Carreira

Futuro do trabalho: países emergentes lideram o uso de IA - com Brasil sendo destaque, aponta estudo

Pesquisa mostra altas taxas de uso da inteligência artificial em nações da Ásia, África e América Latina; veja os avanços do Brasil e os seus desafios com essa tecnologia

A tendência é que, no futuro não muito distante, as pessoas precisarão de uma requalificação profissional (Freepik/Divulgação)

A tendência é que, no futuro não muito distante, as pessoas precisarão de uma requalificação profissional (Freepik/Divulgação)

Publicado em 18 de agosto de 2024 às 08h07.

Tudo sobreInteligência artificial
Saiba mais

Países de economias emergentes estão liderando a adoção da inteligência artificial, com altas taxas de uso principalmente em nações da Ásia, África e América Latina, afirma pesquisa global “How Work Preferences Are Shifting in the Age of GenAI” realizada pelo Boston Consulting Group (BCG), em parceria com The Network e The Stepstone Group.

O estudo contou com entrevistas de 150 mil trabalhadores de 188 países, incluindo o Brasil que traz destaque em relação à média global:

  • No trabalho, 66% dos brasileiros estão utilizando a GenAI para estudos, aprendizado e pesquisa. A média global é de 41%;
  • Para pesquisa e desenvolvimento são 38% (contra a média global de 24%),
  • Em gerenciamento de conhecimento são 35% (contra a média global de 26%),
  • Para 33% para tarefas criativas (contra a média global de 30%),
  • E 8% para detecção de fraude e compliance (contra a média global de 7%).

“Os brasileiros esperam melhores programas de aprendizado (53%), entender que habilidades precisam aprender (45%), ter mais recursos financeiros (40%), mais apoio do empregador (30%), mais tempo (27%), melhor acesso à internet (17%) e maior apoio governamental (12%) para continuar sendo destaque em IA no mercado global”, afirma Santino Lacanna, sócio do BCG.

Os maiores desafios para adotar a IA

Globalmente, indivíduos mais jovens, especialmente aqueles com menos de 20 anos, lideram a adoção da tecnologia, com uma taxa significativa de 50%, aponta o estudo. Em contrapartida, o uso diminui conforme a idade avança com:

  • 49% de utilização entre 21 e 30 anos,
  • 40% entre 31 e 40 anos,
  • 34% entre 41 e 50 anos,
  • 28% entre 51 e 50 anos,
  • Apenas 23% de usuários entre os maiores de 60 anos.

Além do interesse de acordo com a faixa etária, outros desafios para a adoção da tecnologia no Brasil são:

  • Dificuldade em escrever as orientações para a IA e a falta de outras habilidades (25%),
  • Baixa velocidade ou outros problemas tecnológicos (24%),
  • Indisponibilidade de dados ou falta de confiança nas fontes (23%),
  • Falta de qualidade nas respostas da ferramenta (16%),
  • Percepção de respostas tendenciosas (3%).

"O cenário global de trabalho está mudando rapidamente, impulsionado por avanços tecnológicos e pela GenAI”, afirma Lacanna. "As empresas precisam se adaptar a essas novas demandas e investir em programas de requalificação e segurança no emprego para atrair e reter talentos”.

Entre as áreas que estão investindo mais em IA no Brasil, Lacanna destaca:

  • Tecnologia da informação (72%),
  • Marketing e mídia (62%),
  • Gestão de negócios (60%),
  • Educação e treinamento (54%),
  • Legislação (49%).

A tendência é que, no futuro não muito distante, as pessoas precisarão de uma requalificação profissional, como citado por 57% dos respondentes da pesquisa, afirma o executivo.

“De acordo com o levantamento, as profissões que estão mais dispostas a se aperfeiçoar em qualquer caso são os serviços e hospitalidade (71%), serviços financeiros (67%) e transporte, logística e gestão da cadeia de suprimentos (64%)”, diz Lacanna.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialMercado de trabalhoGlobalização

Mais de Carreira

Como responder "Como você lida com a pressão?" na entrevista de emprego

Como desenvolver habilidades de comunicação escrita eficazes

Agulha no palheiro: este é o líder que as empresas procuram, mas poucos estão prontos para o desafio

Como manter o espírito inovador sendo enorme, segundo o CEO da Heineken