É preciso dedicar uma atenção especial para como nos relacionamos com nós mesmos e com as pessoas ao nosso redor (Nuthawut Somsuk/Getty Images)
Publicado em 7 de abril de 2025 às 18h37.
Antes de mais nada, preciso explicar essa história para quem não tem familiaridade com o tema. Quando o assunto é carreira e turnover, existe uma máxima que diz que as empresas contratam por conta das competências técnicas, mas, normalmente, a demissão tem a ver com aspectos comportamentais.
Por isso, quando falo em "inverter" essa lógica, estou sugerindo que as pessoas parem de tratar as competências socioemocionais como algo secundário e passem a vê-las como um pilar do desenvolvimento profissional. Porque, sim, todo mundo é capaz de trabalhar essas habilidades. E não só isso, devemos ter essa atividade como meta.
Da mesma forma que investimos em cursos de formação, buscamos ampliar nosso conhecimento e tentamos nos manter em dia com relação aos assuntos da nossa área, precisamos dedicar uma atenção especial para como nos relacionamos com nós mesmos e com as pessoas ao nosso redor.
Isso significa aprimorar a comunicação, exercitar a escuta ativa, aprender a lidar com pressões e desenvolver inteligência emocional, só para dar alguns exemplos.
Minha dica é começar essa jornada com um olhar mais atento sobre como você se relaciona no ambiente de trabalho. Pergunte a colegas e líderes quais são suas fortalezas e onde pode melhorar quando o assunto são as competências socioemocionais. Saber como os outros percebem sua forma de comunicação, trabalho em equipe e resolução de conflitos pode trazer insights valiosos para o seu crescimento.
Também é importante buscar referências e aprender com boas práticas. Observe como pessoas que você admira lidam com desafios, se comunicam e gerenciam suas emoções no dia a dia.
Além disso, experimente técnicas como anotar suas reações diante de situações difíceis. Isso pode ajudar na hora de identificar padrões de comportamento e oportunidades de melhoria.
Outra recomendação tem a ver com algo que, pessoalmente, costumo fazer: pedir feedbacks não só formais, mas em situações corriqueiras. Por exemplo, quando alguém da Cia de Talentos comenta sobre um webinar que participei, peço para a pessoa dizer o que ela acha que foi bom e em que posso melhorar.
Faço isso porque estou genuinamente interessada em sua opinião e por acreditar que são essas trocas que ajudam a “lapidar” nosso desempenho ao longo da jornada profissional.
Não importa quantos anos de estrada você tenha, quanta experiência acumulou ou quantas especializações fez: trabalhar o aspecto socioemocional de uma carreira é para toda a vida, não só para quem está começando a jornada profissional.
No final do dia, as hard skills são, sim, aquilo que tornam uma pessoa competente, mas o que a torna indispensável são as soft skills. Lembre-se disso.