Fórum Econômico do Catar na terça-feira. O executivo indiano disse que os locais de trabalho se beneficiarão ao permitir uma maior flexibilidade aos funcionários com a ajuda da tecnologia.
Quando a pandemia atingiu a Índia no início de 2020, o conglomerado fundado há 150 anos teve dificuldade em se adaptar às restrições. Na Tata Consultancy Services, maior empresa do grupo em número de funcionários e rentabilidade, quase meio milhão de funcionários começaram a trabalhar de casa em poucas semanas, continuando a fornecer projetos de software e suporte a bancos de Wall Street, varejistas e companhias aéreas.
A Tata Consultancy disse no início do ano que, até 2025, apenas 25% dos funcionários trabalharão nos escritórios em um determinado dia da semana. Ainda assim, muitos querem retornar ao escritório. As empresas terão que adotar um modelo intermediário, disse Chandrasekaran durante uma sessão sobre o futuro do trabalho.
“Se o modelo híbrido precisa funcionar, não pensemos nele apenas como escritório e casa”, disse. “Vai haver um conceito de um terceiro lugar, podemos chamá-lo de escritório satélite.”
No caso da Índia, também pode haver uma maior diversidade no local de trabalho, outro resultado positivo de um modelo híbrido, disse Chandrasekaran.
“Apenas 23% das mulheres que poderiam estar potencialmente trabalhando estão na força de trabalho por causa de questões como deslocamento, falta de infraestrutura social como creches”, afirmou. “Não devemos perder esta oportunidade, não é boa apenas para o PIB e o crescimento, mas também é a coisa certa a fazer.”