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Jornada de 8 horas de trabalho parece ter ficado para trás

Uma pesquisa revela que 56% das pessoas, no mundo, não se importam em trabalhar durante o tempo livre


	Jornada de trabalho: 56% das pessoas, no mundo, não se importam em trabalhar durante o tempo livre
 (Thinkstock Images)

Jornada de trabalho: 56% das pessoas, no mundo, não se importam em trabalhar durante o tempo livre (Thinkstock Images)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 1 de agosto de 2015 às 06h00.

São Paulo – Desligar-se do trabalho nas horas vagas é uma tarefa cada vez mais distante na realidade dos trabalhadores. É o que diz uma recente pesquisa feita pela Career Builder nos Estados Unidos, apontando que metade dos norte-americanos verifica e responde e-mails fora do horário de expediente.

A tradicional jornada de oito horas parece ter ficado no passado. A maioria dos cidadãos entrevistados no estudo acredita que “o trabalho das nove às cinco” (horário padrão nos EUA) já figura como um conceito ultrapassado. Durante o tempo livre, quase 40% afirmam que continuam a realizar alguma atividade profissional.

Segundo Rosemary Haefner, diretora de recursos humanos da consultoria, algumas empresas ainda não conseguem encerrar o dia antes das cinco horas da tarde. “Se essas instituições permitirem mais liberdade e flexibilidade de horário aos funcionários, a produtividade e retenção podem aumentar”, diz.

No Brasil, o cenário não é diferente. O tempo entre a vida pessoal e no trabalho está cada vez mais unificado com o incessante uso de internet e aparelhos móveis. Mas, o brasileiro não parece se incomodar.

De acordo com um levantamento global feito pela Randstad -multinacional de recursos humanos - mesmo fora das horas regulares, 63% atendem o telefone e respondem e-mails do trabalho imediatamente.

A necessidade de estar conectado durante as folgas não é vista como problema segundo a pesquisa. Nesse quesito, o Brasil fica na 5ª colocação no ranking mundial – com 68% - atrás do México, Portugal, China e Índia.

O presidente da Kroton, maior grupo de educação do mundo, conta que trabalha entre 10 e 12 horas por dia. “Mesmo nas horas em que eu estou fora do trabalho eu não consigo me desligar”, diz Rodrigo Galindo.

Traçar limites é a chave para manter o equilíbrio entre os dois períodos. A cultura de ‘’24 horas conectado’’ está consolidada, e, mundialmente, isso acontece por uma pressão das organizações que esperam que os seus funcionários fiquem disponíveis depois do serviço. E fica pior – a grande maioria dos profissionais dizem que o trabalho é a primeira coisa que pensam ao acordar. Parece que desfrutar dos momentos de lazer já não é mais uma tarefa tão fácil. 

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