(Rawpixel Ltd/Thinkstock)
Sofia Esteves
Publicado em 28 de setembro de 2020 às 15h32.
Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 16h26.
Através da iniciativa de muitas empresas em desenvolver processos seletivos focados nos profissionais pretos e pardos, os temas diversidade e inclusão têm sido recorrentes nas reuniões estratégicas das organizações.
No entanto, também tem sido comum atrelar esses termos como sendo uma coisa só. Não é bem assim — e é fundamental compreender as diferenças entre eles!
Na sua empresa, você consegue perceber um equilíbrio (em número) entre profissionais homens, mulheres, negros e negras, pessoas com deficiência, jovens talentos, profissionais 50+ e profissionais LGBT+? Ou a maioria dos colaboradores são homens brancos?
Diversidade está ligada a representação demográfica. Ou seja, quão equilibrada a empresa está em relação a oferecer oportunidades para diferentes tipos de profissionais. Além de ser uma questão de responsabilidade social, quanto mais diversa for a equipe, maior será o número de pontos de vista, possibilitando novos insights e a multiplicação dos resultados positivos.
Se a diversidade está ligada a oferecer oportunidades para todos os perfis de profissionais, a inclusão é um passo além.
Trabalhar a inclusão é garantir que todos tenham acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento e ascensão profissional dentro da empresa. Para que isso aconteça, é primordial identificar os vieses inconscientes que fomentam o preconceito dentro da organização — onde a empresa precisa se abrir para, se necessário, reformular sua cultura organizacional.
Afinal, incluir é ação, é disposição para o encontro, para a mudança. É incluir não só as pessoas mas também as perspectivas que elas trazem de sua jornada pessoal.
Sem uma real inclusão, que ofereça a constatação de pertencimento à pluralidade de colaboradores, a inovação não acontece e, muito menos, o sucesso dos negócios, revela o artigo “Diversidade não se sustenta sem inclusão”, da Harvard Business Review”.
Por exemplo, na sua empresa hoje, um profissional da alta liderança teria coragem de se assumir homossexual, sem sentir-se constrangido por julgamentos e preconceitos? Uma gestora se sentiria segura ao desejar ser mãe? E um profissional negro, ou negra, seria escolhido para assumir um cargo de liderança na organização?
Refletir sobre estas perguntas ajuda a entender o grau de maturidade que a empresa está em relação ao tema da inclusão, já que incluir é agir para que o outro exista, e não um movimento para tornar o outro semelhante a si.
Inclusão é uma questão de mudança de mentalidade, veja só, para uma mentalidade mais humana. É se importar com o outro, mesmo que ele seja diferente de você. É se abrir para aprender com um profissional com experiências completamente diferentes da sua e desfrutar da ampliação de horizontes que eles representam.
Sendo assim, já não bastam mais ações de combate à discriminação. A sociedade, o mercado, eu, você... todos nós precisamos de ações afirmativas que digam sim à diversidade, por meio de práticas que supõem inclusão e gestão da diversidade.
Boa reflexão!