Carreira

Este tipo de desenvolvedor é raro no Brasil e por isso ganha até R$ 15 mil

Uma das carreiras mais quentes atualmente na área de desenvolvimento tem atraído profissionais pelos altos salários e possibilidades de trabalho remoto

Escola Ironhack: cursos para desenvolvedores e profissionais de segurança e big data (Ironhack/Divulgação)

Escola Ironhack: cursos para desenvolvedores e profissionais de segurança e big data (Ironhack/Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 9 de novembro de 2018 às 05h00.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 11h59.

São Paulo - O plano de Gabriel Sicuto, que atualmente atua como product owner, uma área de negócios do banco Santander, é abrir as portas para o trabalho remoto em sua carreira. “Tenho um grande desejo de viajar e conseguir trabalhar de qualquer lugar”, explica Sicuto, interessado em aderir ao nomadismo digital.

Por isso, decidiu se qualificar como desenvolvedor full-stack, uma das carreiras mais valorizadas atualmente na área de desenvolvimento.

Como product owner, ele, que está há seis anos trabalhando no banco, ele lida diretamente com as áreas de desenvolvimento de aplicações no banco, responsável pela área de negócio de produtos específico. “Fico do outro lado, peço a ações para os desenvolvedores executarem”, conta.

Além do anseio por flexibilidade geográfica e de horário de trabalho e também é movido pelo interesse nessa parte de desenvolvimento, uma das áreas mais quentes de tecnologia.Com salários de parte de 5 mil para início de carreira e chegam a até 14 mil para quem tem experiência, desenvolvedores full-stack podem ser chamados de profissionais “dois-em-um”, e por isso são mais raros e caros.

Sabem trabalhar tanto no chamado front-end, a parte de interface direta de uma aplicação com o usuário e também no back-end que é a interação da aplicação com o banco de dados, autenticação de usuário e configuração do servidor.

“Esse tipo de desenvolvedor consegue melhores empregos, é um profissional visto como mais sênior, porque tem uma visão mais holística, é mais valorizado, ser full stack amplia leque de atuação”, diz Pedro Falkenbach, growth manager da Ironhack no Brasil, escola global especializada no aprendizado de tecnologia e programação, com unidade em São Paulo.

É lá que Sicuto, está se preparando para a nova carreira. O investimento no curso de 360 horas é de 16 mil, tanto na modalidade integral como noturna. Mulheres têm 10% de desconto.

O executivo da Ironhack usa uma analogia simples para explicar o que significa ser full-stack: “O front end é a pintura de uma casa e o back end é o cimento e o tijolo. É a estrutura versus o visual da aplicação”, diz.

De acordo com a equipe da escola, um desenvolvedor full- stack precisa ter as seguintes habilidades:

Front-End

No front-end, cria-se aplicações dinâmicas e busca-se melhorar a experiência possível ao usuário. Para isso, é necessário conhecimento nas linguagens HTML, CSS e JavaScript, além de saber utilizar frameworks como React.js e Angular 2. Conhecer Java pode fazer o salário aumentar 8%, segundo Falkenbach.

Back-End

Há menos gente com conhecimentos de back-end e há grande variedade de linguagens. MongoDB, Express.js, React e Node.js são necessárias para criar aplicações orientadas por bancos de dados não relacionais.

Micro serviços com React

Conhecimento na criação de APIs (sigla em inglês para Interfaces de Programação de Aplicações) para projetar arquitetura de micro serviços. Além disso, o full stack também sabe como construir aplicações usando React.

Perspectivas de mercado e salário

Os investimentos em transformação digital nas companhias tradicionais e a disseminação das startups e a falta de gente qualificada no mercado há algum tempo colocam a carreira de desenvolvedor na lista de profissões promissores.

“Toda posição de desenvolvimento é bem demandada, principalmente para quem conhece linguagens modernas, e sistemas operacionais Android e IOS”, diz Caio Arnaes, gerente sênior de recrutamento da Robert Half.

Esses profissionais encontram oportunidades em empresas de desenvolvimento de softwares, as chamadas fábricas de softwares, mas não só.

“Temos clientes que são fabricantes de equipamentos de gestão de energia elétrica, que têm tecnologia embarcada. Mercado automotivo também necessita de desenvolvedores para seus computadores de bordo”, explica. Não se trata de um segmento ou de outro, mas sim, se o produto é ou tem um software.

A seguir confira a tabela de salários, divulgada pela Robert Half, para desenvolvedores back-end, front-end e full-stack:

CargosSalários em reais
Desenvolvedor Full- Stack de 5 mil a 14 mil
Desenvolvedor Back-Endde 3,7 mil a 13 mil
Desenvolvedor Front-Endde 3,5 mil a 12 mil

 

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