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Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2013 às 12h25.
São Paulo - Tenho me surpreendido com a crescente procura pelo investimento em ações. Minha surpresa se deve ao fato de que aqueles que se convencem de que as ações são um bom negócio tendem a concentrar todas as suas fichas nessa modalidade de investimento.
Em minha rotina diária de respostas a dúvidas de leitores, ouvintes e internautas, são comuns indagações do tipo “Tenho 10 000 na poupança e quero transferir tudo para um fundo de ações, o que você acha?”. Acho um absurdo!
Esse é o tipo de decisão que reflete um comportamento especulador, e não de quem investe em empresas. Especular é para profissionais, pessoas que vivem do mercado de investimentos, e não para investidores de final de semana.
Falta a essas pessoas a percepção de que investimentos não servem apenas para multiplicar riquezas, mas também para nos proteger de imprevistos e para permitir que aproveitemos oportunidades. Em outras palavras, o papel de nossos investimentos é também de aumentar nossa liquidez.
Você realmente começará a construir riqueza no dia em que perceber que o que o enriquece é a renda fixa, e não o investimento em renda variável. Quem constrói casas para revender não enriquece porque teve a brilhante ideia de construir, mas, sim, porque juntou dinheiro que permitisse pagar a obra a um preço bem menor do que o de revenda.
Quem investe em ações não enriquece simplesmente por ter bons papéis, mas, sim, por conhecer seu mercado e contar com reservas na renda fixa para aproveitar a queda de preços em uma crise e fazer boas compras.
Por isso, a melhor das estratégias sempre terá uma parcela razoável da carteira investida em renda fixa. Para as pessoas comuns, o ideal é que a maior parte do patrimônio esteja nessa modalidade. Com uma parcela menor investida em renda variável, você aprenderá a lidar com o risco e dará oportunidade de obter ganhos acima da renda fixa.
Com a parcela maior em renda fixa, você terá liquidez e condições de aproveitar as pechinchas geradas por desesperados gananciosos que vendem bons ativos nos momentos turbulentos.