Carreira

Líderes sérios; não chatos

São Paulo - O professor Mário de Abreu era considerado uma sumidade, sabia muito e nunca errava um prognóstico. Por isso, era o mais respeitado e temido da faculdade. Sem dúvida, ele era um homem muito sério. Certa vez, eu e alguns colegas entramos no elevador, que tinha um quadro de avisos, e vimos que a […]

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 12h32.

São Paulo - O professor Mário de Abreu era considerado uma sumidade, sabia muito e nunca errava um prognóstico. Por isso, era o mais respeitado e temido da faculdade. Sem dúvida, ele era um homem muito sério.

Certa vez, eu e alguns colegas entramos no elevador, que tinha um quadro de avisos, e vimos que a prova do professor Mário estava anunciada para a semana seguinte, quarta-feira, dia 3 de abril. Só que quarta-feira seria no dia 4, e não no dia 3.

Enquanto comentávamos o erro, a porta do elevador abriu e entrou quem? O terror em pessoa. Silêncio. Até que alguém ousou perguntar ao velho professor se a prova seria, afinal, no dia 3 ou na quarta-feira. Ele, então, olhou para o aviso e, sem se alterar, respondeu com outra pergunta: “O que você acha?”. 

Foi quando outro colega, no fundo do elevador, disse algo impensável: “Quem acertar o dia já ganha dois pontos na prova”. Imaginamos que o ousado fosse ser fulminado pelo professor, mas ele, para nossa surpresa, disse: “Como é bom manter o bom humor e a alegria no coração. Continue assim, jovem”. Então sorriu e saiu do elevador sem esclarecer a dúvida. 

A partir de então começamos a notar que o professor Mário, o homem mais sério que conhecíamos, era dotado de um humor fino, agradável, presente principalmente nas situações mais difíceis, nas decisões complicadas. Ele sempre dava um jeito de desanuviar o clima e motivar as pessoas. A fama que o precedia era injusta; ele não aceitava desatenção, incompetência, desrespeito, mas apreciava o humor inteligente. 

A vida me mostrou que a seriedade é importante para a carreira, mas precisamos redefinir seriedade. Profissionais sérios, engajados naquilo que fazem, estão sempre se aprimorando, buscando a excelência.

A seriedade, quando se traduz em compromisso (com a empresa e com os colegas de trabalho), tem a ver com resultado. Mas não com cara amarrada. Líderes que conseguem unir a seriedade ao bom humor têm maior facilidade de criar um ambiente agradável e de alto desempenho. 

A propósito, a prova foi na quarta-feira, o dia da aula do professor Mário, o bem-humorado homem sério.

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