São Paulo — O despertador toca de manhã e, antes mesmo de sair da cama, você sente que vai reviver um dia de trabalho igual a tantos outros? Talvez você esteja há tanto tempo no mesmo cargo que a sua motivação já se extinguiu quase por completo.
Se isso traz algum alento, você não está sozinho. Com a forte crise econômica enfrentada pelo Brasil, muitas empresas estão desacelerando a trajetória de ascensão em seus quadros: há funcionários “parados” em suas funções há muito tempo, sem previsão de movimentação.
Dito isso, é preciso ressaltar que a estagnação num mesmo cargo não se explica apenas por razões conjunturais — até porque nem sempre o crescimento é sinônimo de promoção. Muitas vezes, o que faz falta é o desenvolvimento e a aquisição de novas competências, que geralmente independem da situação financeira do empregador.
Na visão de Rubens Pimentel, sócio da Ynner Treinamentos, certos vícios comportamentais podem explicar por que tantos profissionais sentem que pararam no tempo em seus emrpegos.
Segundo ele, o maior deles é o perfeccionismo. Embora primar pela qualidade dos resultados seja fundamental, isso não pode comprometer a velocidade ou a pontualidade das suas entregas, nem eliminar todo o tempo extra para pensar em projetos paralelos.
Além disso, ocorre um paradoxo cruel: por desempenhar um trabalho impecável na sua função, o perfeccionista dificilmente será removido dela para alçar novas posições. “No dia em que a empresa tirá-lo daquele cargo, ele fará muita falta, então ela prefere deixá-lo exatamente onde está”, diz Pimentel. "É injusto, mas pode acontecer".
A aversão às próprias falhas também compromete o aprendizado, opina João Cosenza, coach e fundador do Instituto Gestão Consciente. “O momento do erro é muito precioso e não deve ser sempre evitado, porque permite que você conheça melhor o seu funcionamento mental e descubra como pode aprimorá-lo”, explica.
Veja a seguir 4 posturas que podem estar travando o seu desenvolvimento e a sua mobilidade no organograma da empresa:
1. Você está muito ansioso por aplausos
Ambição é um ingrediente natural e desejável em qualquer fase da carreira. Mas a vontade de crescer e ser reconhecido pelas suas realizações não pode se transformar em afobação. Ironicamente, diz Cosenza, a pressa para “vencer” na carreira pode tornar todo o processo de ascensão muito mais lento.
Isso porque profissionais ansiosos demais queimam etapas importantes do próprio desenvolvimento e não completam ciclos de aprendizado. Em busca de um reconhecimento que nunca chega, pulam de emprego em emprego e constroem currículos cheios de lacunas inexplicáveis.
“Se você tiver um objetivo de carreira e fizer um planejamento estratégico para chegar lá, a sua hora vai chegar”, afirma o coach. "Tenha paciência e humildade ao longo desse processo".
2. No fundo, você só trabalha para pagar as contas
Uma das razões mais frequentes para a estagnação de um profissional é a falta de convicção no sentido do próprio trabalho — o que faz com que ele se autoboicote inconscientemente. De acordo com Cosenza, esse tipo de mecanismo só pode ser revertido se você fizer uma revisão profunda dos seus valores e buscar um trabalho compatível com eles.
Pesquisadores na área de psicologia positiva já descobriram que a felicidade vem antes do sucesso, e não o contrário. É preciso se sentir alegre e bem-disposto para então atingir bons resultados e crescer profissionalmente.
Daí a importância de gostar do que você faz e enxergar algum propósito na sua atuação. “Se você trabalha de forma mecânica, sem convicção, dificilmente irá muito longe na empresa ou na sua carreira de forma geral”, diz Cosenza.
3. Você não é estratégico nos seus relacionamentos
Segundo Pimentel, poucos profissionais conseguem se desenvolver se não criam uma relação de parceria com seus chefes diretos. “Se você quer que a empresa invista no seu aprendizado e considere você para possíveis promoções, esteja sempre ao lado do seu gestor na rotina, trabalhando junto, sendo constante nas suas entregas”, afirma.
A preocupação com a confiança deve guiar todos seus relacionamentos. Daí a importância de evitar comportamentos como a fofoca, diz Pimentel. “É aceitável conversar sobre outras pessoas, desde que de forma positiva ou neutra, nunca com o sentido de ridicularizá-las ou diminuí-las”, explica.
Também é importante ter uma atitude gentil, solícita e simpática com todos, independentemente das diferenças hierárquicas. De acordo com o especialista, a seu crescimento na empresa depende muito da imagem percebida pela equipe como um todo.
4. Você tem uma atitude queixosa e pessimista
O cotidiano pode ser muito duro, mas a pior atitude que você pode ter perante as notícias ruins é o mau humor. Em tempos de crise, diz o professor espanhol José Ramón Pin, da IESE Business School, manter o controle emocional é um requisito obrigatório para sobreviver e ganhar relevância nas empresas.
O primeiro efeito do pessimismo tem a ver com o autodesenvolvimento: a negatividade consome uma grande quantidade de energia que poderia ser aplicada ao próprio aprendizado.
Além disso, os gestores costumam dar oportunidades de ascensão a quem tem uma atitude cordial, positiva e proativa no dia a dia. Os reclamões, diz Pimentel, são os últimos a serem lembrados.
