Decisões complexas: você pode querer se tornar um líder inspirador, mas ainda vai precisar lidar com os desafios (ABBPhoto/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 14 de outubro de 2021 às 09h00.
A liderança é um marco na carreira dos profissionais. É o momento que chega reconhecimento com a promoção, a oportunidade de realizar projetos com maior visibilidade e ainda conquistar maiores salários. Descrevendo assim parece um sonho, mas não se iluda: pode virar um pesadelo.
Com todo o glamour de um cargo, fica fácil desejar a liderança e não se preparar para lidar com as novas responsabilidades e desafios do cargo, como a demissão de um funcionário, a desconfiança de colegas ou dar um feedback ruim.
Antes de aceitar um cargo de chefia, o especialista João Marcelo Furlan, fundador do Enora Leaders e professor do curso “Leader Launch” da Future Dojo, fala que o primeiro passo é compreender o que será exigido de habilidades, responsabilidades e rotina.
“Quando a decisão já está tomada ou você demonstra o desejo de se tornar líder, a empresa começa a fazer um investimento de tempo, foco e dinheiro em você. Tem que ser um passo bem dado, pois é muito difícil voltar atrás”, afirma Furlan.
E as dificuldades são muitas. Quanto maior o cargo, mais decisões e mais política existem. “Tomar decisões difíceis e ter conversas difíceis são duas medidas para avaliar os líderes”, diz Furlan.
Uma forma de se preparar é sendo sombra de uma chefia ou realizando uma mentoria. Cursos, como a nova oportunidade da Future Dojo, são outra opção para já começar a se preparar para o próximo passo na carreira.
Adquirir conhecimento nunca é demais. Por isso, Furlan indicou algumas das maiores dificuldades que você pode esperar ao chegar na liderança e dicas para lidar com as situações.
Negar pedidos faz parte dos desafios da liderança. Como um novo namoro, os primeiros meses no cargo trazem um forte desejo de agradar os outros. Quem não quer passar uma boa impressão e ser popular e amado?
No entanto, os funcionários buscam os líderes para ajudar com decisões mais complexas e, ao mesmo tempo, existe uma responsabilidade para reforçar a estratégia da empresa e alcançar metas.
Assim, não dá para agradar todo mundo e aceitar cada pedidos de folga, férias, aumento e reclamações que chegam naturalmente.
A dica de Furlan é ser transparente sobre o momento com os liderados e falar não do jeito certo.
“Não precisa falar não na hora, mas colocar quais são as prioridades para sua equipe. Outra dica: não chegar já querendo impor tudo. As pessoas querem ser ouvidas e participar da criação. O primeiro passo é ouvir, compreender e conectar. E, se necessário, esclarecer se é o momento certo ou não para um pedido”, diz.
Se a habilidade de lidar com conversas e decisões difíceis é um medidor para a liderança, saber tomar decisões resume bem essa grande dificuldade para qualquer cargo de gestão. Cada decisão tem um impacto maior nas pessoas da equipe e nos resultados da empresa do que antes.
E ignorar os problemas que caem no seu colo não vai ajudar: só cria bolas de neve maiores.
No lugar disso, Furlan recomenda desenhar um plano de visão de futuro para o seu primeiro ano de liderança.
“Planejar o futuro com metas claras de curto prazo, com OKRs de três meses, ajuda a guiar as conversas e expectativas. Você estabelece uma rotina de conversas individuais com o time, fala quais são os desafios e dá feedback”, diz.
Assim, você pode criar momentos abertos para conversa e que ajudam a tomar decisões. No caso de um feedback negativo, ter a rotina ajuda a construir um plano para o profissional melhorar seu desempenho.
Segundo o especialista, essa é maior a dificuldade das novas lideranças. “O que acontece quando você aceita um novo desafio é que você se torna inconscientemente incompetente. Você não sabe que não sabe algo, pois os desafios são inéditos para você”, explica.
A síndrome faz a pessoa sentir que recebeu uma recompensa e visibilidade, mas não está à altura do desafio. Ao se sentir como impostor, o profissional fica preocupado que será “descoberto” como tal a qualquer momento.
“A questão é que as competências e habilidades que levaram à promoção não são as mesmas exigidas para o novo cargo. Começam a entrar demandas de planejamento de equipe, recrutamento de pessoas, feedback, motivação”, diz.
Por isso, é muito importante se antecipar aos desafios principais do cargo e começar a desenvolver habilidades como comunicação e empatia.
“Praticar mesmo antes de ter a posição de líder pode ser bem visto. E mesmo não sendo promovido, não vai fazer mal para você desenvolver essas habilidades”.
Uma das etapas mais determinantes na jornada de executivos de sucesso é justamente o primeiro degrau: quando ele deixa de gerenciar a si mesmo e passa a gerenciar os outros.
Para ajudar nessa etapa, a Future Dojo, joint-venture de educação da EXAME e da ACE, lançou em parceria com a Enora Leaders, empresa especializada em treinamentos corporativos, o Leader Launch, uma formação criada para para quem acabou de virar líder.
Todo o programa foi construído levando em consideração as necessidades e desafios enfrentados por profissionais em seus primeiros 90 dias em funções de liderança, justamente o período em que ele deve se adaptar ao novo cargo e criar as bases para seu modelo de gestão.
As matrículas para a primeira turma estão abertas até 20 de outubro. As inscrições devem ser feitas no site do curso, que você acessa clicando aqui.