Ilustração - Celular se vai com balões (Pedro Handam/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 16h15.
São Paulo - Pensem na seguinte cena. Noite de sexta-feira, o casal sai para conhecer um restaurante bacana e novo num bairro chique, em comemoração ao aniversário dela, que havia acontecido uma semana antes. Restaurante bonito, com clima intimista e romântico, cardápio de primeiríssima e, tão logo ele consegue ler o aviso de que o espaço contava com o serviço de wireless, comemora.
E eu, cá de meu lado, pergunto: o que de tão importante alguém pode ter para precisar de conexão wireless e acesso a e-mails numa sexta-feira à noite? Lembro de um amigo, executivo com muitas responsabilidades, respondendo às mensagens em pleno domingo de Páscoa aqui em casa. Meu marido checa a caixa postal em seu smartphone, na cama, enquanto assistimos a episódios de nossas séries preferidas.
No mês passado, vivi uma maratona enorme de viagens e, em meio a uma delas, recebi a ligação de uma pessoa esbaforida, reclamando que eu não havia respondido ao e-mail que ela me enviara pela manhã.
Prontamente escrevi que estava viajando e que, em meus momentos de folga, ainda sou daquelas que preferem um bom livro a me sentar diante do computador para checar mensagens que, com certeza, podem aguardar por minha volta. Assisto a isso tudo pensando que terei muito trabalho para ensinar etiqueta às pessoas.
Além disso, só posso ficar aborrecida por elas e por mais uma multidão que, ao que tudo indica, não captou a seguinte mensagem: a tecnologia está aí para nos servir, não para nos escravizar. Para começarmos o ano com o pé direito, vale lembrar que:
• A primazia é e sempre será de quem estiver diante de você, nunca de seus chamados telefônicos ou das mensagens que chegam a todo instante em sua caixa postal;
• Com o volume de e-mails que se recebe por dia, a regrinha de responder em até 24 horas mudou: algumas vezes isso é humanamente impossível; classifique o que é urgente e dê retorno rapidamente; o que é importante responda em seu tempo, desculpando-se pela demora. Não responder continua sendo falta de educação, ok?
• Não escreva mensagens em seu smartphone durante reuniões, palestras e apresentações quando outra pessoa estiver com a palavra — isso é indelicadíssimo!
Não discuto e muito menos questiono a importância das valiosas ferramentas tecnológicas para nossa vida profissional e até social. Sugiro, porém, cuidado e moderação no uso delas todas. Dizia Santo Agostinho que “a virtude está no equilíbrio”. Pense nisso antes de começar a usar qualquer uma dessas ferramentas em momentos que lhe pareçam inadequados.