Thiago Leifert: o apresentador e venture partner da Base fez o anúncio do novo programa com a Ufam (TV Globo/Divulgação)
Luísa Granato
Publicado em 21 de maio de 2021 às 10h00.
Última atualização em 21 de maio de 2021 às 13h03.
Aproveitando o final do Big Brother Brasil, o apresentador Thiago Leifert fez um anúncio diferente nesta semana. A Basepar, fundo de investimento no qual ele é venture partner, lançou um programa de auxílio financeiro para alunos de Ph.D. no programa de Ciência da Computação da Universidade Federal do Amazonas.
Com o foco em desenvolver negócios de tecnologia na Américana Latina, começando pelo Brasil, o fundo de São Paulo já investiu em empresas com Trybe, Wildlife, Nubank, Zoom e ByteDance. E agora os sócios querem investir no desenvolvimento de talentos na área de computação.
O auxílio vai oferecer aos alunos selecionados R$ 4 mil por mês por até 5 anos, o que dá até R$ 240.000. O edital ainda será publicado, mas serão cinco estudantes selecionados em 2021 e mais cinco em 2022. Os aplicantes precisam ser alunos de pós-graduação da UFAM e podem conferir as instruções para inscrição no site.
E por que bancar um auxílio para pesquisa de computação em Manaus? O professor Edleno Silva de Moura gosta de responder à questão com uma provocação:
“Tem muita gente que pergunta o que a gente estuda, se é computação para cuidar da floresta. E eu questiono de volta: computação no Rio só estuda o mar? A computação tem papel importante na sociedade, falo que é uma ciência verde. Tem muito emprego e você pode formar jovens no interior que vão atuar em empregos remotos, sem precisar se deslocar para grandes cidades”, fala ele.
Além de possuir um curso de excelência na área, a UFAM incentiva o empreendedorismo entre seus alunos e pesquisadores. Uma tradição que Edleno viveu e viu crescer na universidade.
“É um mito que doutor não tem espaço na indústria. Logo que terminei o doutorado, queria ser professor, mas não tinha vaga. Acabei indo para indústria. Tinha feito um software de busca na minha tese e meu orientador me chamou para abrir uma empresa”, conta o professor.
Ele foi o primeiro diretor de tecnologia da Akwan, que se tornou a primeira companhia fora dos Estados Unidos que o Google adquiriu.
“Quando sai do mercado para me tornar professor, problemas que enfrentei dentro das empresas viraram teses de mestrado e doutorado aqui. E isso fez minha carreira avançar mais rápido que a média de professores, eu tinha conhecimento prático”, explica ele.
A atenção da formação também para o mercado aproximou a UFAM de startups como a Méliuz, que criou seu centro de tecnologia em Manaus para aproveitar o ambiente inovador da região. E foi o mesmo que atraiu a Base.
“De lá, já vimos sair mais de dez fundadores de negócios, sócio e diretores relevantes em empresas de tecnologia e startups. Quando você conhece as pessoas envolvidas e a diretriz do programa, faz sentido essa parceria. A nossa missão na Base é ajudar as empresas no Brasil. Para a gente, é uma forma de contribuir para um celeiro de novas empresas e empreendedores”, diz Eduardo Latache, sócio da Basepar.
Agora, eles esperam que o programa de auxílio se torne um atrativo para pesquisadores da universidade, de outros estados e até de fora e ainda seja um incentivo para continuar os estudos. “Espero que a gente consiga atrair bons alunos e aumente a concorrência para o nosso doutorado”, conclui o professor.
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