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Como usar a técnica de feedback 360 graus para crescimento profissional

Entenda como essa ferramenta de avaliação pode transformar o desempenho individual e coletivo dentro das empresas

 Entenda como essa ferramenta de avaliação pode transformar o desempenho individual e coletivo dentro das empresas (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Entenda como essa ferramenta de avaliação pode transformar o desempenho individual e coletivo dentro das empresas (Nuthawut Somsuk/Getty Images)

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 10h21.

O feedback 360 graus é uma metodologia que oferece aos colaboradores uma visão ampla e detalhada sobre seu desempenho profissional, reunindo percepções de vários colaboradores e até clientes. Essa abordagem permite identificar pontos fortes e áreas de melhoria, ajudando no desenvolvimento individual e na construção de equipes mais eficientes.

Para aplicá-la de forma eficaz, é necessário criar um ambiente de confiança e garantir que as avaliações sejam feitas de forma anônima e construtiva. De modo geral, são consultados:

  • Líderes: Avaliam o colaborador com base nos resultados e no alinhamento com os objetivos da empresa;
  • Colegas de trabalho: Oferecem insights sobre habilidades interpessoais e trabalho em equipe;
  • Subordinados: Compartilham percepções sobre a capacidade de liderança e gestão do colaborador;
  • Clientes ou parceiros: Contribuem com feedback sobre qualidade do atendimento ou entrega.

Qual o foco da avaliação 360°?

A avaliação 360° tem como principal objetivo fornecer um panorama abrangente sobre o desempenho de um colaborador, ajudando-o a identificar seus pontos fortes e áreas que precisam de desenvolvimento.  Além disso, analisa:

Foco no autoconhecimento e desenvolvimento profissional

A avaliação 360° é uma ferramenta poderosa para promover o autoconhecimento. Ao receber feedback de diversas fontes, o colaborador tem a chance de entender como seu comportamento e suas competências são percebidos em diferentes contextos.

Isso permite que ele identifique habilidades que já domina e que podem ser potencializadas, bem como comportamentos que precisam ser ajustados para melhorar sua performance no trabalho.

Foco nas competências técnicas

Outro ponto central dessa avaliação é verificar o domínio do colaborador sobre as competências técnicas necessárias para o seu cargo. Isso inclui habilidades específicas, como o uso de ferramentas, conhecimento em determinada área ou a execução de processos.

O objetivo é garantir que o profissional esteja apto a realizar suas funções com excelência e identificar possíveis lacunas de conhecimento.

Foco nas habilidades interpessoais

Além das competências técnicas, este modelo analisa as habilidades interpessoais, que são cruciais para o sucesso no ambiente corporativo.

Características como comunicação, empatia, trabalho em equipe e resolução de conflitos são avaliadas a partir das interações do colaborador com diferentes públicos. Isso ajuda a entender como ele colabora com colegas, engaja subordinados e se posiciona em situações de pressão ou tomada de decisão.

Foco na capacidade de liderança

Para colaboradores em posições de liderança, o este feedback dá atenção especial à capacidade de gerir equipes e liderar projetos. Aspectos como delegação de tarefas, habilidade de motivar, tomada de decisões estratégicas e capacidade de resolver conflitos são avaliados.

Esse foco ajuda a identificar o potencial de crescimento do líder e a ajustar comportamentos que podem estar limitando o desempenho da equipe.

Foco nos resultados entregues

Por fim, a avaliação 360° também se concentra em medir os resultados que o colaborador entrega para a organização. Isso inclui avaliar como o desempenho individual contribui para as metas gerais da equipe e da empresa.

Essa análise ajuda tanto o colaborador quanto os gestores a entenderem o impacto das ações realizadas e a ajustarem estratégias para alcançar objetivos com mais eficiência.

Como aplicar feedback 360°?

Existem diferentes modelos para implementar essa devolutiva, dependendo da complexidade da organização e do objetivo da avaliação. Conheça os 3 principais:

1. Modelo Enxuto:

É uma abordagem simplificada, com poucos avaliadores e feedbacks mais diretos. Focado em equipes pequenas ou startups, onde os relacionamentos são mais próximos. Outra vantagem é que é rápido e fácil de aplicar, com menor necessidade de recursos.

  • Exemplo prático: Em uma equipe de 10 pessoas, todos fornecem feedback anônimo para um único colaborador, abordando pontos-chave como desempenho e colaboração.

2. Modelo Direto:

Envolve líderes e colegas diretos do colaborador, oferecendo um equilíbrio entre objetividade e profundidade. É mais detalhado que o modelo enxuto, mas ainda prático para organizações de médio porte.

  • Exemplo prático: Um gerente é avaliado por sua equipe, seu supervisor e dois pares, com foco em competências específicas, como comunicação e gestão de conflitos.

3. Modelo Complexo:

Inclui uma ampla rede de avaliadores, utilizando questionários detalhados e análises cruzadas. É ideal para grandes empresas ou avaliações de alto impacto, como para cargos executivos. Oferece o feedback mais completo e detalhado, ajudando na tomada de decisões estratégicas sobre promoções e sucessões.

  • Exemplo prático: Um diretor é avaliado por subordinados, colegas de outros departamentos, clientes e membros do conselho, utilizando critérios personalizados e resultados quantitativos.

Como colocar o feedback 360° em prática?

Implementar esta avaliação exige planejamento e organização para garantir que o processo seja eficaz e cumpra seus objetivos. Veja o passo a passo para colocar essa técnica em prática:

  1. Definir quem será avaliado e com qual objetivo: O objetivo pode variar, como promover o desenvolvimento individual, identificar lacunas de competências ou planejar sucessões dentro da empresa;
  2. Criar perguntas alinhadas ao objetivo: É importante incluir itens que avaliem aspectos técnicos, habilidades interpessoais e contribuições gerais para os resultados da equipe e da empresa;
  3. Escolher as pessoas respondentes: Selecionar quem participará do processo de feedback é fundamental para garantir uma análise equilibrada e confiável;
  4. Eleger um prazo para a coleta de respostas: O tempo para preenchimento das avaliações deve ser suficiente para que os participantes reflitam sobre suas respostas, mas não tão longo a ponto de causar atrasos na análise dos resultados;
  5. Comunicar as regras e objetivos aos avaliadores: Transparência no propósito da avaliação é fundamental para que todos participem com seriedade;
  6. Avaliar a participação dos envolvidos: Caso necessário, envie lembretes aos participantes, reforçando a importância de suas contribuições;
  7. Analisar os resultados: Identifique padrões, pontos de melhoria e competências que merecem destaque. Ferramentas de análise de dados ou softwares específicos para esta análise podem ajudar nesse processo;
  8. Definir os pontos abordados na reunião de resultados: Aborde os pontos positivos e as áreas de melhoria de forma equilibrada, orientando o colaborador na criação ou ajuste do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI);
  9. Acompanhar o desenvolvimento do colaborador: É fundamental acompanhar o progresso do colaborador. Monitore as mudanças em comportamentos e competências e, se necessário, realize novas rodadas de avaliações para avaliar a evolução.

Por que você deve saber disso?

O feedback 360 graus é uma ferramenta poderosa para quem busca crescer na carreira e melhorar seu desempenho profissional. Com ele, é possível identificar pontos cegos, alinhar metas de desenvolvimento e construir relacionamentos mais sólidos no ambiente de trabalho.

Além disso, entender como essa técnica funciona ajuda tanto profissionais quanto empresas a criarem uma cultura de aprendizado contínuo, na qual todos têm acesso a avaliações construtivas que impulsionam o sucesso individual e organizacional.

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