Tendências em tecnologia para o RH (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Vice President of Corporate Education da Exame
Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 19h12.
Última atualização em 31 de outubro de 2023 às 10h20.
O mercado de tecnologia para o RH está em alta e isso não é exatamente uma novidade. Milhões foram investidos nos últimos anos para que os empreendedores pudessem desenvolver novas ferramentas que, com suas contribuições, foram imprescindíveis para o não-colapso de times e empresas durante a pandemia.
Em pouquíssimo tempo, o RH precisou se adaptar a essa realidade tech e o que vem em 2023 não é diferente. Tenhamos como exemplo o Chat GPT, que ganhou muita atenção nesse começo de ano e já mostra o imenso potencial das IAs como ferramentas disruptivas nos negócios como um todo.
Pensando nessa realidade, um dos maiores consultores de RH do mundo, Josh Bersin, listou recentemente as tendências “Hot” e “Not” de tecnologia para o RH em 2023 (em alta e ultrapassadas, respectivamente).
Trago aqui alguns de seus insights, tomando a liberdade de adicionar as minhas percepções também, que foram inspirados pelo seu artigo.
Comecemos, então, listando os cinco principais pontos de atenção imprescindíveis para o mindset do RH tech:
1. A tecnologia será usada para criar ambientes de trabalho humanos e empoderadores.
2. As soluções precisam ser fáceis de usar e ajudar na garantia da equidade e inclusão.
3. A inteligência artificial e o machine learning serão fundamentais.
4. A integração de dados e automação também terão papel importante.
5. O Lifelong Learning será uma prioridade para as empresas, e a tecnologia terá um papel fundamental para apoiar esse objetivo.
Com toda a discussão acerca da IA e das tecnologias emergentes “substituírem” profissionais, processos ou até áreas por completo, acredito que essa lista vem para mostrar justamente o contrário: que essas tecnologias reforçam o propósito da criação de ambientes de trabalho mais humanos, inclusivos e engajadores, utilizando a tecnologia à seu favor.
Além disso, não poderia deixar de mencionar o item cinco, que foca na importância do aprendizado contínuo e reforça a tecnologia como impulsionadora do desenvolvimento de novas habilidades, que servem, inclusive, para (co)operarmos com ela.
• Sistemas de gestão de talentos com foco no desenvolvimento de carreira e planos de sucessão, que ajudam a preparar os funcionários para futuros desafios.
• Ferramentas de gestão de engajamento e cultura, para medir e melhorar a satisfação e o bem-estar dos funcionários.
• Plataformas de IA para recrutamento, tornando o processo mais preciso e eficiente.
• Soluções de aprendizagem personalizadas, que permitem uma experiência mais envolvente e eficaz.
• Comunidades virtuais de aprendizagem para colaboração e compartilhamento de conhecimento.
• Ferramentas de integração de dados e automação, que ajudarão a simplificar e otimizar os processos internos.
• Sistemas de feedback e avaliação de desempenho baseados em inteligência artificial, possibilitando avaliações mais objetivas e precisas.
• Tecnologias de monitoramento de saúde e bem-estar, para ajudar a identificar e prevenir problemas de saúde relacionados ao trabalho.
Na categoria “Not”, cito aqui as minhas percepções com foco no ecossistema de aprendizagem, posso listar em queda:
• Ferramentas de aprendizagem baseadas em SCORM.
• Soluções com conteúdos tradicionais não pensadas para cada canal (digital ou presencial).
• Plataformas de e-learning genéricas, sem conteúdos altamente conectados com a estratégia das empresas e contexto atual
• Sistemas de gestão de programas de desenvolvimento de liderança extremamente teóricos e de baixa qualidade.
• Plataformas que não fornecem métricas e insights para avaliar o impacto.
• Sistemas de gamificação mal projetados, com processos infantilizados e sem engajamento.
• Plataformas que não oferecem integração com outras ferramentas corporativas.
• Sistemas que não suportam aprendizagem móvel e acessibilidade.
Anota o que eu vou dizer: há muito mais por vir em 2023 e lutar contra não te leva longe. A principal tendência aqui não é a tecnologia em si, mas a capacidade que nós humanos desenvolvemos para lidar com ela. Isso sim é definitivamente “Hot.