Analistas de negócios: média salarial de 7,2 mil reais no Brasil (Thinkstock)
Camila Pati
Publicado em 30 de abril de 2015 às 06h08.
São Paulo – Em tempos de crise ou não, toda empresa precisa entender seus problemas e buscar soluções para eles. Esta é a principal explicação por que a carreira de analista de negócios desponta como uma das mais promissoras mesmo em um momento de demissões em larga escala no Brasil.
“A análise de negócios é uma grande oportunidade para que as empresas pensem em como o que elas estão fazendo pode ser melhorado e, assim, encontrem mais resultados”, diz Fabrício Laguna, coordenador em São Paulo do International Institute of Business Analysis (IIBA), associação que tem como missão desenvolver e manter padrões para a prática e a certificação de analistas de negócios.
Responsável por identificar oportunidades de melhoria em processos e sugerir mudanças, os analistas de negócios tem visto seu valor ser cada vez mais reconhecido pelo mercado, segundo Laguna.
Pesquisa da empresa de recrutamento e seleção Catho, 42% das companhias estão em busca de analistas de negócios. E nesse caso, encontrar profissionais realmente qualificados é quase como procurar uma agulha no palheiro. Para se ter uma ideia, são apenas 12 analistas de negócios certificados pelo IIBA no Brasil. Laguna é um deles. “Há muito espaço para crescimento desse cargo”, diz.
Salário pode chegar a 30 mil reais
A valorização do cargo somada à dificuldade em encontrar analistas de negócios qualificados reflete nos salários pagos pelas empresas. Levantamento do IIBA de São Paulo traz as médias salariais em 13 estados e no Distrito Federal. A média no Brasil é 7,2 mil reais, mas um analista sênior em São Paulo pode ganhar até 30 mil reais por mês.
Empresas em território paulista e também as companhias do Distrito Federal são as que pagam os salários mais altos, acima da média nacional. Confira a tabela:
Estado | Média Salarial (R$) | Mínimo (R$) | Máximo (R$) |
---|---|---|---|
Distrito Federal | 8.958 | 4.323 | 14.000 |
São Paulo | 7.773 | 1.500 | 30.000 |
Brasil | 7.278 | 1.278 | 30.000 |
Rio de Janeiro | 7.122 | 1.278 | 13.500 |
Amazonas | 6.500 | 6.500 | 6.500 |
Mato Grosso do Sul | 6.500 | 6.500 | 6.500 |
Paraná | 6.161 | 2.300 | 12.000 |
Rio Grande do Sul | 5.892 | 3.000 | 15.000 |
Pernambuco | 5.542 | 1.500 | 10.320 |
Minas Gerais | 5.527 | 1.300 | 10.000 |
Espírito Santo | 5.000 | 4.500 | 5.500 |
Santa Catarina | 4.878 | 3.500 | 6.300 |
Goiás | 4.800 | 2.600 | 9.150 |
Ceará | 4.657 | 3.800 | 6.000 |
Mato Grosso | 3.320 | 2.000 | 5.400 |
Rondônia | 3.200 | 3.200 | 3.200 |
Área de TI é a que apresenta maior demanda
Apesar de a análise de negócios não ser uma disciplina da área de tecnologia da informação, grande parte dos profissionais estão trabalhando em TI. Soluções na área de informática, segundo Laguna, são mais frequentes, por isso a maior presença desta carreira em departamentos de TI.
Mas, seja qual for a área ou departamento em que o analista de negócios vai trabalhar, é o conhecimento do negócio que faz o profissional despontar como estratégico na empresa.
Além disso, há um conjunto de práticas e habilidades dentro do escopo de atuação do analista de negócios. Elas estão descritas no BABOK (Business Analysis Body of Knowledge), um guia que resume os conhecimentos necessários para a profissão.
A nova versão do guia foi lançada acaba de ser lançada e conta com a colaboração de analistas de negócios do mundo inteiro. Mapeamento e modelagem de processos, regras de negócios e técnicas de gestão de informação são algumas das competências exigidas aos profissionais.
Interessados em saber mais sobre esta carreira, profissionais que já atuam como analistas de negócios e empresas podem compartilhar experiências na 5ª Conferência de Análise de Negócios, promovida pelo IIBA no dia 15 de maio, entre 8h30 e 18h00, no Auditório da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em São Paulo.