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Injeção de ânimo

Os investimentos do governo e das empresas na região geram crescimento em mercados tão diferentes, como varejo, turismo e construção. Este último tem 6 308 vagas abertas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 16h53.

São Paulo - O caminho que liga Recife a Ipojuca, município pernambucano onde está o balneário de Porto de Galinhas, que logo depois leva a Suape, onde está o complexo portuário, é um resumo da economia da Região Nordeste: em todo o trecho, há obras industriais e comerciais  que irão aproveitar a rota até o complexo portuário.

“Infraestrutura, consumo, mercado imobiliário e logística são setores que estão aquecidos e criando empregos na região”, diz Carlos Rebellato, da consultoria de gestão Deloitte em Recife. 

Em torno de Suape, que vem recebendo investimentos públicos e privados da ordem de 15 bilhões de dólares, pipocam condomínios que são reflexo da pujança de outro setor, o da construção, em que o Nordeste lidera, com 6 308 vagas, segundo o levantamento feito pela VOCÊ S/A. No Brasil serão 16 951 vagas.

A construtora Moura Dubeux, de Recife, vai construir uma série de empreendimentos no entorno de Suape, incluindo seis condomínios industriais, dois residenciais, um centro de convenções e duas fábricas, para atender ao crescimento ao redor do porto. A estimativa é que sejam necessárias 35 000 moradias para a região em sete anos.

“O investimento em infraestrutura tornou muito mais fácil atrair uma empresa para o Nordeste”, diz Mário Luís Delgado, sócio do escritório Martorelli e Gouveia Advogados, um dos maiores da região, que contratou 120 pessoas no Nordeste em 2009 e assessora grandes negociações. “Estamos participando de duas operações de fusão, uma no setor sucroalcooleiro e  outra na área imobiliária.” 

Turismo

O Banco do Nordeste (BNB) anunciou neste mês um programa de crédito a empreendedores hoteleiros em Natal (RN), Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Recife, com recursos de 524 milhões de reais. O investimento vai aquecer ainda mais o mercado de turismo.

A cearense Paula Assad, de 27 anos, aproveitou essa onda e aceitou, em 2009, um convite da Intercity, rede de hotéis de Porto Alegre (RS), para ser coordenadora administrativa da unidade que a rede abriu em Fortaleza.


“A empresa vem crescendo rápido, há mais possibilidade de ser reconhecido”, diz Paula. Neste mês, a Intercity lançou um hotel em João Pessoa (PB). Seu próximo empreendimento, que unirá prédios de escritórios e residenciais em Salvador, vai gerar 100 empregos e custar 30 milhões de reais. 

Varejo quente

O crescimento da economia nordestina tem base nos investimentos feitos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e pelo Bolsa Família, já que concentra mais de 30% de seus beneficiários. Com esse incentivo, os setores de consumo e varejo crescem.

O Grupo Pão de Açúcar vai investir por lá uma parcela dos 5 bilhões destinados à expansão nos próximos três anos. “Faremos um núcleo de recrutamento local para as novas lojas”, diz Roberta Rivaldo, gerente de RH do grupo. 

Empresas como o Pão de Açúcar, que irão empregar em massa, terão problemas quando se fala de mão de obra qualificada, com formação superior e conhecimento de idiomas. Ainda que o saldo de empregos na região tenha batido recorde em 2009, com criação de 227 000 postos, falta qualificação.

“Há um descompasso entre quem sai da faculdade e o perfil que precisamos na indústria tecnológica”, diz Leonardo Guimarães, diretor do Porto Digital, que reúne empresas de tecnologia em Recife. Fluência em inglês, algo que o Grupo Pão de Açúcar definiu como necessário para seu pessoal administrativo, é um dos obstáculos para esses profissionais.

O crescimento da procura por melhor formação, no entanto, vem mostrando que essa mudança já começou. “As matrículas na pós-graduação em 2010 foram 25% maiores do que no ano passado”, diz Maria Angela Lino, coordenadora da pós-graduação da Unifacs, de Salvador.

Com reportagem de Renata Avediani

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