Júlio Brito, CEO da Swile Brasil: “Eu sempre digo que o exercício de empatia, não é você se colocar no lugar do outro. É você sentir a dor do outro” (Swile Brasil /Divulgação)
Repórter
Publicado em 30 de agosto de 2024 às 09h32.
Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 13h11.
A Swile Brasil está de mudança. Em janeiro, o escritório da empresa de benefícios flexíveis não será mais no bairro da Berrini, em São Paulo, mas sim na região da Avenida Paulista.
A ideia de mudar a sede da empresa de local surgiu porque, segundo o CEO, houve uma diminuição de pessoas indo ao escritório. “Queríamos entender porque criamos um ambiente tão colaborativo e os funcionários não estavam aproveitando a estrutura”, afirma Júlio Brito, CEO da Swile Brasil.
Segundo o CEO, o ambiente de trabalho da empresa de benefícios oferece diferenciais como café da manhã, frutas ao longo do dia, médico e nutricionista do trabalho e até sessão de massagem.
Para entender por que os funcionários não estavam aproveitando o espaço do escritório, a companhia fez uma pesquisa interna em que identificou que o que mais impedia o fluxo na sede era a dificuldade de chegar ao escritório.
“Fizemos um trabalho de geolocalização em que foi possível perceber que 38% das pessoas conseguiam chegar no escritório em até uma hora e os outros 62% em até duas horas ou mais”, diz Brito.
Em resposta, a empresa optou por mudar sua sede para a região da Avenida Paulista, onde 61% dos funcionários conseguirão chegar em menos de uma hora, graças à proximidade com metrôs e ônibus.
Como uma empresa de origem francesa, defender o bem-estar dos funcionários e a flexibilidade dos benefícios faz parte do DNA da Swile, que segundo Brito, é a empresa que busca seguir o lema "Let's smile at work" (“Vamos sorrir no trabalho”).
“Na França não existe uma movimentação, como um pedido de demissão ou até uma demissão por iniciativa da empresa, em que o funcionário não fale com o CEO global. Ele faz questão de ouvir, ele coleta o sentimento das pessoas, ele coleta várias informações para fazer discussão entre a liderança e pensar em adoção de algumas práticas diferenciadas.”
Com a nova mudança da sede, Brito afirma que não será alterado o regime de trabalho, que hoje funciona híbrido com 2 ou até 3 dias de home office, a depender da área.
“O regime vai permanecer tudo igual, continuará híbrido, e como o espaço de trabalho será maior e com muitos benefícios, é provável que nós tenhamos funcionários que morem lá perto e que prefiram trabalhar no escritório”, afirma Brito.
No caso do próprio CEO, que prefere ir todos os dias para o escritório, ele já tem uma solução.
“Já estou de mudança para a região para ficar mais perto do trabalho. Acho que eu sou mais produtivo, eu me comunico mais com as pessoas e posso integrar mais”, diz o CEO que mora sozinho em São Paulo, e visita a família aos finais de semana em Salvador.
O escritório está previsto para ser lançado entre janeiro e fevereiro. “Queremos começar o novo ano no novo escritório”, diz Brito.
Para inovar sua cartela de benefícios, a Swile Brasil decidiu testar criar folgas em meses que não tiver feriado em dias úteis. Para isso, foi criado neste ano no Brasil feriados extras durante os meses de agosto, setembro e outubro.
“Foi um sucesso total e estamos considerando estender essa prática para os próximos anos, como parte de nossos programas de bem-estar que promovem a saúde mental e a segurança psicológica dos nossos funcionários,” afirmou Brito.
Em relação à saúde física, a companhia criou o programa “Visão Swile”, que leva uma vez por mês um oftalmologista ao escritório para atendimento gratuito aos funcionários.
“No último levantamento vimos que mais de 30 funcionários passaram pela consulta com oftalmo, e para nossa surpresa, em 80% deles foi detectada a necessidade ou de usar óculos ou de aumentar o grau”, afirma Brito.
Também há programas que envolve a inteligência artificial. É o caso do benefício Swile Travel, que já existe na França e que deve chegar no Brasil oficialmente em 2025. Segundo o CEO, hoje o programa está em fase de testes internos com mais de 20 funcionários, e a empresa pretende selecionar duas ou três empresas parceiras para começar a pilotar o produto ainda em 2024.
O aplicativo Swile Travel permitirá aos funcionários gerenciar todas as etapas de suas viagens corporativas de forma autônoma e integrada. Os funcionários poderão escolher passagens aéreas, reservar hotéis e outros serviços relacionados à viagem dentro dos parâmetros e políticas definidos pela empresa. As escolhas são feitas diretamente no aplicativo, respeitando as limitações de orçamento e preferências estabelecidas pelo RH.
“O aplicativo irá gerenciar todas as reservas e compras, enviando automaticamente as informações para a empresa. As notas fiscais e comprovantes também serão digitalizados e enviados diretamente pelo aplicativo ao gestor financeiro ou ao RH, facilitando a conciliação financeira e a prestação de contas”, diz o CEO da Swile Brasil.
Para Brito, as empresas e os líderes deveriam escutar mais o corpo funcional, no caso todos os funcionários.
“É preciso entender os anseios e fazer discussões internas para a partir daí pensar e implementar ações diferenciadas”, diz o CEO da Swile Brasil. “Eu sempre digo que o exercício de empatia, não é você se colocar no lugar do outro. É você sentir a dor do outro. E você sente a dor do outro a partir do momento que você tem tempo para ouvir.”