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Hora dos DI

Com a tendência de alta dos juros, os fundos DI voltam a brilhar no mercado financeiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 16h36.

São Paulo - A taxa básica de juros está em tendência de alta e, com isso, os fundos DI, desprezados num passado recente por causa da baixa rentabilidade, voltaram a entrar na mira dos investidores.

Segundo cálculos de gestores, se a taxa de administração cobrada pelos fundos DI ficar entre 2,5% e 3% ao ano, o ganho líquido da maioria deles vai superar a rentabilidade da poupança e de boa parte dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que também são aplicações de risco baixo. A taxa  de juros pulou de 8,75%, em março, para 10,25%, em junho, e deve chegar ao fim do ano em 11,75%. 

Não é só a perspectiva de alta nos juros que torna os fundos DI atraentes. A crise fiscal europeia está levando o investidor a procurar opções mais seguras. “Há também a eleição pela frente, o que deve manter a volatilidade na bolsa. Os investidores tenderão a procurar ainda mais os fundos DI”, diz Simone Aparecida Pinheiro, gerente de produtos da Caixa Econômica Federal, em São Paulo.

A Caixa vai lançar novos fundos DI. Atualmente, há  cinco deles com taxas de administração que variam de 0,25%, para quem tem 1 milhão de reais para investir, a 2% ao ano, para quem pode aplicar somente 100 reais. 

Segundo Marcos Villanova, diretor de investimentos do Bradesco, em época de alta dos juros, a lógica técnica é que os fundos referenciados em Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), com juros pós-fixados, passem a bater os de renda fixa, com papéis prefixados. Ele diz que antes de sair correndo para trocar um fundo de renda fixa por um DI, o investidor deve fazer contas, considerando a tributação para ver se o vaivém do dinheiro vale a pena. 

Os fundos DI e de renda fixa pagam Imposto de Renda com alíquota de 22,5% para quem investe por até seis meses, 20% para o prazo de seis meses a um ano, 17,5% para período de um a dois anos e 15% para quem mantiver os recursos na mesma aplicação por mais de dois anos. “A troca compensa quando os valores são grandes”, afirma Marcos. No Bradesco, as taxas de administração oscilam de 1%, para quem investe 80 000 reais, a 4,5%, para quem aplica 100 reais.

Para André Oda, professor de finanças da Fundação Instituto de Administração e sócio da Alianti Consultoria, em São Paulo, é preciso dar especial atenção às taxas de administração. André comprovou num estudo que a diferença de 1 ponto percentual pode ter peso importante no longo prazo.

“Suponha que um valor seja aplicado todos os meses de tal forma que em 30 anos o investidor objetive acumular 100 000 reais. Se a taxa de administração for 2% ao ano, o mesmo valor aplicado mensalmente virará 130 000 reais em 30 anos, e não 100 000 reais”, diz. Antônio Cássio Segura, gerente executivo da diretoria de varejo do Banco do Brasil, diz que com ou sem alta dos juros é preciso diversificar os investimentos.

Ele recomenda que as aplicações de juros pós-fixados fiquem com, no máximo, 60% a 70% do patrimônio do investidor. “O momento é propício para o DI, mas a inflação ficará logo sob controle e o juro vai voltar a cair”, afirma Antônio Cássio.

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