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1. Lições que resistem ao tempo
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São Paulo - Quando tinha 15 anos de idade,
Warren Buffett encontrou um
livro na biblioteca de seu avô, assinado pelo orador e escritor Dale Carnegie. Desde então, "Como fazer amigos e influenciar pessoas", lançado em 1937, é
citado pelo megainvestidor norte-americano como uma grande influência para sua vida e carreira. Livros mudam vidas -e, quanto maior seu poder de influência, mais facilmente eles se estabelecerão como clássicos. Nesta galeria, você verá 7 obras sobre carreira,
liderança, riqueza e inteligência emocional que têm resistido ao tempo e servem como referência para especialistas e leigos. Os títulos foram indicados pela
coach Marie-Josette Brauer, presidente do Innovation Coaching Center. Confira a seleção nos slides a seguir.
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2. "A ciência de ficar rico"
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Autor: Wallace D. Wattles
Ano de lançamento: 1910 Wattles talvez seja o primeiro autor na História a expressar a ideia de que a riqueza pode resultar de uma certa maneira de pensar e agir, diz a coach Marie-Josette Brauer, presidente da Innovation Coaching Center. O livro oferece coordenadas práticas, divididas em 17 capítulos, para vencer resistências mentais involuntárias e encontrar sucesso financeiro na carreira.
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3. "Como fazer amigos e influenciar pessoas"
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Autor: Dale Carnegie
Ano de lançamento: 1937 Citado pelo megainvestidor Warren Buffett como uma importante influência em sua carreira, este clássico escrito pelo orador e escritor norte-americano Dale Carnegie serve como guia para melhorar as suas relações interpessoais em qualquer contexto. Sucesso instantâneo nos anos 1930, o livro acabou vendendo 15 milhões de cópias pelo mundo. Segundo a coach Marie-Josette Brauer, o interesse é justificado: o livro de fato traz conselhos eficazes para desenvolver o poder de encantar e liderar os outros. Para Carnegie, apenas 15% do sucesso advém das competência técnicas. Os 85% restantes dependem da capacidade de expressar ideias e gerar entusiasmo nas outras pessoas.
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4. "Pense e enriqueça"
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Autor: Napoleon Hill
Ano de lançamento: 1937 O livro se debruça sobre as histórias de vida de diversos milionários norte-americanos, tais como Henry Ford e Thomas Edison, na tentativa de responder à seguinte pergunta: por que algumas pessoas são tão bem-sucedidas, e outras não? Essa investigação serve como subsídio para chegar a certas afirmações universais e atemporais sobre o sucesso. Napoleon Hill fala com propriedade sobre dinheiro e poder: ele foi conselheiro de dois presidentes dos Estados Unidos e contou com a parceria de Andrew Carnegie, uma das pessoas mais ricas de seu tempo, para concluir o livro. Após a leitura, é fundamental fazer os exercícios propostos pelo autor, recomenda a coach Marie-Josette Brauer.
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5. "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes"
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Autor: Stephen R. Covey
Ano de lançamento: 1989 Desde sua publicação no final dos anos 1980, o livro vendeu mais de 20 milhões de cópias e se tornou o audiobook de não-ficção mais vendido na história nos Estados Unidos. Na obra, são apresentados os princípios éticos definitivos que conduzem à independência na vida pessoal e na carreira. Segundo o autor, quem costuma praticar os 7 hábitos descritos em sua obra tem uma rotina mais feliz, saudável e produtiva. O trabalho de Covey produziu um dos livros de carreira mais influentes de todos os tempos,
segundo publicações como Time e Forbes.
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6. "Inteligência emocional"
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6/9 (EXAME.com/Divulgação)
Autor: Daniel Goleman
Ano de lançamento: 1995 Psicólogo, escritor e jornalista, Daniel Goleman é considerado um dos maiores expoentes do mundo no estudo da inteligência emocional e suas aplicações dentro do universo corporativo. Nesta obra seminal, ele argumenta que as competências não-cognitivas, ligadas ao comportamento e ao relacionamento interpessoal, importam tanto para o sucesso quanto o celebrado QI. “O livro revela uma nova definição de inteligência, com base no autoconhecimento e no respeito ao próximo”, diz a coach Marie-Josette Brauer.
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7. "O monge que vendeu sua Ferrari"
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Autor: Robin Sharma
Ano de lançamento: 1997 Neste best-seller de ficção, o personagem Julian Mantle é um advogado bem-sucedido e vaidoso que decide jogar tudo para o alto para fazer uma viagem espiritual pela Índia. Seu disciplinado assistente, John, fica perplexo com a decisão do chefe - mas sua surpresa é ainda maior quando ele finalmente regressa da aventura esbanjando sabedoria, força e jovialidade. A história é uma metáfora sobre a importância da disciplina para o sucesso e para o bem-estar, afirma a coach Marie-Josette Brauer. Escrito pelo canadense Robin Sharma, o livro também propõe um olhar mais leve, sereno e alegre sobre o trabalho.
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8. "A estratégia do oceano azul"
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Autor: W. Chan Kim and Renée Mauborgne
Ano de lançamento: 2005 Este livro tem pouco mais de 10 anos de idade, mas já pode ser considerado um clássico sobre estratégia. Escrito por dois professores da escola de negócios INSEAD - cujo programa de MBA foi considerado o
melhor do mundo em 2015 pelo "Financial Times" - ele apresenta uma metodologia para criar o seu próprio espaço estratégico, seja você um profissional ou uma empresa. Para neutralizar a ameaça da concorrência, o segredo é criar “oceanos azuis”, isto é, espaços de crescimento que ainda não foram descobertos pelos demais. Neste livro, indicado pela coach Marie-Josette Brauer, os autores explicam como fazer isso, com base numa pesquisa feita com 150 pessoas em 30 setores de atuação.
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9. Quer ir além? Conheça 14 livros que valem por uma sessão de coaching
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