O processo de onboarding é fundamental para garantir que um novo colaborador seja integrado de maneira eficiente e eficaz à cultura e aos processos de uma empresa. Tradicionalmente, esse processo é dividido em períodos de 30, 60 e 90 dias — culminando com o final do período de experiência, no caso do regime CLT — criando um plano escalonado que ajuda o novo funcionário a se adaptar de forma gradual às suas novas responsabilidades.
Cada fase deve ser estrategicamente planejada para maximizar o aprendizado e o engajamento do novo colaborador, garantindo que o novo funcionário se sinta cada vez mais parte da equipe e consiga entregar resultados de maneira consistente.
Veja como elaborar um bom onboarding e aplicá-lo em diferentes áreas da empresa.
Elementos importantes de um onboarding de 30-60-90 dias
Ao criar um plano de onboarding, é essencial definir objetivos claros para cada uma dessas fases, com foco no desenvolvimento gradual do novo colaborador. Cada fase tem seu propósito e objetivos, sendo essencial dividir as expectativas e responsabilidades ao longo do tempo. O processo deve ser bem estruturado para evitar sobrecarga no início e garantir que o colaborador tenha uma curva de aprendizado eficiente.
Quais as cinco partes de um bom plano de 30-60-90 dias?
Além de considerar os elementos citados acima, é importante considerar as cinco partes essenciais para que o onboarding funcione nesse período. Veja:
1. Metas: conhecimento da empresa (primeiros 30 dias)
Nos primeiros 30 dias, o foco deve ser na introdução do colaborador à cultura da empresa e aos processos internos. Ele precisa se familiarizar com a missão, visão e valores da organização, além de compreender a estrutura do time e suas responsabilidades específicas.
A aprendizagem nesta fase deve ser voltada para as ferramentas e sistemas usados pela empresa, além de sessões de treinamento que ajudem o novo funcionário a entender como ele pode contribuir para o sucesso da equipe. Aqui, o colaborador começa a entender o "como" e o "porquê" de seu trabalho, sem a pressão de resultados imediatos.
2. Desenvolvimento de habilidades e aprofundamento (60 dias)
Nos próximos 60 dias, o colaborador começa a se aprofundar em suas responsabilidades, recebendo atribuições mais complexas e desafiadoras. Ele deve começar a trabalhar de maneira mais independente, aplicando o conhecimento adquirido nos primeiros 30 dias.
Esta fase também é crucial para que este desenvolva novas habilidades necessárias para o sucesso em sua função, seja por meio de treinamentos adicionais ou mentorias mais específicas.
O acompanhamento contínuo do gestor é essencial, garantindo que as expectativas estejam alinhadas e que o funcionário esteja recebendo o suporte necessário para evoluir.
3. Autonomia e resultados (90 dias)
Após 90 dias, o colaborador deve ter desenvolvido a confiança e a competência necessárias para executar suas funções de forma autônoma e identificar as prioridades do seu trabalho.
Nesse momento, ele já deve estar gerenciando projetos ou tarefas mais complexas com menos supervisão, além de ser capaz de oferecer soluções e contribuir com ideias para o aprimoramento de processos.
Os resultados começam a ser avaliados de forma mais concreta, com métricas que ajudam a medir o desempenho do colaborador e a sua contribuição para os objetivos da empresa.
4. Feedback e ajustes de desempenho
O feedback contínuo é um elemento fundamental durante todas as fases do onboarding, mas especialmente após 60 e 90 dias. Durante a avaliação de desempenho, é crucial analisar o progresso do colaborador e fornecer orientações claras sobre os pontos fortes e áreas de melhoria.
Este momento serve para ajustar expectativas, identificar eventuais lacunas no conhecimento e, se necessário, traçar novos objetivos para os próximos meses.
A troca de feedback também é uma oportunidade para o colaborador expressar suas dificuldades e necessidades de suporte, o que pode ser fundamental para manter seu engajamento e motivação.
5. Planejamento de longo prazo
Após os três primeiros meses, além de avaliar o desempenho inicial, o colaborador deve começar a planejar seus próximos passos dentro da organização. Isso inclui definir metas de longo prazo, projetar o crescimento na empresa e discutir as oportunidades de desenvolvimento profissional.
Esse planejamento deve estar alinhado com as necessidades da organização e as expectativas de crescimento do colaborador, criando um cenário de ganhos mútuos tanto para o profissional quanto para a empresa.
Quais os benefícios de aplicar esse onboarding?
Além de deixar o processo da entrada de novos funcionários mais simples, ao aplicar esse tipo de onboarding, a empresa consegue:
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Aumento de produtividade: Com um plano de onboarding estruturado, o colaborador tem mais clareza sobre seu papel e suas responsabilidades desde o início, o que aumenta sua capacidade de entrega. A imersão gradual permite que ele absorva as informações e ferramentas necessárias sem sobrecarga, resultando em um aprendizado mais eficaz e rápido.
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Melhor coesão da equipe: O onboarding bem executado também melhora a integração do novo colaborador com os membros da equipe, o que fortalece a colaboração e o trabalho em grupo. Isso contribui para uma cultura organizacional mais saudável, onde todos os membros sabem suas funções e como interagir de forma eficiente.
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Avaliações de desempenho consistentes: O processo de 30, 60 e 90 dias oferece uma base sólida para realizar avaliações de desempenho consistentes. Esses momentos de feedback são importantes para ajustar a trajetória de desenvolvimento do colaborador e garantir que ele esteja alinhado com os objetivos da empresa.
Como criar um plano de ação para 30, 60 e 90 dias para diferentes setores da empresa?
Cada setor de uma empresa pode ter diferentes expectativas e processos específicos, por isso, o onboarding deve ser personalizado conforme a área de atuação.
Para departamentos como vendas, o foco pode estar em conhecer produtos e entender processos de vendas, enquanto para a área de tecnologia, é essencial que o novo colaborador se familiarize com sistemas e metodologias de desenvolvimento.
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Para vendas: Nos primeiros 30 dias, o colaborador deve aprender sobre os produtos e o mercado. Nos 60 dias, deve começar a interagir com clientes e realizar negociações sob supervisão. Após 90 dias, espera-se que ele esteja apto a realizar vendas independentes e lidar com diferentes cenários de clientes.
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Para tecnologia: Nos primeiros 30 dias, o foco deve ser a familiarização com as ferramentas de desenvolvimento e com o código da empresa. Durante os 60 dias, o colaborador deve começar a trabalhar em pequenos projetos, com supervisão. Após 90 dias, espera-se que ele tenha autonomia para lidar com projetos mais complexos, realizando programação e testes de forma independente.
Por que você deve saber disso?
Com a alta competitividade no mercado de trabalho, a implementação de um processo de onboarding eficiente tem se mostrado um fator-chave para o sucesso de novos colaboradores.
Um plano estruturado de 30, 60 e 90 dias não apenas facilita a adaptação do colaborador, mas também contribui para a retenção de talentos e o alcance dos objetivos estratégicos da empresa.
Ao entender como aplicar essa técnica, empresas podem melhorar a performance dos seus times, gerar engajamento e reduzir o tempo necessário para que um novo colaborador seja plenamente produtivo.