Procon-SP permite bloqueio de recebimento de mensagens de empresas no WhatsApp (Chesnot/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 13 de abril de 2021 às 14h57.
Atire a primeira pedra quem nunca cometeu um deslize. Natural, porque somos seres imperfeitos. O fato é que uma mensagem confusa pode custar caro: incompreensões podem dificultar uma venda.
Ao indicar pretérito, ainda são comuns as trocas de "há" por "a", na situação temporal. Revise: "há" indica pretérito; "a" indica futuro.
"Há duas semanas, definimos as novas mensagens para o setor X."
Vale reforçar que não se deve usar "há duas semanas" e "atrás", uma vez que o verbo já aponta para um fato pretérito. Em resumo: há dois dias, há duas, há três meses - todos indicam um tempo anterior.
Vamos à situação futurística:
"Daqui a duas semanas, definiremos as novas mensagens para o setor X."
A preposição "a" (classe invariável da nossa Língua Portuguesa) indica o futuro. O verbo definir, no futuro do presente, é um recurso que pode ser mais explorado no cotidiano corporativo: exagera-se no uso de locução, como "vai definir", "vai trazer", "vamos buscar".
Esse tópico é muito importante. Fica muita confusa a mensagem assim:
"Bom dia João amanhã não envio o pedido já"
Enviar dessa forma é caótico! Pergunta-se: o pedido será ou não será enviado?
A primeira parte de um texto, a do chamamento, precisa ser pontuada:
"Bom dia, João!"
A depender da pontuação, há o seguinte entendimento:
"Bom dia, João! Amanhã não. Envio o pedido já!"
Com o deslocamento do ponto, há uma outra compreensão:
"Bom dia, João! Amanhã. Não envio o pedido já."
Esse é o poder da palavra escrita: passar uma mensagem com organização, pontualidade e clareza. Por isso, profissionais que insistem em achar a gramática como um "amontoado de regras luxuosas" precisam rever urgentemente o conceito.
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DIOGO ARRAIS
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Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS