Carreira

“Queremos mudar o uso do escritório", diz VP de RH da Mastercard Brasil

De 20 dias para trabalhar de qualquer lugar do mundo à espaço pet no escritório, veja como a Mastercard Brasil busca atrair seus funcionários para um presencial diferente

Luciana Cardoso, VP de RH da Mastercard Brasil: Estamos adaptando o escritório às diferentes necessidades das pessoas e escutando muito o tempo todo (Mastercard/Divulgação)

Luciana Cardoso, VP de RH da Mastercard Brasil: Estamos adaptando o escritório às diferentes necessidades das pessoas e escutando muito o tempo todo (Mastercard/Divulgação)

Publicado em 18 de março de 2024 às 12h55.

Última atualização em 20 de março de 2024 às 11h53.

Com o regime híbrido, a Mastercard está apostando em benefícios flexíveis e mais humanos para o seu time no Brasil.

Queremos mudar um pouco o uso do escritório. Hoje as pessoas vão para o escritório para ter convívio, para ter troca de ideias, por isso estamos trazendo outras utilidades para o ambiente de trabalho”, afirma Luciana Cardoso, vice-presidente de RH da Mastercard Brasil.

Dando o espaço para o funcionário

A mudança começou de dentro para fora, com ajustes nos escritórios que estão localizados em São Paulo e em Brasília. Toda segunda-feira haverá uma manicure e toda sexta-feira vamos oferecer treinamentos de negócios e vendas, massagem e acupuntura nas sedes.

“Estamos adaptando o escritório às diferentes necessidades das pessoas e escutando muito o tempo todo”, diz a VP de RH, que adianta que na próxima sexta-feira, 22, será inaugurado o espaço pet. “Os funcionários agora poderão levar seus pets para o escritório uma vez ao mês, em datas específicas e agendadas”.

Outra mudança que está prevista para este ano, e que Cardoso também recebeu como pedido dos funcionários, é a criação de salas mais discretas no escritório, destinadas a sessões de terapia.

“Estas salas serão menores e projetadas tanto para garantir privacidade sonora quanto visual, porque hoje as nossas salas de reunião são todas envidraçadas”, diz a executiva que afirma que pontos ligados ao bem-estar serão a sua prioridade para este ano.

A flexibilidade que eles pedem

Já pensou em trabalhar 20 dias de qualquer lugar do mundo? Esse é um dos benefícios que a Mastercard oferece aos seus funcionários que precisam muitas vezes fazer um curso fora ou até mesmo complementar com as férias escolares do filho.

“Chamamos esse benefício de work elsewhere, que é o funcionário trabalhar de onde ele gostaria por 20 dias úteis no ano. Ele pode quebrar isso da maneira que quiser, desde que alinhado com o gestor”, diz Cardoso.

Para o funcionário que busca realizar um projeto social, outra flexibilidade que a empresa oferece são 5 dias úteis para ações voluntárias e a licença luto que podem variar entre 5 e 20 dias.

“Em caso de luto, normalmente as pessoas faltam uns 2 dias e depois pegam férias. Férias não é para isso e o funcionário não precisa ter o constrangimento de pedir uns dias. É um benefício cultural aqui”, diz a VP de RH que reforça que a licença luto foi implementada antes da pandemia.

O benefício da diversidade

Além desses benefícios flexíveis, há outras medidas de RH da Mastercard que buscam além de reter funcionários, como o apoio à construção familiar, incluindo procedimentos de fertilização e congelação de óvulos.

“Se esgotada todas as possibilidades do nosso plano de saúde, fazemos um reembolso de procedimentos, que podem incluir desde fertilização ao congelamento dos óvulos”, afirma Cardoso que diz que é um programa ousado que faz todos refletirem sobre o desenvolvimento não apenas profissional, mas pessoal também. “Soube neste mês que uma funcionária usou esse benefício e agora está grávida.”

O olhar da Mastercard também está no mercado e um programa especial está buscando reintegrar profissionais afastados do mercado de trabalho.

“Por meio do programa global ‘Relaunch Your Career’ atraímos pessoas que ficaram mais de dois anos fora do mercado por diferentes razões, como pausa para estudo ou para cuidar de um familiar”, diz a executiva da Mastercard Brasil.

Ainda sobre o tema diversidade, Cardoso afirma que a meta global da companhia é ter a metade dos cargos de liderança ocupados por mulheres até 2025. “No Brasil já batemos essa meta global e hoje metade das mulheres do meu time são líderes”, diz a VP de RH que reforça que equidade de gênero é algo que a companhia aposta há anos. “Além dos cargos de liderança, buscamos equidade salarial também. Há 10 anos fazemos estudos para que não tenhamos gap entre remuneração de profissionais masculinos e femininos.”

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Outra meta da Mastercard no Brasil é lançar o InSolidarity, programa global iniciado em resposta aos eventos de 2020 e à questão do George Floyd nos Estados Unidos. Este programa tem o objetivo de aumentar a participação de pessoas negras na empresa em geral, incluindo na liderança, com a meta de alcançar 50% de líderes negros na companhia globalmente até 2025.

Para Cardoso, apostar em um time diverso é apostar em benefícios para os negócios da companhia. "A diversidade traz novas perspectivas, ideias e soluções para desafios, promovendo um ambiente mais criativo e inovador", diz. "Essa cultura de respeito está sendo essencial para a sustentabilidade e crescimento a longo prazo da companhia".

Com mais de 32 mil funcionários em 210 países, a Mastercard registrou lucro líquido de 2,8 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2023, com alta de 11% na comparação anual. A receita líquida em 2023 foi de 6,5 bilhões de dólares, um avanço anual de 13%. O aumento foi atribuído ao crescimento da rede de pagamentos e dos serviços de valor agregado e soluções.

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