Prevenir o burnout não significa desacelerar a carreira, mas sim encontrar maneiras de trabalhar de forma sustentável, garantindo produtividade e bem-estar a longo prazo.
Estratégias como pausas regulares, organização de tarefas e apoio profissional podem fazer a diferença para evitar o burnout (Charday Penn/Getty Images)
Publicado em 7 de março de 2025 às 17h25.
A Síndrome de Burnout, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional desde 2019, afeta trabalhadores que enfrentam níveis elevados de estresse crônico no ambiente profissional.
O termo foi cunhado pelo psicólogo Herbert Freudenberger em 1974 e descreve um estado de exaustão extrema, despersonalização e queda de desempenho.
O burnout pode levar a problemas graves de saúde mental, como depressão e ansiedade, além de impactar diretamente a produtividade e as relações interpessoais no trabalho. No Brasil, segundo dados da International Stress Management Association (ISMA), cerca de 30% dos profissionais sofrem com sintomas da síndrome.
Conheça mais sobre ela e veja como evitá-la sem ter que se afastar do trabalho.
Evitar o burnout sem desacelerar a carreira exige mudanças estratégicas no dia a dia. Pequenos ajustes na rotina podem aliviar a sobrecarga sem comprometer a produtividade. Confira algumas medidas eficazes:
Com o avanço do home office e da hiperconectividade, é comum que a linha entre vida profissional e pessoal fique difusa. Para evitar isso:
A sobrecarga muitas vezes não vem do volume de trabalho, mas da falta de clareza sobre o que realmente precisa ser feito. Para otimizar a produtividade sem exaustão:
Trabalhar longas horas sem descanso não significa maior produtividade. O cérebro precisa de pausas regulares para manter o foco e a energia. Algumas práticas recomendadas incluem:
O corpo influencia diretamente a capacidade mental e emocional. Incorporar atividades físicas na rotina ajuda a reduzir o estresse e melhorar a disposição:
A privação de sono e uma alimentação inadequada afetam diretamente o humor e a energia, tornando o burnout mais provável. Para melhorar esses aspectos:
O papel das empresas é fundamental para a prevenção da síndrome. Organizações que adotam boas práticas reduzem a taxa de absenteísmo e melhoram o desempenho da equipe. Entre as iniciativas mais eficazes estão a promoção de cultura de bem-estar. Programas de apoio psicológico e incentivo à saúde mental melhoram o engajamento dos funcionários.
Essa iniciativa pode surtir ainda mais efeito se a empresa investir em liderança humanizada, com gestores treinados para identificar sinais de esgotamento e, principalmente, uma carga de trabalho equilibrada com revisão periódica das demandas para evitar sobrecargas e manter a produtividade sustentável.
Outra medida que pode ajudar é a flexibilização do trabalho. Modelos híbridos ou horários flexíveis ajudam a equilibrar vida pessoal e profissional.
É importante lembrar que ambientes corporativos que priorizam a qualidade de vida aumentam a retenção de talentos e reduzem custos com afastamentos médicos.
Identificar os sinais do burnout é essencial para evitar que a situação se agrave. Estes costumam surgir de forma gradual e podem ser confundidos com cansaço comum, mas há alguns alertas que indicam que é hora de buscar apoio:
Se esses sintomas persistirem por semanas e começarem a interferir na rotina e nas relações pessoais, é hora de procurar ajuda profissional. Psicólogos e psiquiatras podem ajudar a lidar com a sobrecarga e, em casos mais graves, indicar tratamentos adequados.
O afastamento pode ser solicitado por um médico e, dependendo do tempo necessário para recuperação, pode envolver benefícios como auxílio-doença pelo INSS.
A prevenção do burnout não é apenas uma questão individual, mas também organizacional. A pressão por desempenho continuará existindo, mas é possível crescer profissionalmente sem comprometer a saúde mental. Com estratégias adequadas, tanto profissionais quanto empresas podem garantir um ambiente de trabalho produtivo e saudável.